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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento A consolidação da imagem do arquivista (páginas 44-47)

Do Arquivista depende a eficácia da recuperação da informação: sua uniformidade, ritmo, integridade, dinamismo de acesso, pertinência e precisão nas buscas, por que terá havido precisão na classificação, avaliação e descrição. Sua atuação pode e muito influir no processo decisório das organizações e nas conclusões, a que chegam os historiadores, a respeito da evolução e identidade da sociedade.( Belloto, 2002, p.5 )

Com um papel na sociedade bem delineado, com a imagem relativamente positiva entre colegas de demais profissões, com um número jamais tido em oferta de cursos em Universidades Públicas, podemos ratificar finalmente que caminhamos, sim, a passos largos para o pleno reconhecimento social, como foi dito na introdução deste estudo. O fato é que, embora tenhamos muito a evoluir, como foi dito no último capítulo deste estudo, temos que considerar que nesta segunda década do século XXI, pode-se afirmar também que o Arquivista, assume um triplo papel social, como assim indicaram os arquivistas canadenses Carol Couture e Jean Yves Rousseau.

Teriam dito Couture e Rousseau, no livro “Os fundamentos da disciplina arquivística”, de 1998, que o arquivista assume um triplo papel cultural, administrativo e cientifico. Se na época em que o livro passou a ser veiculado no Brasil, essa afirmação pudesse parecer fruto ou motivo de busca incessante, hoje podemos dizer que de fato desempenhamos, sem sombra de dúvida, o que foi descrito pelos autores canadenses.

Iremos descrever agora, o seu triplo papel social, segundo o que foi afirmado pelos arquivistas canadenses Couture e Rousseau (1998).

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Seu papel cultural: Seria a preservação da memória e dos documentos que contam

a história de um determinado povo, pessoa ou cultura.

Seu papel administrativo: É quando o arquivista desempenha a gestão documental

sobre os documentos nas idades corrente, intermediários e permanentes. Seria como o tratar o presente pensando no futuro.

Seu papel científico: Estudar, pesquisar e contribuir cientificamente para a

Arquivologia, acrescentando novas metodologias e conhecimentos que contribuam cada vez mais para elevá-la como ciência.

Portanto, se desempenhadas de uma só vez, ou mesmo de maneira individual, fica claro que o Arquivista assume um papel de destaque, um papel de suma importância diante da sociedade que acompanha o seu desenvolvimento em busca de uma participação mais efetiva, e assim, disponibilizando informação para quem busca informação.

Para reforçar essa afirmação, Belloto ( 2002, p.5) é categórica:

Com esta constatação, consolida-se um novo e importante papel para o arquivista: o de atuar no que se convencionou chamar de “ informação estratégica”, isto é, a informação requerida pelos administradores de uma organização para definir decisões. Para tanto, é necessário ampliar nosso campo de ação para mais além da informação imediata, a do valor primário ou a de resgatar o valor secundário. A verdade é que devemos nos posicionar no front continnum da informação, desde sua criação até todos os seus usos possíveis, passando pela organização e gestão [ ...]

Em mais essa colocação, a autora identifica mais um papel cuja responsabilidade é do arquivista. Oras, o papel do arquivista hoje, na sociedade da informação, é atuar em diversas frentes, aproveitar cada oportunidade na qual oferece a sua multidisciplinaridade, afinal, não é a toa que este capítulo discute o papel deste profissional nos dias atuais, a sua atuação na chamada sociedade da informação. Chegamos à conclusão, no âmbito deste capítulo, que o arquivista conquista de vez, o título de Profissional da Informação, e embora se tenha ainda muito a evoluir, como aliás vem sendo reforçado ao longo desse estudo, podemos afirmar, neste momento, que esse profissional passa a ter a consolidação de sua imagem, definitivamente, perante todas as camadas sociais.

Afinal, como complementa Belloto (2002, p.6), a sociedade deve se beneficiar de seus arquivos e da estreita colaboração de seus arquivistas:

Outro não é o papel do arquivista na sociedade contemporânea se não o de colaborar estreitamente para que os fluxos informacionais na sua área de ação arquivística se possa dar de forma plena e o mais satisfatório possível, dentro desta sociedade, toda ela beneficiária de seus arquivos e de seus arquivistas.

Diga-se de passagem, que as referências aqui utilizadas, não esgotam o que é, e o que será futuramente considerado como o papel deste profissional na sociedade. Mas

ainda assim, as perspectivas mais atuais foram colocadas no âmbito deste estudo e, talvez aqui, esteja a principal delas. Além do papel do arquivista na sociedade (atuação, posicionamento profissional), vale ressaltar o seu papel social, o que vai muito além de qualquer corporativismo, mas sim, em um sentido amplo de cidadania, que nada mais é o de disponibilizar a informação de maneira rápida e segura, cuidando para que ela esteja preservada, utilizando de ferramentas próprias, as quais garantem a capacidade do fluxo informacional em sua totalidade, para que daqui a mais cem anos, essa mesma informação possa estar sendo novamente disponibilizada de maneira sempre satisfatória a qualquer que seja.

E como disse Jacques Derrida, no livro Mal d’Archive, em 1995:

Não comecemos pelo começo nem mesmo pelo arquivo.

Mas pela palavra “ arquivo” – e pelo arquivo de uma palavra tão familiar. Arkhê, lembremos, designa ao mesmo tempo o começo e o comando. Este nome coordena aparentemente dois princípios em um: o princípio da natureza ou da história, ali onde as coisas começam – princípio físico, histórico ou ontológico –, mas também o princípio da lei ali onde os homens e os deuses comandam, ali

onde se exerce a autoridade, a ordem social, nesse lugar a partir do qual a ordem

No documento A consolidação da imagem do arquivista (páginas 44-47)

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