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Todo o percurso formativo encontra-se plasmado no presente relatório, documento científico, que assegura a transmissão de todo o esforço e empenho, constituindo-se como uma reflexão sistematizada do desempenho da mestranda nos diferentes contextos de estágio. Percurso que permitiu adquirir e desenvolver as competências comuns definidas para enfermeiro especialista, e as definidas como específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica. Importa concluir, refletindo sob duas perspetivas distintas, no que concerne ao termino deste percurso formativo, por um lado, a que se relaciona com a aquisição e desenvolvimento de competências, por outro lado, a que se relaciona com o desenvolvimento do projeto “ CONTINUIDADE DE CUIDADOS EM PEDIATRIA: SER Criança com doença crónica no domicílio -Uma Resposta Pediátrica”.

Considerando os objetivos definidos para o projeto, fazer nota do seguinte, Marinheiro (2002) na sua obra, “Enfermagem de Ligação”, refere que o objetivo em 1998 foi a formalização de pelo menos, dois projetos-piloto de cuidados continuados à criança e adolescente com doença crónica e/ou necessidades especiais, em 2019, duas décadas depois, após o percurso de estágio que realizámos e com base na experiência profissional existente, verificamos que a integração de crianças/jovens e famílias em equipas de cuidados continuados integrados, que entretanto se constituíram, tal como referimos, é praticamente nula. O aumento da doença crónica e da esperança de vida são uma realidade e suscitam a necessidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos.

Considerando que a nossa praxis clínica deve ter o seu alicerce nas respostas existentes para um problema de saúde, nas necessidades sentidas e diagnosticadas, naquilo que preocupa as pessoas, tem o EEESIP o dever de tomá-la em consideração e impulsionar a ação. Potenciar o valor do mestrado ao máximo, integrar o conhecimento e competências adquiridas e conseguir como output deste percurso, a consecução de um projeto de continuidade de cuidados à criança com doença crónica no domicílio, que possa ser implementado numa UCC, contexto real da prática, assume um valor pessoal e profissional imensurável. Pretende-se que este projeto se assuma com

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a consistência necessária para que possa ser implementado, sob a gestão de um enfermeiro gestor de caso, com competência necessária, preferencialmente um Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, integrado numa ECCI, constituindo exemplo para outras UCC e outros ACES do país, abrindo a porta à efetivação de uma resposta pediátrica no âmbito da RNCCI.

Após vários anos de cuidados na área da pediatria, poder trabalhar esta temática sob o olhar do EEESIP constituiu um grande desafio. Ao aceita-lo foi condição conjugar sinergias, para que o trabalho de mestrado pudesse dar forma a um projeto com aplicabilidade na prática profissional, com o desígnio de proporcionar ganhos efetivos em saúde num grupo de população tão vulnerável como as crianças.

O documento produzido conta com o que designamos “Ficha Projeto” que sistematiza toda a informação necessária à sua implementação e uma proposta de protocolo de articulação entre uma instituição hospitalar e um ACES.

Importa reforçar que existe enquadramento legal para a operacionalização de uma resposta pediátrica, é necessário desenvolvê-la, operacionaliza-la, divulga-la e torna-la ágil, através de procedimentos céleres, com mecanismos eficazes de comunicação entre níveis de cuidados, em prol SEMPRE da qualidade de vida da criança/família.

Os cuidados continuados integrados, assumem um forte peso no âmago de uma UCC, que desenvolve o seu trabalho maioritariamente por projetos, será de todo o interesse, garantir à população vulnerável, neste caso particular, as crianças com doença crónica, uma resposta eficiente. Ousaria considerá-la um impulso à inovação, ao desenvolvimento pessoal e profissional. “Em todo o mundo, todos os dias, os enfermeiros estão envolvidos em atividades inovadoras, motivadas pelo desejo de melhorar os resultados nos cuidados prestados ao doente e pela necessidade de reduzir os custos do sistema de saúde.” (OE, 2010a), na maioria das vezes não se dá visibilidade devida.

Com a integração de crianças em ECCI, com uso da metodologia de gestão de caso, conseguimos intervir com base num modelo de gestão integrada de cuidados, centrado na criança/família com doença crónica, modelo que pretende realçar os recursos já existentes no sistema de saúde português que poderão ser otimizados, de modo a maximizar o seu potencial de

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intervenção junto da população alvo, permitindo concomitantemente um maior acesso as cuidados de saúde, de promoção e prevenção de complicações e co morbilidades.

Os enfermeiros têm uma posição privilegiada para fornecer soluções criativas e inovadoras aos quadros crónicos das crianças e famílias e fazer a diferença no dia-a-dia dos doentes, famílias e comunidades (OMS,2002).

Esperamos, para além da sua implementação, poder estimular a vontade de se prosseguirem estudos com resultados concludentes, sobre a criança com doença crónica e a continuidade de cuidados que o SNS lhes oferece, nomeadamente em ganhos em saúde em diferentes domínios: qualidade dos cuidados; prevenção de complicações; redução de custos e concretamente o papel que o EEESIP pode assumir neste processo partindo da premissa de que “(…) a excelência e o poder de enfermagem progridem na boa direção” (Benner, 2001 p.288).

Para concluir, dizer o quanto nos agradou e gratificou a realização deste curso de Mestrado, quer a componente teórica quer os contextos da prática, que juntos contribuíram para a consecução do projeto “Continuidade de Cuidados em Pediatria: SER criança com doença crónica no domicílio- Uma Resposta Pediátrica”.

Considerando que o grande objetivo pessoal, delineado no início deste percurso formativo, foi o de conseguir um contributo real para a prática dos cuidados especializados de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, consideramos o objetivo alcançado.

Na perspetiva da aquisição e desenvolvimento de competências, consideramos ter alcançado no final deste percurso com a consecução do relatório, a performance pretendida para um EEESIP, traduzida na prestação de cuidados de nível avançado à Criança/Jovem e Família. Constitui uma responsabilidade do enfermeiro, desenvolver-se, do ponto de vista pessoal, como também profissional. Efetivamente, cada enfermeiro deve comprometer-se com o seu aperfeiçoamento profissional, ao longo da vida, pela atualização permanente de conhecimentos e desenvolvimento de capacidades/habilidades e competências.

De realçar como contributo para o sucesso deste percurso, a preocupação constante dos professores e enfermeiros orientadores em proporcionarem o maior número de experiências possíveis, no âmbito dos três domínios de competências do EEESIP, proporcionando

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simultaneamente momentos de reflexão critica, foi sobretudo nestas reflexões e discussões entre a teoria e a prática que se realizaram grandes aprendizagens, promovendo o crescimento e a formulação de novas questões, configurando-as em oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal. Numa perspetiva futura, a conclusão deste percurso formativo constitui-se como passo gigante.

Esperamos no final de todo este percurso, ter contribuído para a excelência dos cuidados e acima de tudo para a melhoria da qualidade de vida das crianças/jovens e famílias, um direito que lhes assiste, e "o enfermeiro deve ser proactivo na defesa desses direitos e agir como garante de cuidados de saúde de alta qualidade, acessíveis, equitativos e adequados que afirmem a Saúde como um direito humano básico, motor do desenvolvimento das sociedades" (Martins, 2011, p. 11).

É com enorme orgulho que tecemos a consideração final de que consideramos ter atingido todos os objetivos propostos para obtenção do título de EEESIP e do grau de Mestre.

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APÊNDICE I – Flyer Divulgação “Semana da Criança”

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APÊNDICE II – Poster “Semana da Criança”

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APÊNDICE III – Planeamento da Sessão de Educação para a Saúde: “Diabetes e a

Escola”

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PLANO DE SESSÃO

Tema: “Diabetes e a Escola”

Local: Escola Data: 30 /10/2018 Hora: 14 h-17h Objetivo geral:

- Sensibilizar a comunidade escolar para a intervenção junto das crianças e jovens com DM1 que frequentam a escola.

Objetivos específicos:

- Apoiar a gestão da DM1 em contexto escolar - Integrar conhecimentos da DM1

- Promover a Inclusão das crianças e jovens com DM1 nas escolas

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS METODOLOGIA RECURSOS

PEDAGOGICOS

TEMPO FORMADOR(ES)

- O que é a Diabetes

- Diferenças entre a DM1 e DM2 - Orientações

- Insulinoterapia: Tipos de insulina e técnicas de administração - Alimentação

- Exercício Físico

- Complicações: Hipoglicémia e Hiperglicémia; cetoacidose diabética. Como atuar.

- Autovigilância

- Plano de saúde individual (PSI)

Expositiva, seguida de debate Computador; Projetor 3h Enfª Raquel Santos

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APÊNDICE IV – Revisão Integrativa da Literatura: Continuidade de Cuidados em

Pediatria: SER criança com doença Crónica no domicílio O Enfermeiro Gestor de

Caso-

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CONTINUIDADE DE CUIDADOS EM PEDIATRIA: SERcriança com doença crónica no domicílio

-O Enfermeiro Gestor de Caso-

Raquel Rovisco Santos (raquel.rovisco.santos@estudantes.ips.pt) Licenciada pela Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian de Lisboa. 1

Ana Lúcia Ramos (ana.ramos@ips.pt)- Professora Doutora do Departamento de Enfermagem.2

1 Estudante do Mestrado em Enfermagem em Associação, Área de Especialidade de Saúde Infantil e Pediátrica – nº 170531017 da Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal 2017/2018.

2 Docente Orientadora da UC Estágio Final do Mestrado em Enfermagem em Associação – Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal 2017/2018.

RESUMO

Contexto: Perante a diversidade dos contextos de saúde, com todas as especificidades que lhes

são inerentes, os enfermeiros são continuamente confrontados com desafios subjacentes ao seu papel de gestores de caso, assumindo-se como pivots no processo de cuidados, onde a coordenação, comunicação e articulação com os diferentes intervenientes do sistema de saúde se revela crucial para uma prestação de cuidados de excelência. Objetivo: Identificar na literatura científica estudos que identifiquem o uso do modelo de gestor de caso, como um modelo de gestão dos cuidados, promotor da qualidade dos cuidados à criança com doença crónica complexa, em contexto domiciliário. Método: Estudo de Revisão Integrativa da literatura, segundo o modelo do Joanna Briggs Institute (1) . Foi utilizada a base de dados B-ON, em dezembro de 2018, utilizando os descritores MESH: case management; quality of health care, nurses com o operador "booleano" "AND". Foram incluídos artigos completos, em inglês com data de publicação entre 2014 e 2018. Dos 712 artigos encontrados, foram incluídos 5. Resultados: Os resultados indicam uma melhoria custo-eficácia dos cuidados, demonstrando os seus benefícios em contexto domiciliário, conforme os conceitos definidos pelo atual Plano Nacional de Saúde (PNS) (2), ao nível da acessibilidade, equidade e adequação dos cuidados, através do modelo de gestão de caso. Conclusão: Evidenciou-se uma clarividência de um aumento significativo da qualidade de vida das pessoas com doença crónica complexa, quando integradas e acompanhadas por equipas multidisciplinares, cujo modelo aplicado seja a gestão de caso, que na maioria dos estudos é assumida pelo Enfermeiro.

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APÊNDICE V – Ficha de Projeto

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Designação do projeto CONTINUIDADE DE CUIDADOS EM PEDIATRIA: SER criança com

doença crónica no domicílio- ECCI, uma resposta pediátrica

Instituição promotora Agrupamento de Centros de Saúde – Unidade de Cuidados na Comunidade

Responsável Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica na Unidade de Cuidados na Comunidade na Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI)

Parceiros do projeto Centro Hospitalar da área de abrangência do ACES. Como referenciadores: Unidades Funcionais do ACES e outros Centros Hospitalares

Problema que procurou solucionar

Inexistência de acompanhamento de crianças com doença crónica complexa no domicílio, com base num modelo de gestão integrada centrado na criança/família, alicerçado na parceria de cuidados. Abertura de resposta pediátrica, de âmbito domiciliário, na RNCCI, prevista na Lei desde 2015.

Como surgiu a ideia Dada a experiência de trabalho em Pediatria, concretamente na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do HDE, foi possível detetar uma inadequada e ineficiente resposta da comunidade às necessidades clínicas e psicossociais das crianças com doença crónica complexa. Esta situação tem um impacto negativo muito significativo nas famílias, na sociedade e em última análise nos sistemas de saúde existentes atualmente.

Aliado ao aumento da esperança de vida das crianças com doença crónica, a que assistimos nos últimos anos, nomeadamente pelo avanço tecnológico cada vez mais acentuado, temos a pressão sobre o serviço nacional de saúde, por um lado, e a exigência da

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Como refere o antigo Coordenador Nacional para a Reforma do Serviço Nacional de Saúde na área dos Cuidados Continuados Integrados, Dr Manuel Lopes, “(…) é claro para nós que o âmago de uma rede desta natureza deve ser a casa das pessoas” (…). Assim sendo, estando agora na comunidade, concretamente na UCC, a exercer de funções na ECCI, emerge a necessidade de desenvolver um projeto que operacionalize integração de crianças e jovens na tipologia da Rede Nacional de Cuidados Continuados- ECCI.

No seu programa para a saúde, o Governo estabelece como prioridades expandir a resposta em cuidados continuados a todos os grupos etários e melhorar a integração da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

Indo ao encontro destes pressupostos e para desempenhar com elevado grau de diferenciação, a responsabilidade de enfermeira gestora de caso, mentora deste projeto, integrei o Mestrado em Enfermagem com especialização em Saúde Infantil e Pediátrica. Conjugando sinergias, académicas e profissionais, seria possível dar corpo e alma ao projeto.

Descrição do projeto Assentando numa visão de proximidade com os cidadãos, o presente projeto tem como missão melhorar a qualidade de vida da criança/família que ficam privadas do seu projeto de vida em consequência da doença crónica. O diagnóstico inaugural é feito habitualmente em contexto hospitalar, onde os pais são confrontados com uma série de exigências para as quais não estão preparados. Passam por um processo penoso de adaptação a uma nova realidade no qual o enfermeiro assume um papel