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Sabe-se que os contextos educativos estão repletos de experiências emocionais intensas que afectam a aprendizagem e, subsequentemente, o desempenho académico dos alunos tendo impacto na motivação do aluno (Pekrun, Goetz, Titz & Perry, 2002a, 2002b).

É sabido que o tema das emoções durante muito tempo foi alvo de poucas investigações, à excepção da ansiedade. Das, poucas, investigações realizadas neste campo, sempre se realçou a importância de um aprofundamento das emoções com a motivação, pois era sabido que poderia haver relações entre estes dois constructos, uma vez que são duas variáveis essenciais para o desempenho dos alunos. Neste sentido, o presente estudo, contribuiu, de certa forma, para um melhor conhecimento acerca das emoções, sendo possível retirar algumas conclusões e fazer algumas considerações em relação às emoções que são experienciadas pelos alunos.

Este estudo contribuiu para que houvesse uma melhor compreensão da relação existente entre as emoções experienciadas, na disciplina de matemática; as emoções experienciadas pelos alunos, consoante o género; as emoções mais experienciadas de acordo com o desempenho académico e a relação entre a motivação e as emoções em situação de aula e em situação de estudo.

De um modo geral, os resultados obtidos no presente estudo, permitem verificar que o género dos alunos apenas influencia significativamente a valência das emoções, mas também realçou que o facto dos alunos serem do género feminino não influencia os níveis de ansiedade na disciplina de matemática, nomeadamente nas situações de aula e de estudo. Já em relação ao desempenho académico dos sujeitos, para a disciplina de matemática, pode-se verificar que este tem influência no tipo de emoções que o sujeito vivencia, isto é, se um aluno apresenta um desempenho académico positivo, é normal que esse mesmo aluno vivencie mais emoções positivas, visto estar satisfeito com o seu rendimento. Relativamente à motivação dos sujeitos, verifica-se que estes se relacionam de forma significativa com as várias emoções experienciadas na disciplina de matemática, podendo existir relações positivas, onde a motivação e as emoções se relacionam no mesmo sentido, e também relações negativas, onde a motivação e as emoções se relacionam em sentido inverso.

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Como qualquer investigação, o presente estudo, também comportou algumas limitações. É de salientar que, apesar do questionário das emoções de realização ter uma boa consistência interna, foi referido pela maioria dos alunos, que participaram neste estudo, a excessiva extensão do mesmo. Para além disto, este questionário, foi aplicado de uma só vez, juntamente com os restantes questionários (questionário socio-demografico e Escala de Motivação de Skaalvik), devido à disponibilidade de aplicação proposta pelas escolas onde foram recolhidos os dados do presente estudo.

Apesar destas limitações, considera-se que este estudo, prestou um contributo importante ao adaptar e testar o questionário das emoções de realização (AEQ) à disciplina de matemática, não validado para a população portuguesa. Seria interessante se em estudos futuros existisse uma versão que permitisse avaliar as emoções dos professores no mesmo contexto.

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