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A formação e atuação do professor de Língua Portuguesa deve se respaldar na apropriação das teorias estudadas durante sua formação, e em um processo de reflexão constante. E, apesar da resistência de grande parte dos professores em relação a planejar aulas, identificamos que essa se trata de uma prática não apenas de planejar, mas também de refletir sobre a formação e atuação do docente de LP.

Uma vez que a disciplina de LP se trata de uma disciplina correspondente ao nosso meio social, por abordar de modo específico, a linguagem como uma prática social, e fator individual e coletivo, o ensino desta deve estabelecer critérios e objetivos a serem alcançados.

O planejamento de ensino é uma forma de delinear as ações docentes, de modo que auxilia o professor nos objetivos e execução de suas aulas. Se o planejamento é realizado de modo consciente e reflexivo, este virá a interferir positivamente no processo de ensino/aprendizagem de LP. Mas se ele ocorre de forma superficial, imatura, isso prejudicará esse processo. Uma vez que o professor deve agir como articulador do ensino, planejando e refletindo assim, sobre suas ações.

Quando o professor planeja suas ações, este tem a possibilidade de refletir sobre a própria atuação, então, seu planejamento é também refletido na realização de tarefas do seu cotidiano. Se o professor não planeja suas ações, as possibilidades do ensino fracassar se tornam bastante presentes. Pois, sabemos que por mais que o professor de LP domine seu conteúdo, lidar com a linguagem se torna “perigoso”, isso porque abordar um texto por exemplo, permite mais de uma interpretação, então, é necessário que antes de abordar, como

parte do ato de planejar, o professor se aproprie do conteúdo, quantas vezes achar preciso. Portanto, o planejamento interfere diretamente no processo de ensino/aprendizagem de LP.

Vimos durante a análise de nossos dados que, o ato de registrar aulas se diferencia de acordo com o professor, e também com a instituição. Contudo, ficou claro que se o professor planeja suas aulas, se põe a pesquisar, selecionar materiais, textos, ele certamente dominará sua aula, e assim, consequentemente, considerando o que é solicitado para preenchimento da aula no diário de classe, o docente não terá dificuldade quanto ao modo de registrar sua aula, desde que este domine a linguagem, para então descrever suas ações. Ainda assim, o plano de aula pode servir como apoio para que este registro seja feito, visto que o tempo de aula, geralmente é insuficiente para a realização deste tipo de tarefa.

Portanto, como já exposto, planejar o ensino é uma atividade não apenas de elaboração e seleção de conteúdo para uma aula, nem mesmo apenas o cumprimento de elaboração de material burocrático do setor pedagógico, mas também oportuniza que o docente durante sua produção reflita sobre sua prática e atuação, possibilitando que esse repense como sua prática tem se propagado, se está ou não contribuindo para o processo de ensino/aprendizagem de LP. E a prática de registrar aula, surge após a execução da aula, como um segundo meio para que o professor novamente reflita se sua aula tem alcançado os objetivos propostos, por ele durante o planejamento.

Nossa pesquisa nos propiciou discutir e compreender como o ato de planejar aulas, interfere positivamente no processo de ensino/aprendizagem de LP, contribui na atuação docente, refletindo na execução de tarefas que compõem a rotina pedagógica do professor, e possibilita que o ensino ocorra de modo, que os objetivos propostos na disciplina de LP, sejam alcançados.

Entendemos assim que, planejar é um ato humano que precisa estar presente em todas as esferas da sociedade, no entanto, em relação ao ensino, este é um ato indispensável, visto que atrelado ao planejamento, há o processo de ensino/aprendizagem de LP, e atuação docente.

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