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A pesquisa de campo apresentou aspectos importantes sobre a análise dos efeitos para a prática profissional daqueles que participaram do curso, pois pode-se constatar que houve mudanças na visão dos egressos sobre o Sistema Único de Saúde de uma forma geral, bem como a maioria conseguiu implementar alguma atividade que contribuiu com a melhoria na organização dos serviços oferecidos e organização do trabalho.

Observou-se que a proposta pedagógica de aluno-equipe foi bem avaliada pelos egressos, que valorizaram para a prática profissional a necessidade da conformação de um trabalho que leve em conta a atividade desenvolvida por todos os colegas, sendo uma estratégia de trabalho importante para a prática profissional diária que valoriza a idéia de trabalho coletivo.

Em relação ao grupo dos Gestores, o que chama a atenção é a necessidade de inclusão de temas de cunho administrativo, fundamentais para o cotidiano da gestão. Os relatos realizados pelos participantes do curso que exerciam a função gestora nos leva a atentar para questões vinculadas à organização burocrática da Saúde e à Lei de Responsabilidade Fiscal que exigem conhecimentos mais detalhados para o exercício da Gestão em Saúde, evitando inclusive questões judiciais e prejuízos ao erário público.

Pode-se com o estudo ressaltar que a Educação Permanente em Saúde é uma estratégia político pedagógica importante e necessária ao desenvolvimento dos trabalhadores do SUS, ao possibilitar que ampliem seus conhecimentos sobre a Política de Saúde no Brasil. Imprescindível, portanto, a apropriação de conhecimentos pertinentes à área para a viabilização de mudanças na gestão e na prática profissional, mesmo considerando que existem fatores que interferem nos processos e que não são controlados pelos agentes.

As sugestões apontadas pelos egressos permitirá aprimorar os conteúdos abordados para a área da Gestão, identificando alguns pontos que precisam ser melhor trabalhados durante o curso, quais sejam: Lei de responsabilidade Fiscal, Lei Orçamentária Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, PlanejaSUS (Plano Municipal de Saúde, Programação Anual de Saúde), Plano Plurianual de Saúde, Conselho de Saúde, Tribunal de Contas, Licitação, Compras, Judicialização, Empenho, Liquidação, Educação Permanente entre outros.

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Considera-se que com relação à avaliação dos efeitos, neste estudo foram identificados efeitos positivos e efeitos nulos na medida em que alguns egressos não consideram qualquer influência do aprendizado durante o curso para a prática profissional. Contudo, os conteúdos referidos pelos egressos, como lacunas a serem preenchidas, permitiu ampliar o olhar para as necessidades de conhecimento nessa área chamando a atenção para aspectos importantes que devem compor ações de Educação Permanente destinada a Gestores.

Vale ressaltar que o estudo abre um conjunto de possibilidades de novas investigações que possam verificar os efeitos ou impacto das atividades de Educação Permanente para o trabalho na saúde ampliando o campo de discussão da pesquisa avaliativa.

Além disso, com base nos resultados deste estudo, cabe recomendar a incorporação das sugestões dos conteúdos para os próximos cursos, assim como a ampliação da oferta de novas turmas a fim de expandir o número de profissionais qualificados nessa área.

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APÊNDICE I

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