• Nenhum resultado encontrado

3. ESTUDO DE CASO

3.5. Considerações Finais

Quanto às considerações finais, é importante demonstrar que, embora exista uma quantidade de controles sugeridos pela equipe de gestão de riscos junto aos envolvidos nos processos e também quanto ao Plano Estratégico, nem todos os controles puderam ter sido implantados. Muitas vezes por falta de acompanhamento da equipe, falta de envolvimento do colaborador, disponibilidade de tempo e outros, o que demonstra ser uma dificuldade na execução do trabalho. O gráfico 03 traz a relação Controles Sugeridos x Controles Implementados durante a execução do projeto, de julho de 2017 a junho de 2018.

Gráfico 03 – Controles Sugeridos x Controles Implementados

Fonte: Autor

O gráfico 03 comprova que 28 controles internos que foram sugeridos não foram implementados ou ainda estão em fase de elaboração. Isso impacta diretamente na maneira de evitar o acontecimento de riscos e consequente dispêndio de recursos financeiros, por exemplo, para correção de problemas eventuais ou infortúnios que possam vir a acontecer.

Dessa forma, com os controles implementados e devidamente inseridos na matriz, a organização é submetida à auditoria externa, com o intuito de atestar se os controles funcionam e evitam o acontecimento dos riscos.

O gráfico 04 traz os resultados das auditorias externas de controles internos de dezembro de 2017, junho de 2018 e dezembro de 2018.

130

102

28

Controles Sugeridos Controles Implementados Controles Não-Implementados

Controles Sugeridos x Controles Implentados

Gráfico 04 – Resultados de Auditorias de Controles Internos

Fonte: Autor

O gráfico 04 traz os resultados das auditorias externas de controles internos de dezembro de 2017, junho de 2018 e dezembro de 2018. Com periodicidade semestral, essas auditorias buscam evidenciar o funcionamento dos controles internos propostos pela organização. O que se verifica nesse gráfico, é que na primeira auditoria, mesmo com poucos riscos e controles, a organização levou muitas não-conformidades, uma vez que a maturidade da organização para controles internos ainda não era eficiente. Todavia, com o avanço da metodologia, e a melhoria contínua nesse aspecto, mesmo com o crescimento da matriz de riscos e controles, o número de não-conformidade tendeu a diminuir cada vez mais. Na auditoria ao fim do projeto inicial de implantação do gerenciamento de riscos, após a evidenciação de riscos e controles em mais de 20 processos, e com 102 controles implementados e apenas 14 não-conformidades, obteve-se uma taxa de eficiência dos controles de quase 87%. Já na auditoria em dezembro de 2018, após a visita de mais processos e com uma maturidade maior, a eficiência foi de 91%.

Na análise dos riscos estratégicos o planejamento estratégico foi uma ferramenta muito útil e valiosa, visto que possui vários pontos importantes e estratégicos para a identificação destes riscos. Observou-se que muitos pontos estratégicos podem ser monitorados com os indicadores identificados e que o tratamento de muitos riscos levantados pode ajudar que estes indicadores alcancem suas metas organizacionais.

34 83 122 45 102 156 16 14 14 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Auditoria de Controles Internos Dez/2017

Auditoria de Controles Internos Jun/2018

Auditoria de Controles Internos Dez/2018

Auditorias de Controles Internos

Com os riscos identificados e ações para seu tratamento levantadas, observou-se que muitas destas ações são também ações existentes no planejamento estratégico e por isso seria relevante estabelecer esta associação. Assim a importância da realização desta ação aumentaria e com assim a organização poderá alocar mais recursos que garantam sua realização. O gráfico 05 traz um comparativo entre os resultados dos indicadores estratégicos em 2017 e em 2018, após a integração entre o Plano Estratégico e o Gerenciamento de Riscos.

Gráfico 05 – Indicadores x Metas Batidas – 2017 x 2018

Fonte: Autor

Na análise do gráfico 05, percebe-se que em 2017, com apenas 24 indicadores estratégicos, apenas 08 indicadores obtiveram suas metas batidas ao fim do ano, totalizando apenas 33% desse resultado. Contudo, ao fim de 2018, com a integração do gerenciamento de riscos com o Plano Estratégico, mesmo com a quantidade de indicadores crescendo para 35, a quantidade de metas batidas, também cresceu, para 19, totalizando um percentual de 54%, evidenciando um aumento de 21% no cumprimento das metas de um ano para o outro, com essa integração.

Com o monitoramento das ações de tratamento e observando-se o percentual de andamento destas ações, pode-se avaliar o grau de exposição ao risco destes indicadores, constituindo-se uma informação importante para tomada de decisão. Caso as ações não tenham andamento eficaz, tem-se um aumento na exposição ao risco.

24

35

8

19

2017 2018

Indicadores x Metas Batidas ao Fim do Ano

Quantidade de Indicadores

A iniciativa de identificação e monitoramento dos riscos associados aos indicadores estratégicos objetiva estimular a organização a iniciar a normatizar uma sistemática de gestão de riscos.

Para atingir o objetivo da organização de mudar sua mentalidade para um pensamento da estratégia baseado na gestão dos riscos, foi necessário encontrar maneiras para que as equipes se envolvessem e se comprometessem, para isso disseminou-se a cultura de monitoramento de riscos. Foram realizados treinamentos para os gestores e encontros com os guardiões e clientes de cada processo para detalhamento e proposição de ajustes e melhorias.

Estas ações proporcionaram vários benefícios, como:

• Aumento da integração entre áreas, onde melhorou a comunicação organizacional e a identificação de questões que precisavam ser trabalhadas entre diversos processos ao mesmo tempo, visualizando o todo, não apenas tarefas individualizadas.

• Benefício de estar melhorando continuamente os processos e integrando-os com a estratégia da empresa, ajudando os gestores a visualizar com mais clareza quais são os indicadores de maior efeito e onde os processos representam a execução da estratégia.

• Postura e atitude das pessoas quanto à prevenção e identificação de riscos, uma vez que a cultura de riscos e controles ficou inserida nos colaboradores da empresa.

• Antecipação da organização quanto aos riscos, implementando controles com o intuito de evitar o acontecimento de riscos.

Por fim, foi identificado que a empresa não utiliza muitos métodos quantitativos não definição e compreensão dos seus riscos. Uma sugestão para a organização, seria a utilização de métodos quantitativos mais elaborados e bem desenvolvidos, uma vez que o uso de métodos assim, podem gerar uma melhor assertividade no planejamento e gerenciamento dos riscos.

4. CONCLUSÃO

Este estudo objetivou explorar, de forma prática, a metodologia de Gestão de Riscos utilizada na empresa e a sinergia entre essa metodologia e o monitoramento da estratégia no dia-a-dia da organização, utilizando-se de ferramentas de transformação de processos em uma indústria de equipamentos eletrônicos de grande porte do estado do Ceará.

O risco é inerente a qualquer atividade e, por sua vez, a qualquer organização. Neste estudo buscou-se referência na gestão de riscos como boa prática para apoiar a organização no alcance de seus objetivos estratégicos. A norma utilizada como referência, estabelece princípios para gestão de riscos eficaz, princípios estes que poderão agregar mais valor à organização.

Constatou-se que a gestão de riscos era inexistente na empresa em estudo, como também inexistiam elementos básicos para uma melhoria de desempenho, como por exemplo, indicadores estratégicos, apesar de existir planejamento estratégico em execução, mesmo que de forma ineficiente.

Entende-se que a implantação de um modelo de gestão de riscos, na empresa em estudo, atingiu este objetivo pois elevou a maturidade da organização nesta temática e garantiu um maior controle sobre os riscos da organização e cumprimento da estratégia.

O mapeamento dos processos que norteiam a organização foi essencial para conhecer o contexto interno e externo da organização, sugerir melhorias e justificar a utilização dos indicadores estratégicos e das metodologias abordadas.

Os objetivos específicos, um a um, também foram alcançados com o decorrer das etapas do trabalho. De início, o contexto da organização foi estudado, destacando-se a necessidade de uma nova metodologia para análise e tratamento dos riscos com o fito de garantir uma melhoria contínua nas atividades da empresa.

Em seguida, o modelo atual foi analisado criticamente. Nesta análise, foram identificados os percalços de não utilizar uma metodologia como a apresentada nesse estudo e como isto estava refletido nas não-conformidades obtidas nas primeiras auditorias e o quanto isso melhorou ao longo do melhor desenvolvimento da metodologia na organização.

Partindo do detalhamento da situação-problema, foi concebido um método de abordagem para a mesma. O estudo explorou o passo a passo desenhado e executado na organização para implantar um novo modelo de gestão, passando pelas diretrizes e ferramentas utilizadas.

É importante que ocorram iniciativas para a construção dos controles com a intenção de mitigar riscos, pois poderão contribuir muito para medir o desempenho organizacional.

Com os riscos identificados e controles para seu tratamento levantados, observou- se que muitas destas ações são também ações existentes no planejamento estratégico e por isso seria relevante estabelecer esta associação. Assim a importância da realização desta ação aumentaria e com assim a organização poderá́ alocar mais recursos que garantam sua realização. Na análise dos riscos estratégicos o planejamento estratégico foi uma ferramenta muito útil e valiosa, visto que possui vários pontos importantes e estratégicos para a identificação destes riscos. Observou-se que muitos pontos estratégicos podem ser monitorados com os indicadores identificados e que o tratamento de muitos riscos levantados pode ajudar que estes indicadores alcancem suas metas organizacionais.

Como trabalho futuro, recomenda-se que a utilização da metodologia seja feita em outras organizações públicas e privadas. Dessa forma será possível validar se as características aqui apresentadas se aplicam aos diferentes cenários das organizações.

Por fim, o estudo cumpriu seu objetivo de resumir os ganhos, ainda que de forma qualitativa, mostrando o legado deixado para a organização e ratificando como o modelo implantando levou a organização a evitar a ocorrência de vários riscos e melhorando os resultados dos seus indicadores estratégicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT. Gestão de riscos — Princípios e diretrizes. NBR ISO 31000 Rio de Janeiro. Dezembro, 2009.

BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração: novo cenário competitivo. Tradução Bazán Tecnologia e Linguística Ltda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BERNSTEIN, P. L. Desafio aos deuses: a fascinante história do risco. Rio de Janeiro: campus, 1997.

CERTO, S. C. Administração moderna. Tradução Maria Lúcia G. L. Rosa e Ludmilla Teixeira Lima. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COSO - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission -

Enterprise Risk Management - Integrated Framework, AICPA, New York, 2017. ELOGROUP – Business Process Transfomation

FINOCCHIO Jr., José. Project Model Canvas – Gerenciamento de Projetos sem Burocracia. Editora Campus, 2013.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GREBIN, J. A. Empresasaúde-RS: Estudo de Caso: o painel de pilotagem para utilização do

Balanced Scorecard como ferramenta de efetiva implantação da estratégia empresarial. 2004.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.

IBGC, I. B. DE G. C. Guia de orientação para gerenciamento de Riscos Corporativos. [s.l: s.n.]. v. Série de C

JOHNSON, G.; SCHOLES.K.;WHITTINGTON R.. Fundamentos de Estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2011.

JORION, P. Value at Risk: The New Benchmark for Controlling Market Risk. New York, Mc Graw Hill, 1997.

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. 13.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

MOSIMANN, C. P.; FISCH, S. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

PAXSON, D.; WOOD, D. The blackwell encyclopedic dictionary of finance. Oxford: Blackwell Publishers ltda, 1998.

PIRES, S.R.I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

PMBOK. Um guia de do conhecimento em gerenciamento de projetos. 2013.

SAMED, Marcia M. A; BANKS, Isabela dos Santos. ANÁLISE DOS REQUISITOS DA NORMA ABNT ISO 9001:2015 EM RELAÇÃO À NORMA ABNT ISO 9001:2008. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 37., 2017, Joinville, SC. Anais A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura e outras abordagens avançadas de produção, Joinville, SC, Abepro, 2017, p. 4-12.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 139 p.

Documentos relacionados