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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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CAPÍTULO V CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕEES

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa analisou as práticas de Governança de TI que suportam e que constroem uma base de como as organizações estudadas implementam os seus modelos de Governança de TI para, além de alcançar um melhor alinhamento entre as necessidades de negócios e as próprias competências de TI, atenderem também às conformidades exigidas por órgãos reguladores e obterem um controle efetivo de gestão à luz da teoria da agência.

As entrevistas foram primordiais para a validação dos conceitos das práticas de governança existentes e como essas organizações iniciaram os seus processos, quais foram os fatores norteadores que as levaram à adoção dessas práticas, como os processos vêm evoluindo e até mesmo apontando possíveis tendências de seus modelos de GTI adotados.

Com relação aos objetivos específicos, os dois primeiros “referenciar a teoria que origina a necessidade de adoção de práticas de governança corporativa, a fim de se encontrar a gênese do tema na Teoria da Agência” e “identificar as novas exigências de práticas de governança corporativa após a Lei Sarbanes-Oxley, que é o fenômeno de maior impacto na nova demanda por transparência de gestão” foram alcançados com o levantamento da literatura e que estão apresentados no capítulo 2. O referencial teórico apresenta uma consolidação de extensa pesquisa bibliográfica do estado da arte no que se refere a Governança de TI, consignando as melhores práticas de gestão dentre uma diversidade de práticas existentes no mercado.

Sob esta ótica, a Teoria da Agência e a visão do conhecimento da empresa, a Governança de TI comunica, coordena e controla estruturas visando melhorar as compreensões de papéis esperados e por responsabilidades com maior efetividade para a gestão da informação que é o elemento-chave para a governança corporativa.

Acredita-se que os resultados do estudo empírico realizado, apresentados no capítulo 4, tenham possibilitado alcançar o terceiro objetivo específico de “Analisar de forma empírica o

impacto dessas novas exigências nas empresas que atuam no Brasil, apresentando os modelos de práticas de governança de tecnologia da informação adotados, que traduzem a própria readequação da área de TI às novas demandas por transparência de gestão“.

De acordo com os casos estudados, verificou-se uma diversidade de práticas e processos para a gestão de TI que validam a síntese de conceitos apresentada no capítulo 2, porém, de qualquer forma, observou-se em maior ou menor grau que todas elas buscam por suas efetividades e por seus aprimoramentos.

Os resultados dos estudos de casos das cinco empresas pesquisadas indicam uma variabilidade de modelos de gestão de TI e que, dentre os diversos padrões internacionais de práticas, frameworks e metodologias existentes, a adoção por alguma delas tem suas particularidades e especificidades para o tipo de gestão e controle que se pretende implementar. Dentre os casos estudados, dois deles apresentaram o COBIT como o framework norteador para os seus modelos de GTI. As demais empresas utilizam uma composição de processos pontuais de acordo com o que foi relatado no capítulo 4.

Isso tudo vem de encontro com o que está na literatura sobre o tema GTI, que possui um conceito mais amplo sobre a forma de gestão e de controle de TI. As entrevistas possibilitaram a identificação de elementos e características particularizadas conforme mencionado anteriormente.

Neste contexto, torna-se evidente que o caminho para o melhor modelo de GTI e de integração estratégica organizacional é um processo complexo que requer um forte comprometimento inter-relacionado para a sua efetividade.

A necessidade de rigoroso controle para satisfazer as exigências legais é aparente em muitas companhias (Bornman, 2004). Uma limitação desta pesquisa é que das cinco empresas pesquisadas, somente três sofrem interferências impostas pela SOX.

Até pouco tempo atrás, eficiência era o pré-requisito para o desenho do modelo de GTI e as organizações poderiam adotar uma estrutura de “comando e controle” para governar TI, porém, com as demandas de negócios e a nova lógica organizacional, de flexibilidade

estratégica e estabilidade dinâmica, este “velho paradigma” de GTI já não é mais viável, nem prudente.

A efetiva GTI em organizações contemporâneas é mais provável se assemelhar a uma rede colaborativa de relacionamento de negócios de TI baseada em competências e flexibilidade, onde o fator comunicação é primordial para a sua efetividade. Tecnologia da Informação se preocupa cada vez mais em agregar valor ao negócio, em gerar competências que uma organização necessita e como pode integrar isto para desenvolver a flexibilidade estratégica exigida visando perceber e sustentar o valor organizacional de TI em um ambiente complexo e dinâmico. O emergir do paradigma de GTI é baseado em princípios de colaboração, competência e flexibilidade, não no controle, autoridade e eficiência. Em relações colaborativas entre negócio e TI, os gestores trabalham para entender o negócio e as competências de TI, oportunidades, riscos e benefícios. Este paradigma para GTI é baseado em uma “filosofia” de colaboração onde a necessidade para competências distintas é reconhecida e é desenvolvida e compartilhada de forma adaptável por limites funcionais, organizacionais, culturais e geográficos (PETERSON, 2003).

Uma governança efetiva assegura que as decisões relacionadas à TI incorporem princípios uniformes sobre o papel que TI desempenha na empresa (ROSS e WEILL, 2002).

Os Modelos de Governança de TI estudados mostraram-se complexos devido ao número de variáveis que compõem os seus inter-relacionamentos, pois cada organização tem, implicitamente ou explicitamente, o seu modelo de Governança de TI. O alto desempenho do modelo, entretanto, canaliza ativamente sua atenção e energia para a definição do desenho e das melhorias evolutivas da GTI. Frequentemente, um modelo efetivo de GTI não é uma reflexão completa da tomada de decisão para TI. Isto é, existem às vezes, diferenças importantes entre o que se encontra na literatura (teoria) e de que forma as ações são canalizadas (prática).

Acredita-se ainda que com o passar do tempo as práticas de governança emergem entre os comportamentos atuais e desejáveis, bem como os mecanismos que garantem a sua efetividade também evoluem à medida que as organizações amadurecem. Avaliando e diagnosticando o modelo de GTI pode ajudar a suprimir a lacuna existente entre esses comportamentos e sua efetividade.

Dentro do contexto de evolução estratégica e de subsídios que norteiam a efetividade do modelo de GTI estão os indicadores e métricas de desempenho que descrevem o valor de TI em termos de excelência de serviço, controle e de suas tendências.

Portanto, conforme relatado pelos entrevistados, a efetividade do modelo de GTI está no compartilhamento da percepção da importância e das responsabilidades associadas a TI e não simplesmente pelo estabelecimento de formalismo e regulamentação.

O objetivo deste estudo foi o de expandir o conceito sobre os modelos de governança de TI estudados e não de generalizar as suas práticas de gestão.

Embora esta pesquisa tenha se baseado em cinco empresas para a análise dos seus modelos de GTI adotados, para obter uma melhor visão desse conjunto de práticas e de seus impactos nos seus resultados, recomenda-se futuras pesquisas mais detalhadas com ênfase em componentes de pesquisa qualitativos e quantitativos, pois as metodologias e os modelos só têm aplicabilidade quando interpretados à luz da cultura organizacional.

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