América do Sul
III. Considerações finais
Qualquer exercício que vise propor alternativas ao incremento da integração em ní- vel regional é uma tarefa árdua. Durante seu processo, diversas peculiaridades sociais, políticas e econômicas devem ser observadas e ponderadas quando da elaboração de propostas concretas.
Ao longo do presente trabalho, pode-se observar a importância que tanto Mercosul quan- to Aliança do Pacífico tem sobre a política e a economia regional. Em que pese as diferen- ças ideológicas, institucionais e comerciais, ambos os blocos são estruturas essenciais ao desenvolvimento econômico dos países que deles fazem parte. O Mercosul é fundamental à manutenção das exportações brasileiras de produtos manufaturados, bem como para a consolidação e ampliação de cadeias produtivas regionais, como no caso do setor automo-
tivo, químico, entre outros. A Aliança do Pacífico, por sua vez, dispõe de uma estrutura e de um programa de trabalho que tem como objetivo integrar cada vez mais os países que dela fazem parte às cadeias globais de valor, sobretudo em conexão com a Ásia.
Os pontos aqui explorados puderam identificar diversas possibilidades para a intensifica- ção da criação de uma agenda conjunta em nível regional. Pode-se perceber que diversos setores econômicos apresentam oportunidades em termos de complementaridade comer- cial e, em certa medida, produtiva, como é o caso do automotivo, plásticos, siderúrgi-
co, proteína animal, químicos, entre outros. Esses e outros setores da economia pode- riam ser impulsionados por meio do aprofundamento normativo seletivo e da criação de estruturas de interação entre os países de ambos os blocos. Foi identificado, da mesma forma, o papel crucial que a liderança de Brasil e México tem ao longo desse processo. Conforme salientado anteriormente, o debate e as propostas aqui exploradas não são de forma alguma exaustivas e consistem em um exercício incipiente de reflexão sobre os rumos da integração regional contemporânea na América Latina. Dessa forma, traba- lhos como este devem ser, recorrentemente, incentivados, de forma a estimular o debate franco e aberto sobre os problemas e as alternativas que os países da região dispõem para se integrarem, de maneira consistente e definitiva, à economia global.
Bibliografia
ARAÚJO, Leandro Rocha de. Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). In: MERCADANTE Araminta de Azevedo; JUNIOR, Umberto Celli; ARAÚJO, Le- andro de. Blocos Econômicos e Integração na América Latina, África e Ásia. Curitiba: Juruá Editora, 2011.
BADIN, Michelle. R. S.; A Regulação de “novos temas” em acordos preferenciais de comércio
celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: Pontos Relevantes para o Bra- sil. IPEA, 2012. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_
content&view=article&id=16367. Acesso em 22/11/2016.
BID - Beyond Borders: The New Regionalism in Latin America. Washington, DC, 2002. CNI. INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL, Ano 5 Número 2 julho/setembro de 2013. CELLI JUNIOR, Umberto. Teoria Geral da Integração: Em busca de um modelo alterna-
tivo. In: MERCADANTE Araminta de Azevedo; JUNIOR, Umberto Celli; ARAÚJO,
Leandro de. Blocos Econômicos e Integração na América Latina, África e Ásia. Curitiba: Juruá Editora, 2011.
CEPAL. El regionalismo abierto en América Latina y el Caribe. Nações Unidas, Santiago de Chile, 1994.
Inserção Econômica In
ternacional
CEPAL. La Alianza del Pacífico y el MERCOSUR: hacia la convergencia en la diversidade. Nações Unidas, Santiago de Chile, 2014.
FIESP. Análise Quantitativa de Negociações Internacionais 2012. Disponível em: http:// www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/analise-quantitativa-de-negociaco- es-internacionais. Acesso em 20/11/2016.
FUNG GLOBAL INSTITUTE (FGI); NANYANG TECHNOLOGICAL UNIVER- SITY (NTU); WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Global value chains
in a changing world. Word Trade Organization publications, 2013. Disponível em:
http://www.wto.org/english/res_e/booksp_e/aid4tradeglobalvalue13_e.pdf. Acesso em 12/10/2016.
International Trade Centre (ITC). Acordo de Facilitação de Comércio da OMC: Um Guia
de Negócios para Países em Desenvolvimento Genebra: ITC, 2013.
MDIC. Brasil e EUA negociam medidas de facilitação de comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/noticias/109-comercio-exterior/933-brasil-e-eua-negociam- -medidas-de-facilitacao-de-comercio. Acesso em 20/11/2016.
MOLINA, D; HEUSER, C, MOREIRA, M. Integração, infraestrutura e comércio: o caso
da Aliança do Pacífico. In PONTES Vol. 12. Núm. 7 – Setembro de 2016.
OLIVEIRA, Alessandra. Do velho ao novo regionalismo: evolução das políticas conjuntas
para o desenvolvimento planejado da América Latina. Documento de Projeto. Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). 2013.
PEÑA, Felix: Understanding Meroscur and Its Future. Jean Monnet/Robert Schuman Paper Series Vol.5 No. 14 June 2005.
THORSTENSEN, Vera; O multissistema da Regulação do Comércio Global: Proposta de
novo referencial teórico e nova metodologia de análise. Revista Tempo do Mundo, IPEA,
2011. Disponível em: http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12964_120404- -rtmv3-portugues01.pdf.
UNCTAD; World Investment report 2013. Global Value Chains: Investment and Trade
for Development. Disponível em: http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/wir2013_
en.pdf. Acesso em 10/10/2016.
WORLD ECONOMIC FORUM (WEF). The Shifting Geography of Global Value
Chains: Implications for Developing Countries and Trade Policy. World Economic Forum.
2012. Disponível em: http://www3.weforum.org/docs/WEF_GAC_GlobalTradeSys- tem_Report_2012.pdf. Acesso em 12/10/2016.
WORLD TRADE REPORT, 2011. Disponível em: http://www.wto.org/english/res_e/ booksp_e/anrep_e/world_trade_report11_e.pdf. Acesso em: 18/10/2014.
WTO. Factors shaping the future of world trade. WORLD TRADE REPORT, 2013. Disponível em: http://www.wto.org/english/res_e/booksp_e/world_trade_report13_e. pdf Acesso em: 18/10/2016.