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O DEPEN por meio do INFOPEN desenvolve o trabalho de divulgação dos dados sobre o sistema carcerário da melhor forma que é possível, e promove o direito fundamental à informação concernente ao campo que atua além de gerar, como consequência, outro direito fundamental, o acesso à justiça, ambos presentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. Entretanto, muita coisa poderia melhorar. A frequência da publicação dos relatórios, por exemplo, como uma meta, pelo menos anual. Não existe um padrão temporal e não são todos os estados que mantém seus dados atualizados.

O CNJ, por meio das informações divulgadas, cada vez mais busca propagar o uso de políticas criminais humanizadoras e que buscam a ressocialização do ex detento e, diferente do cenário prisional que se encontra hoje – um ambiente autoritário, violento e segregador – visa promover a ressocialização das pessoas.

É evidente que ações como aumentar a transparência dos atos dos poderes, dos dados carcerários e investir em políticas criminais, por si só, não irão resolver todos os problemas relacionados ao sistema carcerário brasileiro, o buraco é bem mais embaixo. No entanto, também é necessário não deixar que o sistema penitenciário, seus integrantes, as causas que os levaram até ali e o caminho que seguirão após o cumprimento da pena, caiam no esquecimento ou imaginar que uma mudança de todo esse sistema seja uma utopia, onde hoje nada pode ser feito para que hajam melhorias.

É necessário tratar de temas como esse, que à primeira vista parecem genéricos, mas que fazem parte do dia a dia de centenas de milhares de brasileiros, encarcerados ou não (como familiares e profissionais que também lidam com essa realidade). Dar à população a oportunidade de obter conhecimento também sobre isso, acompanhar o andamento da evolução (ou mesmo regressão) do sistema carcerário é de suma importância, uma vez que a segurança pública é um assunto que diz respeito à toda a população.

A pena deve cumprir suas finalidades de prevenção, repressão e, sobretudo, ressocialização, quando for possível e quando for da vontade do próprio condenado (na última hipótese), e cabe ao Estado, junto com a sociedade, proporcionar um meio em que a pessoa possa recomeçar sua vida de forma digna.

Uma vez que o Brasil se constitui em um Estado Democrático de Direito, é necessário que sejam respeitados os direitos e garantias fundamentais e efetivamente cumpridos pelas autoridades, entretanto, nem sempre isso acontece. Para que haja uma ratificação do país

efetivamente como um Estado Democrático de Direito, esses princípios devem ser respeitados e efetivados de forma plena e para que isso aconteça, a Justiça deve ser garantida de forma equânime e digna para todos.

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