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Ao concluirmos esta pesquisa, podemos afirmar que discutimos questões relevantes do campo da comunicação atual, e que por meio dos capítulos teóricos e em seguida da análise, conseguimos definir o que é uma comunicação alternativa e responder se o portal Choike.Org pode ser considerado um meio de comunicação desse tipo.

Logo no primeiro capítulo, definimos que a comunicação alternativa pode ser dividida em três formas: “Jornalismo Comunitário”, “Jornalismo Popular”, e “Jornalismo Alternativo”. Notamos que entre Jornalismo Comunitário e Popular, a principal diferença está apenas no ponto de vista em relação ao próprio contexto sociopolítico. O comunitário busca valorizar a cultura e as atividades de uma comunidade, seja ela localizada geograficamente ou através de interesses em comum. O objetivo é que os integrantes dessas comunidades se sintam representados através de histórias, prestações de serviço, reivindicações, etc. Mas, apesar de exigir mudanças, talvez por tentar aproximar a comunidade desses meios de comunicação, o modelo destes segue a ideologia dos grandes meios de massa, ou seja, apesar de ter pautas alternativas, um público pouco representado pelas grandes mídias e não ter como objetivo principal o lucro, o modelo comunitário ainda segue as empresas de comunicação.

Percebemos que o jornalismo popular se difere neste ponto em relação ao comunitário; ele dá apoio e legitima as lutas e reivindicações dos movimentos sociais, que vão desde ONGs, associação de moradores, fundações, órgãos públicos, igrejas, etc., mas sem seguir o modelo das grandes mídias e sempre tentando alcançar de forma rápida e prática alguma mudança na realidade desses movimentos. O objetivo é que por si só as classes sociais consigam promover igualdade entre elas.

Definimos que no Brasil, o Jornalismo Alternativo começou a nascer um pouco antes da ditadura militar, mas teve seu auge durante ela, já que tentava trazer de volta à mídia o questionamento político e o espaço crítico censurado pelos militares. Foi neste ponto que o jornalismo alternativo alavancou no país, trazendo novas características, como a linguagem mais próxima a ouvida nas ruas, que tentava driblar a censura com críticas, humor e opinião. Depois da abertura política, a tecnologia e a falta de investimentos diminuíram a presença dos jornais alternativos no país, predominando os que possuem apoio políticos ou sindicais. Mesmo aqueles que mantêm a característica crítica e independente em relação à política têm baixo investimento e circulação.

Dessa forma, percebemos que a comunicação alternativa está fortemente ligada a segmentos da população que possuem pouca representatividade nas grandes mídias e que procuram uma igualdade entre as outras camadas. O objetivo não é substituir os grandes meios de comunicação ou visar ao lucro, mas apresentar outra interpretação dos fatos de uma forma mais crítica e politizada para que haja diminuição na desigualdade social. A maioria dos temas abordados é excluída pela grande mídia, e por isso a linguagem utilizada é mais próxima ao cotidiano do público-alvo, para que ele possa entender e se sentir representado. Assim, conseguimos atingir o nosso primeiro objetivo específico: discutir o que é comunicação alternativa e quais as suas principais características.

A apresentação do nosso objeto de estudo, o site Choike.Org, no segundo capítulo, deixou claro que se trata de um portal dedicado a coletar, armazenar e divulgar sites, matérias e artigos de ONGs de toda a América do Sul, que mostram diferentes pontos de vista em relação a grande mídia, sobre temas chaves de interesse da sociedade; além de apresentar organizações que buscam a realização dos direitos humanos e a erradicação da pobreza. Mostramos que nosso objeto de estudo é uma publicação diferenciada, trazendo sempre artigos e reportagens que buscam conferir sentido e novas propostas aos grandes fatos políticos, contribuindo para uma compreensão diferenciada dos acontecimentos correntes.

A partir do terceiro capítulo, conseguimos definir o que é notícia, quais os critérios de noticiabilidade usadas pelos jornalistas ao analisar um fato, os valores-notícia e como devem ser os critérios para determinarmos a importância de um fato para transformá-lo em notícia. Discutimos também o que pode influenciar o jornalista na hora de escrever sua matéria: força pessoal, o fator tempo, a rotina, força social, a força sócio-organizacional, extra- organizacional, a força ideológica, e a força cultural. Concluímos que todos esses fatores acabam por direcionando o jornalista em como ele transforma um fato em notícia, e como uma empresa de comunicação acaba definindo o que estará em pauta na imprensa.

No capítulo quatro vimos como a tecnologia está mudando a forma de fazer jornalismo e aumentando a lista de fatores, citada anteriormente que influencia o jornalista. Apesar disso, criam-se também novas mídias, independentes do capital e da publicidade, podendo surgir outras formas de noticiar um fato e divulgá-lo, sem necessariamente precisar de grandes investimentos. Essas novas plataformas mudaram a estrutura de uma notícia e até sua ordem cronológica, mas consideramos isso uma boa mudança para o leitor. É possível se aprofundar em um fato, conhecer diferentes versões sobre ele e criar uma opinião mais consciente de uma forma mais fácil, assim como a internet também favorece as mídias

alternativas a divulgar seu trabalho, reduzindo muito seus custos e podendo ter um contato mais próximo com seu leitor.

Diante de todas as leituras e análises feitas até aqui, podemos dizer que o portal Choike.Org se aproveita de uma nova plataforma, a Internet, para recolher e divulgar conteúdos de toda a América Latina que abordam de uma forma diferenciada assuntos que estão em pauta nas grandes mídias e também aqueles que são pouco discutidos por elas; são usadas fontes pouco exploradas pelos outros meios de comunicação e com uma linguagem simples. Dessa forma, o portal busca se aproximar do leitor e apresentar uma visão alternativa à comum, questionando principalmente as medidas tomadas pelos governos para diminuir a desigualdade social e apresentando propostas para garantir direitos iguais a todas as classes sociais e diminuir o abismo que existe entre elas.

Garantimos, assim, que o portal Choike.Org correspondeu as nossas expectativas iniciais e se mostrou um meio de comunicação alternativa.

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