• Nenhum resultado encontrado

Os nossos trabalhos mostraram a distribuição e a interação entre alguns componentes da MEC, como colágeno IV, MMP-2 e MMP-9, durante o remodelamento do músculo esquelético em rato após criolesão. Estas proteínas teciduais sofrem modificações durante a organização da MEC nas diferentes etapas do remodelamento do músculo TA.

A análise da MEC foi realizada nestes estudos pela técnica imunoistoquímca que permite a observação da distribuição das proteínas teciduais juntamente com a análise da morfologia. Assim pode-se estabelecer uma correlação entre a imunomarcação do colágeno IV, da MMP-2 e MMP-9 e as diferentes fases do reparo muscular. Esta metodologia tem sido pouco utilizada em músculos esqueléticos, principalmente para avaliar a composição e distribuição da MEC.

A análise morfológica dos músculos depois da criolesão mostrou remodelamento completo após 3 semanas e a imunomarcação mostrou uma correlação inversa entre o colágeno IV e as MMP-2/ MMP-9.

Na fase de remodelamento muscular após 7 dias houve aumento da presença de colágeno IV e foi verificada a diminuição da marcação da MMP- 2/MMP-9, concomitantemente com a diminuição da atividade enzimática da MMP-2.Neste momento, morfologicamente há maior formação de novas fibras ainda imaturas e síntese de colágeno tecidual.Assim sendo, justifica-se o aumento da imunomarcação de colágeno IV e diminuição das MMPs tanto do ponto de vista imunoistoquímico como de atividade enzimática.

Nas fases mais tardias (14 e 21 dias) o colágeno IV mostrou diminuição gradual da imunomarcação enquanto que, as MMPs aumentaram. Na zimografia a MMP-2 exibiu, nestes dois períodos, atividade semelhante aos músculos controles.

No período de 14 dias, morfologicamente o músculo apresentava-se remodelado, porém algumas células exibiam ainda núcleo centralizado, indicativo de imaturidade celular e a MEC não se mostrou remodelada de forma semelhante ao músculo controle. O colágeno IV delineou de forma tênue apenas as fibras maduras e esteve de forma difusa nas áreas de fibras

imaturas. Paralelamente as MMPs mostraram pequena imunomarcação e baixa atividade enzimática. Se correlacionarmos estes achados entre si pode-se inferir que a diminuição da atividade de MMP-2 neste período ocorre para que o colágeno IV possa se manter em níveis teciduais necessários, maior do que o normal (controle), para auxiliar na orientação e maturação das fibras que só ocorrem após 21 dias.

Aos 21 dias pode-se verificar tanto morfologiamente, como do ponto de vista imunoistoquímico e enzimático, que há um restabelecimento morfológico do tecido muscular e um padrão de MEC semelhante ao controle.

Neste contexto, estes dados são importantes para que condutas reabilitadoras sejam aplicadas de forma a não gerar maior dano tecidual e possam propiciar um remodelamento adequado da MEC, restabelecendo a integridade morfológica e funcional do músculo afetado.

O modelo de criolesão se mostrou importante para o estudo da MEC e poder ser utilizado para estudar diferentes técnicas terapêuticas que visem melhorar a reparação muscular e para entender de forma mais detalhada os efeitos desses processos nos componentes teciduais.

Referências Bibliográficas

1. Kirkendall DT, Garrett WE Jr. Clinical perspectives regarding eccentric muscle injury. Clin Orthop Relat Res. 2002;(403 Suppl):S81-9.

2. Huard J, Li Y, Fu FH. Muscle injuries and repair: current trends in research. J Bone Joint Surg Am 2002; 84:822-32.

3. Seale P, Rudnicki MA. A new look at the origin, function, and "stem-cell" status of muscle satellite cells. Dev Biol. 2000; 218:115-24.

4. Grounds MD, White JD, Rosenthal N, Bogoyevitch MA. The role of stem cells in skeletal and cardiac muscle repair. J Histochem Cytochem 2002; 50:589-610.

5. Chan YS, Li Y, Foster W, Horaguchi T, Somogyi G, Fu FH, Huard J. Antifibrotic effects of suramin in injured skeletal muscle after laceration. J Appl Physiol. 2003; 95:771-80.

6. Gomez, M. The physiology and biochemistry of soft tissue healing. Rehabilitation of Injured Knee, 2nd Ed. 34-44, 1995.

7. Kjaer M. Role of extracellular matrix in adaptation of tendon and skeletal muscle to mechanical loading. Physiol Rev 2004; 84:649-98.

8. Chakraborti S, Mandal M,Das S, Mandal A, Chakraborti T. Regulation of matrix metalloproteinases.Mol Cell Biol 2003; 253:269 –285.

9. Carmeli E, Moas M, Reznick AZ , Coleman R. Matrix metalloproteinases and skeletal muscle: a brief review. Muscle Nerve 2004; 29: 191–197. 10. Foidart M, Foidart JM, Engel WK. Collagen localization in normal and

fibrotic human skeletal muscle. Arch Neurol. 1981; 38:152-7.

11. Myllylä R, Myllylä VV, Tolonen U, Kivirikko KI. Changes in collagen

metabolism in diseased muscle. I. Biochemical studies. Arch Neurol. 1982;39:752-5.

12. Salonen V, Lehto M, Kalimo M, Penttinen R, Aro H. Changes in

intramuscular collagen and fibronectin in denervation atrophy. Muscle Nerve. 1985; 8:125-31.

13. Han XY, Wang W, Komulainen J, Koskinen SO, Kovanen V, VihkoV, Trackman PC, Takala TE. Increased mRNAs for procollagens and key regulating enzymes in rat muscle following downhill running. Pflugers

Arch 1999; 437: 857–864.

14. Kovanen V, Suominen H, Risteli J, and Risteli L. Type IV collagen and laminin in slow and fast skeletal muscle in rats—effects of age and life- time endurance training. Coll Relat Res. 1988; 8: 145–153.

15. Myllylä R, Salminen A, Peltonen L, Takala TE, Vihko V. Collagen

metabolism of mouse skeletal muscle during the repair of exercise injuries. Pflugers Arch. 1986; 407:64-70.

16. Savolainen J, Väänänen K, Vihko V, Puranen J, Takala TES. Effect of immobilization on collagen synthesis in rat skeletal muscles. Am J Physiol. 1987; 252:R883–R888.

17. Zimmerman SD, McCormick RJ, Vadlamudi RK, Thomas DP. Age and training alter collagen characteristics in fast-and slow-twitch rat limb muscle. J Appl Physiol. 1993; 75: 1670–1674.

18. Koskinen SO, Kjaer M, Mohr T, Sørensen FB, Suuronen T, Takala TE. Type IV collagen and its degradation in paralyzed human muscle: effect of functional electrical stimulation. Muscle Nerve. 2000; 23: 580-9.

19. Koskinen SO, Wang W, Ahtikoski AM, Kjær M, Han XY, Komulainen J, Kovanen V, and Takala TES. Turnover of basement membrane type IV collagen in exercise-induced skeletal muscle injury. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 280: R1292– R1300, 2001.

20. Stetler-Stevenson WG. Dynamics of matrix turnover during pathologic remodeling of the extracellular matrix. Am J Pathol. 1996; 148:1345-50. 21. Massova I, Kotra LP, Fridman R, Mobashery S. Matrix

metalloproteinases: structures, evolution, and diversification. FASEB J. 1998 Sep;12(12):1075-95.

22. Verzola RM, Mesquita RA, Peviani S, Ramos OH, Moriscot AS, Perez SE, Selistre-de-Araújo HS. Early remodeling of rat cardiac muscle induced by swimming training. Braz J Med Biol Res. 2006; 39(5):621-7. 23. Haas TL, Milkiewicz M, Davis SJ, Zhou AL, Egginton S, Brown MD,

Madri JA, Hudlicka O. Matrix metalloproteinase activity is required for activity-induced angiogenesis in rat skeletal muscle. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2000; 279: H1540–1547.

24. Carmeli E, Moas M, Lennon S, Powers SK. High intensity exercise increases expression of matrix metalloproteinases in fast skeletal muscle

fibres. Exp Physiol. 2005; 90: 613-9.

25. Van Gieson EJ, Skalak TC. Chronic vasodilatation induces matrix metalloproteinase 9 (MMP-9) expression during microvascular remodeling in rat skeletal muscle. Microcirculation. 2001; 8: 25–31.

26. Rucavado A, Escalante T, Teixeira CF, Fernandes CM, Diaz C, Gutierrez JM. Increments in cytokines and matrix metalloproteinases in skeletal muscle after injection of tissue-damaging toxins from the venom of the snake Bothrops asper. Mediators Inflamm. 2002; 11:121-8.

27. Aoki MS, Miyabara EH, Soares AG, Salvini TF, Moriscot AS. Cyclosporin-A does not affect skeletal muscle mass during disuse and recovery. Braz J Med Biol Res. 2006; 39:243-51.

28. Miyabara EH, Martin JL, Griffin TM, Moriscot AS, Mestril R. Overexpression of inducible 70-kDa heat shock protein in mouse attenuates skeletal muscle damage induced by cryolesioning. Am J Physiol Cell Physiol. 2006; 290:C1128-38.

29. Salvini TF, Morini CC, Selistre-de-Araujo HS, Ownby CL. Long-term regeneration of fast and slow murine skeletal muscles after induced injury by ACL myotoxin isolated from Agkistrodon contortrix laticinctus (Broad-banded copperhead) venom. Anatom Rec. 1999; 254:521-333. 30. Irintchev A, Zweyer M, Cooper RN, Butler-Browne GS, Wernig A.

Contractile properties, structure and fiber phenotype of intact and regenerating slow-twitch muscles of mice treated with cyclosporin A. Cell Tissue Res. 2002; 308:143-56.

31. Miyabara EH, Aoki MS, Soares AG, Moriscot AS. Expression of tropism- related genes in regenerating skeletal muscle of rats treated with cyclosporin-A. Cell Tissue Res. 2005; 319:479-89.

32. Miyabara EH, Tostes RC, Selistre de Araújo HS, Aoki MS, Salvini TF, Moriscot AS. Cyclosporin A attenuates skeletal muscle damage induced by crotoxin in rats. Toxicon. 2004; 43:35-42.

ANEXO I

Prezado (a) Colaborador (a)

Vimos pela presente, acusar o recebimento de seu artigo

“Remodelamento do músculo esquelético: papel da matriz extracelular”

manuscrito 626 ao Conselho Editorial desta revista. Solicitamos que grave o

número do mesmo, pois todo contato posterior a esse será feito através desse número.

No momento estamos apreciando o conteúdo de seu artigo, assim que tivermos um parecer entraremos em contato.

Sem mais para o momento, agradecemos com os votos de estima e consideração.

Conselho Editorial

Prof

a

Dr

a

Auristela Duarte Lima Moser

Editora da Revista

Documentos relacionados