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FIGURA 4.2 – Vista externa da ancoragem extrabucal cervical.

AFAI / AFAT + 0,

6.6 Considerações finais

Com o fim de avaliar as alterações dentoesqueléticas do tratamento da má oclusão de Classe II, 1a divisão, em dois grupos distintos quanto ao padrão de crescimento facial, realizou-se esta pesquisa em jovens com a dentadura permanente completa, tratados com aparelho fixo associado à ancoragem extrabucal cervical e à extração dos quatro primeiros pré-molares. Avaliou-se as alterações cefalométricas durante o tratamento ortodôntico em dois grupos, um formado por 30 jovens com padrão de crescimento facial equilibrado (Grupo 1) e um segundo composto por 30 jovens com padrão vertical de crescimento facial (Grupo 2).

Constatou-se que as alterações do padrão de crescimento facial ocorreram de forma semelhante durante o tratamento, independentemente do padrão de crescimento verificado ao início do tratamento. As grandezas lineares responsáveis por analisar o desenvolvimento vertical das estruturas faciais apresentaram um aumento significante para os dois grupos, entre o início e o final do tratamento. Este aumento foi ligeiramente superior para o Grupo 1, entretanto sem significância estatística. Apenas o índice utilizado para classificar o padrão de crescimento facial (AFAI / AFAT) apresentou um comportamento estatisticamente diferente entre os dois grupos, durante o tratamento, favorecendo um maior equilíbrio do padrão para os jovens com crescimento vertical. Assim os resultados, quanto ao padrão do esqueleto- cefálico, foram ligeiramente mais favoráveis ao grupo formado pelos jovens com padrão vertical, entretanto sem significado estatístico. Desta forma não pode-se afirmar que a correção da má oclusão de Classe II, com o aparelho extrabucal cervical e a extração de quatro pré-molares, tenha apresentado resultados piores em jovens com crescimento vertical do que o verificado nos pacientes com crescimento equilibrado. Porém os resultados por nós obtidos

refletem as conseqüências médias da mecânica utilizada na correção da má oclusão de Classe II, 1a divisão, tanto para o padrão facial vertical como para o equilibrado. Assim, nos casos mais extremos de crescimento vertical, devemos analisar com maior cuidado, dando importância as características próprias de cada má oclusão individualmente, com a utilização do maior número de recursos disponíveis para o diagnóstico.

As alterações da maxila e da mandíbula, além do relacionamento entre estas duas bases ósseas, mostraram-se favoráveis para a correção da má oclusão nos dois grupos de pacientes. Observou-se uma restrição do deslocamento anterior da maxila, enquanto a mandíbula desenvolvia-se naturalmente. Este comportamento permitiu a melhora do relacionamento maxilomandibular, tendo ocorrido de modo semelhante para os dois tipos de padrão de crescimento facial. Apesar do padrão vertical de crescimento da face apresentar-se mais desfavorável à correção da má oclusão de Classe II, em relação ao padrão equilibrado, os casos necessitam de tratamento independentemente deste fator. Desta forma, o planejamento deve basear-se em um diagnóstico preciso, visando a obtenção do equilíbrio dentofacial e a estabilidade do tratamento ortodôntico.

Quanto ao comportamento dentário frente a realização da mecânica verificou-se igualdade entre os grupos para a maioria das grandezas avaliadas. A realização de extrações permitiu a retração dos dentes anteriores superiores e inferiores, assim como a correção de suas inclinações, tendo ocorrido de maneira semelhante entre os dois grupos. Mesmo o controle vertical dos dentes posteriores superiores e inferiores mostrou-se semelhante entre os jovens com padrão equilibrado de crescimento facial e os com desenvolvimento predominantemente vertical. A mecânica empregada mostrou-se eficiente na restrição do deslocamento mesial dos molares

superiores nos dois grupos, tendo atingido os objetivos propostos com o planejamento.

Apesar dos resultados obtidos indicarem que o tratamento da Classe II, 1a divisão, com aparelho fixo associado à ancoragem cervical e à extração

dos primeiros pré-molares, comportou-se de modo eficaz, tanto em jovens com padrão facial vertical como com equilibrado, mostram-se necessários novos estudos que possam avaliar outros grupos, como também diferenças no tratamento utilizado. Soma-se ainda o fator que os resultados apresentaram uma variabilidade individual acentuada em todas as grandezas avaliadas, assim aplicações dos valores médios obtidos neste estudo para a previsão dos efeitos do tratamento em casos individuais deve ser feita com reservas.

CONCLUSÕES

7. CONCLUSÕES

De acordo com a metodologia utilizada e com os resultados obtidos em relação à influência do padrão de crescimento facial na correção da má oclusão de Classe II, 1a divisão, realizada com aparelho fixo associado à ancoragem extrabucal cervical, parece admissível concluir que:

7.1 – Não houve influência da tipologia da face sobre as alterações no padrão de crescimento facial, verificadas durante o tratamento ortodôntico realizado. O aumento das dimensões verticais da face ocorreram de modo semelhante entre os dois grupos. Apenas a proporção entre as alturas faciais anteriores demonstrou um comportamento mais favorável ao Grupo 2 (crescimento vertical).

7.2 – A maxila apresentou uma restrição do seu crescimento anterior, de maneira semelhante para os dois grupos.

7.3 – A mandíbula expressou um crescimento anterior similar aos dois grupos, não denotando influência do padrão facial.

7.4 – A relação maxilomandibular apresentou uma melhora significante nos dois grupos avaliados, com uma diminuição sensível das grandezas ANB e NAP.

7.5 – Os incisivos superiores e inferiores foram retruídos e inclinados para lingual de modo semelhante nos dois grupos. O comportamento vertical dos primeiros molares superiores e inferiores mostrou um aumento similar em suas alturas, para ambos os grupos. No Grupo 1 (padrão equilibrado) ocorreu

uma mesialização de corpo dos primeiros molares superiores, enquanto o Grupo 2 (crescimento vertical) apresentou a restrição deste deslocamento para mesial.

7.6 – O perfil tegumentar apresentou o aumento do ângulo nasolabial semelhante para os dois grupos, verificados durante o tratamento ortodôntico realizado.

REFERÊNCIAS