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O presente estudo objetivou analisar o modelo de avaliação de intangíveis proposto por Sveiby (1998), no contexto das empresas de base tecnológica, residentes e graduadas em incubadoras de empresa, no estado de Pernambuco. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo.

Assim, de acordo com os objetivos definidos na Introdução desta dissertação, conclui- se que:

a) Há diferentes métodos e/ou

modelos para medição e avaliação de ativos

intangíveis

, em especial àqueles baseados no conceito de capital intelectual. Esses modelos apresentam características similares no que se refere aos indicadores utilizados, mas que devido à especificidade dos ambientes em que foram aplicados, constatou-se inexistir um modelo que seja padrão ou universal para evidenciar os diversos elementos contidos em cada um deles.

b) A relação universidade-empresa, ou parceria pesquisa-empresa-governo, representa um dos mecanismos mais eficazes para promover o desenvolvimento tecnológico, corporificada através da formação e consolidação dos

parques tecnológicos

, dos

pólos de modernização tecnológica

e das

incubadoras de empresas

.

c) No que se refere às

Incubadoras de Empresas

, verificou-se que este tipo de estrutura organizacional, que se caracteriza pela combinação de espaços físicos e equipamentos associados, tem permitido aos empreendedores buscar a capacitação gerencial de que necessitam, como forma de “ganhar fôlego” para ultrapassar da forma menos traumática possível as barreiras técnicas, burocráticas e comerciais, comuns às empresas iniciantes (

start-up

).

d) Por representarem um espaço físico especialmente configurado para transformar idéias em produtos, processos ou serviços, observou-se que as

Incubadoras de

Empresas de Base Tecnológica

(IEBT) passaram a representar um conjunto de

instrumentos utilizados para formação e ampliação dos pólos industriais em vários estados brasileiros, além de buscar promover a transferência de tecnologia através do incentivo à instalação de empresas inovadoras nas proximidades de centros de pesquisa e instituições de ensino, formação e treinamento.

e) Quanto às

Empresas de Base Tecnológica

, constatou-se que no Estado de Pernambuco o surgimento deste tipo de empreendimento tem sido associado aos resultados de pesquisas aplicadas, onde produtos, processos ou serviços novos ou inovadores se apresentam como potenciais soluções para problemas de produção ou de mercado. Isto fica mais evidenciado ainda nos setores de

Eletroeletrônica

e de

Tecnologia da Informação

.

f) Com relação ao

perfil das empresas

pesquisadas, observou-se que a grande maioria se concentra no setor de

Serviços

, com destaque para as empresas que atuam no setor de

Tecnologia da Informação

; quanto à tipologia jurídica, evidenciou-se predominantemente o tipo

Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada.

g) Quanto aos

sócios das empresas

pesquisadas, verificou-se que possuem um elevado

grau de qualificação, são jovens e, na sua maioria, encontram-se diretamente envolvidos com as atividades de criação e geração de produtos e/ou serviços, o que evidencia a importância do capital humano como fundamental no processo de geração de riqueza.

h) No que se refere à

força de trabalho

, constatou-se também um alto grau de qualificação dos profissionais que desenvolvem atividades nessas empresas; deve- se destacar, ainda, que apesar do número limitado de empregos, o alto nível educacional assume um papel fundamental no processo de valorização e difusão de conhecimentos. O tempo de profissão dos empregados, associado com o tempo médio de atividade na empresa, sugere a idéia de empreendimentos novos, em processo de consolidação, e que, portanto, vivenciam as situações típicas de empresas em formação.

i) Com relação ao

perfil dos clientes

, observou-se que a prática de registro e incorporação das sugestões dos clientes ainda é muito incipiente, à exceção das empresas de Tecnologia da Informação, que demonstraram uma maior preocupação com esta forma de relacionamento com a clientela. Sugere-se, assim, que essas

empresas busquem a implementação dos mecanismos que possam contribuir para a melhoria dos seus produtos e/ou serviços.

j) Quanto à aplicação do modelo de avaliação de intangíveis proposto por Sveiby (1998) no âmbito das empresas de base tecnológica, procurou-se verificar a adequação do mesmo à realidade observada. Para tanto, foram confrontados os indicadores sugeridos pelo modelo sob análise, com as informações obtidas a partir da aplicação do instrumento de coleta. Conforme se observou na

análise e

discussão dos resultados

, o modelo sob análise aplica-se no contexto das empresas de base tecnológica, residentes ou graduadas em incubadoras no estado de Pernambuco, devendo, entretanto, serem ressaltados alguns pontos:

1. Mesmo considerando que um número expressivo de questões, consideradas importantes para o estudo, não foram respondidas, em especial àquelas relacionadas com os grupos

estrutura interna

e

estrutura externa

, não se inviabiliza a conclusão pela aplicação e/ou operacionalização do modelo. As razões pelas quais as informações retornaram de forma incompleta, não foram objeto desta pesquisa. Vários motivos poderiam esclarecê-las: a) os respondentes não quiseram fornecer as respostas; b) as empresas não possuem esse tipo específico de informação estruturada nos seus bancos de dados; ou c) que o tipo de informação requerida não faz parte do modelo decisório utilizado pelos gestores da empresa. Sugere-se que essas citadas razões sejam objeto de futuros estudos.

2. Como se trata de empresas intensivas em conhecimento, o processo de gerenciamento da

competência

deve estabelecer claramente a forma de recrutamento, desenvolvimento, motivação e recompensa da força de trabalho. 3. O processo de combinação dos funcionários com a

estrutura interna

serve de

suporte para os profissionais envolvidos no processo de criação/geração de conhecimento com os clientes, de modo que através de um gerenciamento adequado, a competência da empresa aumenta e o relacionamento com os clientes melhora. No caso específico deste estudo, não foi possível obter a maioria dos indicadores deste grupo.

4. Com relação à

estrutura externa

, que trata do gerenciamento dos fluxos externos de conhecimento nas relações entre cliente e fornecedor, as empresas devem

estabelecer, de forma clara, a estratégia que irá orientar os seus resultados no momento atual e no futuro. De modo semelhante ao grupo

estrutura interna

, também não foi possível obter, de modo satisfatório, os indicadores sugeridos para esse grupo.

5. Tendo em vista não ter sido verificada diferença significativa para as diversas variáveis do modelo, entre os setores de Tecnologia da Informação e Outros Ramos de Atividades (Não TI), constata-se que, nesta situação específica, o modelo sob análise aplica-se em qualquer uma das empresas, observando-se, no entanto, a importância do processo de acompanhamento e obtenção dos dados que deverão orientar a estruturação do

Monitor de Ativos Intangíveis.

k) O modelo de avaliação de intangíveis proposto por Sveiby (1998), guarda consonância com o conceito de

goodwill

sinergístico, sugerido por Monobe (1986), visto que este poderia ser obtido através da contabilização de recursos humanos e ativação de despesas com propaganda e publicidade e despesas com pesquisa e desenvolvimento.

l) Finalmente, constata-se que para a adequada aplicação do modelo, as empresas que foram objeto desta pesquisa devem buscar a melhoria dos seus controles internos, de modo a facilitar o processo de avaliação do desempenho.

No que tange à realização de futuros estudos, sugere-se que esta pesquisa seja aplicada em um contexto mais amplo de empresas de base tecnológica no estado de Pernambuco, bem como em outros estados da Federação, como forma de melhor evidenciar a importância do modelo para o controle gerencial das atividades desenvolvidas pelos profissionais, de modo a permitir a realização de estudos comparativos.

Outrossim, sugere-se também uma pesquisa do tipo

Estudo de Caso

, de modo que seja verificada a evolução dos indicadores ao longo de vários anos, como forma de se estabelecer uma relação entre o valor da empresa e o processo de geração de riqueza.

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