• Nenhum resultado encontrado

Pode-se observar que vivemos como numa guerra, de um lado o Fisco e do outro o contribuinte. O Fisco buscando arrecadar cada vez mais, esgotando todas as formas de atividade econômico para instituir ou majorar tributos. De outro lado, o contribuinte procurando todas as brechas na lei para reduzir o impacto do aumento da carga tributária. O Fisco contra ataca modificando conceitos jurídicos e criando legislações, sem se dar conta do conteúdo do texto constitucional. O contribuinte, envolto ao emaranhado legal, tem medo até de buscar seus direitos constitucionais, sob a ameaça do Fisco de exigir uma, entre as tantas obrigações que lhe são impostas e que dificilmente podem ser cumpridas em sua totalidade.

A concepção do tributo como um dever do contribuinte tem sido freqüentemente defendida como uma forma de torná-lo por sua natureza, justificável e sobretudo, inquestionável. Como exemplo desta doutrina vide o artigo 3º do CTN (em relação ao gênero tributo) e o art. 16 (quanto a espécie “imposto”). Em outras palavras: o imposto é devido porque a lei o instituiu e portanto: nenhuma contrapartida existe da parte da entidade estatal.

O Fisco diz que a carga tributaria é elevado em virtude da sonegação e o contribuinte alega que sonega porque a carga tributaria é elevada. Vive-se num círculo vicioso sem precedentes e enveredados numa hipocrisia onde toda a sociedade é prejudicada.

É esta a imagem que o fisco tem do contribuinte, de meros sonegadores. Aliás não muito distante do conceito de contribuinte de NOGUEIRA: “a figura do contribuinte em todas as épocas e lugares tem sido usada como instrumento, com maior ou menor eficiência, para camuflar a realidade: apropriação do patrimônio (riqueza) de uns (os mais fracos) em proveito de outros (os mais poderosos).”156

156 NOGUEIRA, Alberto. A Reconstrução dos direitos humanos da tributação. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. p. 111.

Os empresários, de uma forma geral, não sonegam e nem admitem tal prática. Aqueles que negociam com preços menores do que os de mercado excluindo o valor dos tributos, enganam-se, pois estão criando um passivo fiscal, que terão que responder quando da verificação do Fisco. Estes que assim agem, deturpam o mercado e são odiados por seus concorrentes que recolhem rigorosamente em dia seus tributos.

Por isso mesmo tampouco se concebe, na perspectiva de um Estado Democrático de Direito, que a “sonegação” fique sob a vigilância apenas do Estado.

Não se pode viver num mundo de hipocrisias por meros caprichos. O Estado se faz necessário para regular a vida do ser humano em sociedade, e para tanto é preciso contribuir. O contribuinte não quer se esquivar desta obrigação, mas quer fazê- lo com dignidade e não sob coação abusiva.

O próprio Hobbes em seu aclamado Levitã concluiu pela necessidade do Estado. Aqui no Brasil Alfredo Augusto Becker, numa perspectiva normativista a Kelsen concluiu no mesmo sentido da necessidade do Estado.

Se temos uma lei maior, esta deve servir a todos; administrando e administrado, e não apenas ao primeiro. Quem constrói a Constituição é a Assembléia Constituinte e não um dos membros do Estado. Não é o judiciário, nem o executivo, nem mesmo o legislativo por si só. E mesmo aqueles que fizeram a Constituição a ela estão adstritos. Por isso mesmo ninguém pode desrespeita-la, nem suas letras, nem seu espirito.

Na teoria de NOGUEIRA, o Estado tem se utilizado do tributo como meio de dominação, também chamada de violência virtual ou simbólica e cita Louis Althusser, Terry Ealgleton, Vilfredo Pareto, Marx, Engels que já doutrinavam esta idéia em suas épocas.

Isso talvez explique porque se tenta cada vez mais obter-se poder, e ao mesmo tempo recursos, pois sem ele é difícil manter-se no poder.

Quanto à defesa do contribuinte há diversos princípios constitucionais tributários, capazes de nortear os procedimentos tributários dos seus agentes e de seus obrigados.

a competência de tributar, tem o Fisco se esquivado de seu conteúdo e lançado mão de expedientes que frontalmente a contrariam produzindo verdadeiros abusos, transformando a sua competência de tributar em poder abusivo de tributar. E lembrando as palavras já citadas de MACHADO157 “(...) quem exerce o poder tende a

dele abusar (...)”.

O fisco tem se utilizado de normas para contrariar princípios, o que é um absurdo jurídico. Por isso mesmo a correta posição de BASTOS:

O Direito Tributário é um conjunto de normas e princípios enucleados pelo conceito de tributo. Há, sem dúvida, um conglomerado de regras de Direito que apresentam como denominador comum o terem por objeto a atividade tributária do Estado. Aqui o destaque se põe em ‘normas’ e em ‘princípios’, o que revela um certo equilíbrio, na medida em que as ‘normas’ de regra são postas pelo Estado, enquanto que os ‘princípios’ se localizam mais próximos do contribuinte (freqüentemente funcionando como mecanismos de defesa e, decorrentemente, restringindo o campo de atuação do Estado).158

Desde de a última constituição em vigor, a de 1988, o Fisco passou a legislar em proveito próprio, tendo em vista a possibilidade de editar medidas provisórias (art. 60) e principalmente, poder reeditá-las ilimitadamente.

Este expediente tornou ainda maior o poder de tributar do Fisco, diminuindo ainda mais os poucos direitos dos contribuintes.

Bom lembrar MONTESQUIEU, na lição do seu livro VIII, que se abre sobre a frase: “A força dos princípios entranha tudo. A corrupção de cada governo começa quase sempre pela dos princípios”.159

Assim, tornou-se diuturnas as abusividades cometidas pelo Fisco contra o contribuinte, que se viu espremido contra o muro, diante de tantas exigências que tem de suportar.

Por isso mesmo, a necessidade urgente de um ordenamento que possa reequilibrar as relações entre Fisco e contribuinte.

157 MACHADO, Hugo de Brito, op. cit., p. 64.

158 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito financeiro e de direito tributário. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 1995. p. 95.

Não se trata de algo que reduza o direito da administração Fazendária em constituir o seu crédito, muito menos de promover fiscalização aos contribuintes, mas simplesmente de promover ações sob a égide da constituição Federal, privilegiando seus direitos, e tratando com urbanidade seu principal cliente.

Em outros países já existe este ordenamento, na França, bem mais moderno que na Itália: lá já existe a ‘Carta do contribuinte que, com base no disposto no art. 10 do Livro de procedimentos fiscais, deve ser notificado o contribuinte na oportunidade de toda atividade de lançamento. Na Alemanha existe o código geral do imposto (cd. ‘Abgabenordnung’ abreviado — AO) instituído com a lei de 13 de dezembro de 1919, seguidamente modificado e atualizado por último com a lei de 25 de setembro de 1990.160

Também a Espanha possui uma norma de defesa do contribuinte que inclui o controle dos gastos públicos, ou a aplicação dos recursos obtidos pela arrecadação dos tributos, num sistema muito mais perfeito do que o nosso orçamento anual.

E é exatamente nesta direção que devemos caminhar num controle dos atos administrativos que compreende todo o ciclo tributário de arrecadação, gestão e aplicação. Não podemos nos arraigar ao conceito do art 16 do CTN que o imposto tem que ser pago sem reclamar por sua contrapartida.

É certo que se trata de vinculação de obrigação e esta não pode existir mesmo, mas deixar ao bel prazer da administração pública a finalidade do tributo seria uma irresponsabilidade de quem cumpre com sua parte da obrigação.

Esta relação entre imposição tributaria e garantia dos direitos do contribuinte deve ocorrer de forma harmoniosa na busca da justiça fiscal.

É certo que toda relação por si só tende a ser conflituosa pois nem sempre se distingue com profundidade os direitos uns dos outros.

É cediça a dificuldade de encontrar um meio termo entre o que é necessário tributar e o ponto máximo suportado pelo contribuinte, mas o respeito a constituição é um passo para o encontro deste equilíbrio de bom relacionamento entre Fisco e Contribuinte.

Com a participação de todos contribuintes e Fisco, numa relação equilibrada, poderão juntos atingir a justiça Fiscal, na medida de seus direitos e obrigações desde que ambos respeitem a constituição sob um mesmo ângulo.

O Estatuto do Contribuinte tem como colaborar para equilibrar a relação entre ambos. Por isso remete aos princípios Constitucionais. Uma relação só coexiste se ambos forem dotados de mesmo poder e estão num mesmo nível de condições.

Atualmente o contribuinte esta aquém de tudo, marginalizado e desprovido dos mínimos direitos. Com um instrumento normativo que acolha seus direitos haverá um reequilíbrio de poderes e condições de igualar-se em direitos frente ao Fisco.

Em síntese ninguém admite relacionamentos mal sucedidos e todos torcem por um final feliz, é este o final feliz que esperam todos os contribuintes deste pais, ver seus direitos valerem, e por isso mesmo a criação de um Estado que albergue estas necessidades, para que todos saiam felizes nesta relação urge a aprovação do ESTATUTO DO CONTRIBUINTE.

SIGLAS

ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade

CADIN – Cadastro Informativo dos Créditos de Órgãos e Entidades Federais não Quitados

CF – Constituição Federal

CND – Certidão Negativa de Débito

COFINS – Contribuição para o Finaciamento da Seguridade Social CPC – Código de Processo Civil

CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CSSL – Contribuição Social Sobre o Lucro

CTN – Código Tributário Nacional DOU – Diário Oficial da União

FAC – Ficha de Atualização Cadastral

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ILL – Imposto sobre Lucro Líquido

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IR – Imposto de Renda

IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica LC – Lei Complementar

MP – Medida Provisória

PASEP – Programa de Integração Social PEC – Projeto de Emenda Constitucional PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Integração Social RE – Recurso Extraordinário

S A - Sociedade Anônima

SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia dos Títulos Públicos Federais SRF – Secretaria da Receita Federal

STF – Supremo Tribunal Federal STJ – Superior Tribunal de justiça TRF – Tribunal Regional Federal

REFERÊNCIAS

ALMERIDA, JL Bulhões de. Finanças e demonstrações financeiras da cia. Rio de Janeiro: Forense, 1989. p. 455.

ALVIM, Arruda. Manual de processo civil. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1986. v.1.

ALWIN, Eduardo Arruda. Mandado de segurança no direito tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998. p. 28.

ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributaria. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1975. p. 131-133.

ATALIBA, Geraldo. Palestra realizada no VII congresso brasileiro de direito

tributário, São Paulo de 15 a 17.9.93.

ATALIBA, Geraldo; GIARDINO, Cleber. Revista de Direito Tributário, São Paulo, Revista dos Tribunais, v. 10, n. 35, p. 162.

BASTOS, Celso Ribeiro. Comentários à Constituição de 1988. São Paulo, Saraiva, v. 2, p. 63, 1998.

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito financeiro e de direito tributário. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 1995. p. 95.

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e tributário. São Paulo: Resenha, 1991. p. 96-97.

BASTOS, Celso. Curso de direito constitucional. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1991. p. 358.

BECKER, Alfredo Augusto. Teoria geral do direito tributário. 3 ed. São Paulo: E. Lejus, 1998. p. 497.

BORGES José Cassiano e AMÉRICO, Maria Lúcia dos Reis. Funções do CADIN e seus Reflexos sobre a Livre iniciativa, Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, nr 42, mar./1999.

BORGES, José Souto Maior. Revista dialética de direito tributário, São Paulo, no 22, p. 25, 1997.

BORGES, José Souto Maior. Revista dialética de direito tributário, São Paulo, no 22, p. 27, 1996.

BRITO, Edvaldo. Revista dialética de direito tributário, São Paulo, nº 43, p. 63, 1999.

CAMPOS, Djalma de. Direito processual tributário. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1996. p. 85.

CARDOSO, Fernando Henrique. Folha de São Paulo, 07/06/1990.

CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 62.

CARRIO, Genaro. Notas sobre Derecho y Lenguaje. 1 ed., 5a reimpressão, Buenos

Aires: Abeledo Perrot, 1973. p. 28.

CARVALHO, Paulo de Barros. Estatuto do Contribuinte, Direitos, Garantias

Individuais em matéria tributaria e Limitações Constitucionais nas relações entre fisco e contribuinte. São Paulo: Vox Legis, 1980. p. 37.

CARVALHO, Paulo de Barros. VII Jornada Latino-americanas de Direito

Tributário. Caracas, 1975 (tese sustentada em plenário).

CASTRO, Carlos Roberto de Siqueira. O devido processo legal e a razoabilidade

das leis na Nova Constituição do Brasil. Rio de Janeiro: Forense, 1989. p. 55.

COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1999. p. 199.

CRETELIA JÚNIOR, José. Os “Writs” na Constituição de 1988.1 ed. São Paulo: Forense Universitária, 1989. p. 50.

DERZI, Misabel de Abreu. 2º Seminário IOB sobre crimes contra a ordem tributária,

São Paulo, mar./1996.

ENTERRIA, Eduardo Garcia de. Curso de derecho administrativo. 4 ed. v. I, Madrid: Civitas, 1983. p. 434.

ENTERRIA, Eduardo Garcia de. A respeito da interpretação do direito, La doppia destruturazíone dei diriuo, trad. di Elisabetta Albesano, Edizioni Unicopli, Milano, 1996 e La dobie desestructuración v la interpretacíón dei derecho, trad. de Barbara Rosenberg. Barcelona: M.J. Bosch, 1998.

FERRANTE, Miguel Jerônimo. Apelação em MS, nr 94.744-SP, 6a Turma, Rel. unânime, in DJ 19/05/83. p. 6933.

FERREIRA, Waldemar. Revista de direito tributário, São Paulo, v. 10, n. 35, p. 151, 1995.

FIGUEIREDO, Marcelo. O mandado de injunção e a inconstitucionalidade por

omissão. São Paulo: RT, 1991. p. 29-32.

GANDRA Ives; AMARAL, Antonio Carlos Rodrigues do e CRUZ, Diniz Ferreira da.

Sistema tributário na constituição de 1988, São Paulo: Saraiva, 1988. p. 85.

GANDRA, Ives (coord.). Comentários ao código tributário nacional. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 349, vol. 2.

GANDRA, Ives. Caderno de pesquisas tributarias, São Paulo, Revista dos Tribunais, nr. 4, p. 266, 1979.

GANDRA, Ives. Comentários a CF do Brasil. 6o. Vol., Tomo I. São Paulo: Saraiva, 1990. p. 65.

GANDRA, Ives. Palestra no 4o. Simpósio Nacional de Direito Tributário, São

Paulo, nov./1996.

GRAU, Eros Roberto. Justiça Tributária. I Congresso Internacional de Direto

Tributário. Vitória: Max Limonad, 1998. p. 124.

GRECO, Marco Aurélio. Para uma Norma Geral Antielisão. IOB, São Paulo, p. 10, Out/99.

GRECO, Marco Aurélio. Repertorio IOB de Jurisprudência, caderno 3, p. 45, no 1/2001.

HOSPERS, John. Justiça Tributária. Vitoria: Max Limonad, 1998. p. 126.

HTTP://www.afrem.org.br/codigo-defesa-cont.htm, acesso em 13 de agosto de 2001. IBRACON - Instituto Brasileiro de Contadores. Princípios contábeis. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987. p. 112.

IBRAHIM, Fabio Zambitte. Repertório IOB de jurisprudência, São Paulo, p. 85, 1/14386, 3/2000

JELLINEK, Georges. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 63, nota 39.

JOBIM, Nelson. Palestra no XI Encontro do Advogados do Estado de Santa

Catarina. Blumenau SC 09/1994.

JORNAL. Gazeta mercantil, seção legislações tributarias, 16/08/1996.

JUSTEN FILHO, Marçal. Repertorio IOB de Jurisprudência, no 01/2001, p. 43, 2001.

KAUTYA, Hindu. Revista dos Tribunais, São Paulo, nr 7, p. 120, 1997. LACAMBRA, Luiz. Filosofia del derecho. 5 ed. Barcelona: Bosch, 1979.

LACOMBE, Américo. Princípios constitucionais tributário. Florianópolis: Obra Jurídica, 1996. p. 30.

LIMA, Jesus Costa. Comentários às Sumulas do STJ. Brasília: Livraria e Editora Brasília Jurídica, 1992. p. 73.

MACHADO, Brandão. Repetição de indébito no direito tributário. São Paulo: Saraiva, 1984. p. 64.

MACHADO, Hugo de Brito. Aspectos Fundamentais do ICMS, São Paulo, Dialética, 1997. p. 92.

MACHADO, Hugo de Brito. Princípios Jurídicos Tributários na Constituição de

1988. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1994. p. 43.

MACHADO, Hugo de Brito. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, n. 30, p. 46, 1998.

MACHADO, Hugo de Brito. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, n. 24, p. 64-65, 1997.

MACHADO, Hugo de Brito. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, no 39, p. 48, 1997.

MACHADO, Hugo de Brito. Revista Dialética de Direito Tributário, no 22, p. 64, 1995.

MACHADO, Hugo de Brito. Sanção Tributaria. In: artigo publicado no Caderno de

Pesquisas Tributarias, nr. 9, p. 256, 1999.

MANEIRA, Eduardo. Direito tributário – principio da não surpresa. Belo Horizonte: Del Rey, 1994. p. 161.

MARINS, James. Palestra proferida no VIII Simpósio de Direito Tributário do

IET, tema Código de Defesa do Contribuinte, Porto Alegre, nov/2000.

MARINS, Ricardo. Repertorio IOB de Jurisprudência, São Paulo, caderno 3, p. 43, no 1/2001.

MATTOS, Aroldo Gomes de. A incidência da Taxa SELIC como juros na compensação tributária. RDDT, n. 43, p. 7-11, 1998.

MATTOS, Aroldo Gomes de. Revista Dialética de Direito Tributário, nr 43, p. 7-8, abr./1999.

MEIRA, Silvio. Sistema Tributário Romano, São Paulo: RT, 1982. p. 47.

MELEGA, Luiz. Repertório IOB de Jurisprudência 1/14495, p. 137, mar./2000 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Eficácia das normas constitucionais sobre

justiça social. Conferência Nacional da Ordem dos Advogado do Brasil. Fortaleza,

1992.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. O Conceito Jurídico do Principio da

Igualdade. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1978. p. 53-54.

MICHELI, Antonio. Curso de Direito Tributário, São Paulo, RT, 1978. p. 121.

MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado. Rio de Janeiro: Borsoi, v. IV, p. 6-7, 1954.

MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado. Rio de Janeiro: Borsoi, p. 2887, n. 1, Vol. XXIV, 1959.

MONTEIRO NETO, Nelson. Repertorio IOB Jurisprudencia, 1/15839, p. 193, 7/2001.

MORAES, Bernardo Ribeiro de. Compêndio de direito tributário. Rio de Janeiro: Forense, 1984.

MORAES, Bernardo Ribeiro de. Compêndio de direito tributário. Rio de Janeiro: Forense, 1993. 1º vol., p. 266.

NEVES, Luiz. Cofins – LC 70/91. São Paulo: Max Limonad, 1997. p. 115.

NOGUEIRA, Alberto. A Reconstrução dos direitos humanos da tributação. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 111.

OLIVEIRA, Fábio Leopoldo de. Curso expositivo de direito tributário. Rio de Janeiro: Resenha Tributária, 1986.

PASSOS, Calmon de. Mandado de segurança coletivo. Mandado de Injunção. Habeas Data Constituição e Processo. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense, l989. p. 98-99. PIZOLI JUNIOR, Reinaldo; BATALHA, Célio de Freitas. Revista dos Tribunais, nº 9, p. 91, 1994.

QUEIRÓ, Afonso Rodrigues. Reflexões sobre a teoria do Desvio de Poder em Direito Administrativo. Coimbra: Fontes, 1940. p. 79.

REALE, Miguel. O direito como experiência, SP: Saraiva, 1978, p. 118

REPERTORIO IOB DE JURISPRUDÊNCIA, no 1/2001, caderno 3, São Paulo, p. 29.

ROCHA, César. Embargos de Divergência em Resp., São Paulo, nº 28.259-1. 1999. SALDANHA, Nelson. O estado moderno e a separação de poderes. São Paulo: Saraiva, 1987. p. 35.

SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Justiça tributaria. Vitoria: Max Limonad, 1998. p. 125. SEIXAS FILHO, Aurélio Pitanga. Rep. IOB de Jurisprudência, 1/14292, p. 41, 2000.

SILVA, José Afonso da. Mandado de Injunção e ‘Habeas Data’. São Paulo: RT, 1989. p. 9.

SILVA, Plácido e. Vocabulário jurídico. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, Magister, 1994. 1. IV, p. 1259.

SOUZA, Rubens Gomes de. Princípio da Capacidade Contributiva. São Paulo: Malheiros, p. 21, 1994.

TEMER, Michel. Limites do mandado de injunção. In: Revista da Procuradoria-

Geral do Estado de São Paulo, São Paulo, 34/ 112.

TORRES, Ricardo Lobo. Justiça Tributária, Vitoria: Max Limonad, 1998.p. 683

TORRES, Ricardo Lobo. Os direitos humanos e a tributação: imunidade e

WALD, Arnold. O Sigilo Bancário no Projeto de Lei Complementar de Reforma do Sistema Financeiro e na Lei Complementar nr 70. In: Revista dos Tribunais. São Paulo, Caderno de Direito Tributário e Finanças Públicas, nr. 1, p. 196-209, 1992. XAVIER, Alberto. Os princípios da Legalidade e da Tipicidade da Tributação. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1979. p. 73.

ZAKAREWICZ, Luiz Fernando. Revista Jurídica CONSULEX, Brasília: Consulex, ano I, nr. 3, p. 4, 31 de mar./1997.

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 646, DE 1999-Complementar

Dispõe sobre os direitos e as garantias do contribuinte e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

CAPÍTULO I

Das disposições preliminares

Art. 1º Esta lei complementar estabelece normas gerais sobre direitos e garantias aplicáveis na relação tributária do contribuinte com as administrações fazendárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (artigos 24, inciso I e seu § 1º e 146, incisos II e III da Constituição Federal).

§ 1º São contribuintes para os efeitos desta Lei Complementar e para os das leis federais estaduais, municipais e do Distrito Federal que dela decorram, as pessoas físicas ou jurídicas em qualquer situação de sujeição passiva tributária, inclusive a responsabilidade, a substituição, a solidariedade e a sucessão tributárias além do referido no art. 121, parágrafo único, inciso I do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966).

§ 2º Estão sujeitos as disposições desta Lei Complementar, também, os agentes da retenção dos tributos os representantes legais ou voluntários e os legalmente obrigados a colaborar com o fisco.

Art. 2º A instituição ou majoração de tributo atenderá aos princípios da justiça tributária.

Parágrafo único. Considera-se justa a tributação que atendeu aos princípios da isonomia, da capacidade contributiva, da eqüitativa distribuição da carga tributária da generalidade, da progressividade e da não-confiscatoriedade.

Art. 3º Os direitos e garantias do contribuinte disciplinados na presente Lei serão, reconhecidos pela administração fazendária, sem prejuízo de outros decorrentes da Constituição Federal, dos princípios nela expressos e dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

CAPÍTULO II

Das normas fundamentais

Art. 4º A legalidade da instituição do tributo (art. 150, inciso I, da Constituição Federal) pressupõe a estipulação expressa de todos os elementos indispensáveis à incidência, quais sejam, a descrição objetiva da materialidade do fato gerador, a indicação dos sujeitos do vínculo obrigacional, da base de cálculo e da alíquota, bem como dos aspectos temporal e espacial da obrigação tributária.

Art. 5º Somente a lei, observado o principio da anterioridade (art. 150, inciso III alínea

b e art. 195, § 6º, da Constituição Federal), pode estabelecer a antecipação do prazo para

Documentos relacionados