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UM ESTUDO SOBRE O CAFEICULTOR NA REGIÃO DE PATROCÍNIO – MG Atributos determinantes para compra de defensivos agrícolas:

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados levantados com a pesquisa e demonstrados no quadro 5, foi possível responder ao problema da pesquisa, delimitando quais são os atributos determinantes de compra para o produtor rural de café da região de Patrocínio. Essa delimitação teve como base a definição de atributo determinante exposta por Alpert (1971) que classifica esse tipo de atributo como de extrema importância, a ponto de sua inexistência inviabilizar a compra. A partir da perspectiva teórica de Sheth, Mittal e Newman (2001) exposta em seu modelo abrangente do comportamento de compra do cliente organizacional foi possível chegar aos resultados da pesquisa, entendendo melhor o comportamento de compra do produtor rural de café. A análise baseada nessa perspectiva mostrou-se adequada e pode gerar, por meio de uma pesquisa qualitativa-exploratória, o desenvolvimento de um modelo específico que tenha como foco o comportamento de compra do consumidor agropecuário. Tal modelo seria de grande relevância para o agronegócio brasileiro e preencheria uma lacuna teórica, ocupada atualmente com adaptações de modelos impor tados que focam o consumidor industrial.

Em relação ao modelo utilizado, essa pesquisa é limitada, pois não se desenvolveu uma análise etimológica dos conceitos apresentados, restringindo a análise dos resultados à perspectiva teórica de Sheth, Mittal e Newman (2001).

A implicação acadêmica relevante desta pesquisa instiga e motiva novos estudos acerca da percepção e importância do produtor rural de forma geral. Espera-se que o instrumento utilizado nesta pesquisa possa ser reutilizado em âmbito acadêmico com foco em outros consumidores agropecuários, já que se trata de um questionário geral e composto de atributos comuns à maioria dos produtores rurais, não importando sua atividade. Pode-se ainda, com novos estudos, fazer a replicação do modelo exposto a fim de comparar os resultados em outras atividades econômicas.

Alguns autores sugerem que as decisões de compra dos comprador es agrícolas sejam semelh antes ao comportamento do consumidor, distanciando-se do profissionalismo alcançado pelo consumidor industrial (ROSSI; NEVES; CARVALHO, 2003). Esse fator também foi observado nesta pesquisa. Ressalta-se que as variáveis determinantes podem ser modificadas em um construto

Atributos determinantes para compra... 31 teórico mais interessante, inclusive utilizando mecanismos

de estímulos sensoriais e cognitivos. Finalmente, as análises desenvolvidas neste estudo indicam que há um vasto campo a ser investigado para melhor compreender o comportamen to do con sumidor agr opecuário, principalmente nas relações business to business ou na modalidade compra organizacional.

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Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo financiamento e ao bolsista de Iniciação Científica Christian Moisés Tomaz.

Desenvolvimento rural dos municípios da região... 33

DESENVOLVIMENTO RURAL DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUDOESTE

PARANAENSE: UMA PROPOSTA DE MEDIDA ATRAVÉS DA ANÁLISE FATORIAL

Rural development of municipalities in the Southwest region of Paraná State: a proposal of measurement using Factor Analysis

RESUMO

O tema desenvolvimento precisa ser permanentemente tratado. Nesse sentido, objetivou-se com este trabalho mensurar o índice de desenvolvimento do setor rural dos municípios da região sudoeste paranaense, por meio da análise fatorial. Os resultados mostraram que, numa escala de zero a 100, o índice médio de desenvolvimento situou-se em 26,63, o que resultou num total de 16 municípios (43,24%) acima desse valor e 21 (56,76%) abaixo desse índice. O fato de que mais da metade dos municípios se encontra no grau de baixo desenvolvimento rural mostra-se preocupante, uma vez que, em se tratando de municípios com perfil agrícola, os resultados apontam que nem mesmo a estrutura básica para o desenvolvimento da atividade mostrou-se satisfatória, sugerindo a necessidade de medidas no sentido de minimizar os efeitos gerados pelos aspectos que mais influenciaram o fenômeno em estudo, considerando as especificidades locais.

Cármem Ozana de Melo

Universidade Estadual do Oeste do Paraná carmem.melo@unioeste.br

Gerson Henrique da Silva

Universidade Estadual do Oeste do Paraná gerson.silva@unioeste.br

Recebido em 25/11/2011. Aprovado em 04/11/2013. Avaliado pelo sistema blind review

Avaliador científico: Daniel Carvalho de Rezende

ABSTRACT

The theme development needs to be constantly discussed. Therefore, this study aimed to measure the development rate of the rural sector of municipalities from southwest region of Paraná, through factor analysis. The results showed that, on a scale of zero to 100, the development average rate came to 26.63, resulting in a total of 16 municipalities (43.24%) above this value and 21 (56.76%) below this rate. The fact that more than half of the municipalities is in the low level of rural development that shows worrying, since, in the case of municipalities with agricultural profile, the results indicate that even the basic framework for the development of the activity showed satisfactory, suggesting the need of measures to minimize the effects generated by the aspects that influence the phenomenon under study, considering local specificities.

Palavras-chave: Desenvolvimento rural. Desenvolvimento econômico. Desenvolvimento regional. Keywords: Rural development. Economic Development. Regional Development.

1 INTRODUÇÃO

Desenvolvimento econômico constitui um tema sempre em aberto, dado o próprio dinamismo inerente ao processo, relacionado às crescentes aspirações do ser humano, que demanda cada vez mais bens e serviços, em quantidade e qualidade, a fim de satisfazer suas necessidades. Historicamente, especialmente a partir dos anos 1950, os países subdesenvolvidos deram especial atenção à idealização de planos que focaram, basicamente, um processo de industrialização intensiva, que se apresentava como sin ôn imo do desen volvimen to econômico.

Nesse contexto, tradicionalmente, o setor agrícola configurava-se como tendo certas funções a desempenhar com o objetivo de dar suporte ao processo de industrialização.

A agricultura e, por extensão, o setor rural deveria liberar mão de obra para o setor industrial, fornecer produtos alimentícios e matérias-primas, transferir capital, ampliar a disponibilidade de divisas e demandar produtos industrializados. Dessa forma, a agricultura necessariamente expandiria sua inter-relação com o setor urbano-industrial. Nessa concepção, o desenvolvimento agrícola era interpretado como um passo para a realização do desenvolvimento industrial e consequente crescimento econômico.

Essa foi a opção adotada no caso brasileiro, ao implementar o modelo preconizado pelos princípios da “revolução verde”. Assim, as mudanças que se processaram na agricultura brasileira, principalmente a partir do final da década de 1960, caracterizaram uma redefinição das relações

entre a agricultura e a indústria, dando origem a um novo padrão de produção agrícola, pressupon do que o desenvolvimento agrícola levaria ao desenvolvimento rural, decorrendo daí a criação do aparato institucional e políticas públicas implementadas nessa direção.

Contudo, a modernização vivida pela agricultura, nas últimas décadas não tiveram impacto uniforme em todas as regiões do país e nem em todos os estratos de produtores, de modo que o processo não significou a homogeneização das formas de produzir na agricultura e nem a integração intersetorial completa em todos os tipos de atividades (KAGEYAMA, 1990 apud ALENCAR, 1997). Como expõe Gonçalves (1999, p. 5), “mesmo reconhecendo essa modernidade como avanço no sentido positivo, é preciso ter clar o que esse movimento representou também outro avanço, este com sentido negativo, na direção das disparidades”.

Sendo assim, de acordo com Souza (2000, p. 4), existe uma necessidade real de estudar como articular uma política de desenvolvimento rural que vitalize o tecido social do meio rural e propicie um grau de atividade a fim de manter a população com níveis compatíveis de ocupação e de renda e que promova o bem-estar no mesmo nível que o das cidades.

No caso do Paraná, as transformações ocorridas na agricultura brasileira podem ser percebidas no âmbito da sua economia. Estudo realizado por Moretto, Rodrigues e Parré (2002) afirma que as bases da atual estrutura produtiva paranaense foram iniciadas nos anos 1970. Nesse período, ocorreu o aprofundamento da modernização da agricultura e a ampliação do parque agroindustrial, além do surgimento de outras indústrias desvinculadas dessas atividades. No tocante à agropecuária, o processo de modernização foi caracterizado pela concentração fundiária, introdução de culturas mecanizadas e grande transformação tecnológica. Os últimos trinta anos foram marcados por importantes transformações na base produtiva. De uma agricultura atrelada à monocultura cafeeira e uma indústria de pouca dinamicidade, passa por um intenso processo de articulação e reestruturação produtiva, que estabelece um novo padrão de inserção e competição para sua economia.

A região sudoeste do estado, inserida nesse contexto, não poderia deixar de captar os reflexos desse processo. Dessa forma, conhecer como se encontra os municípios da região em termos de desenvolvimento se faz importante e, para isso, a obtenção de medidas sintéticas pode contribuir no sentido de fornecer subsídios para análises, avaliações de programas e de intervenções, servindo como ponto de

partida para a discussão de ações que possam ser seguidas em busca do desenvolvimento do meio rural.

Diante disso, tem-se como objetivo deste trabalho o desenvolvimento rural dos municípios da região sudoeste paranaense. Especificamente pretende-se aferir um índice de desenvolvimento e hierarquizar os municípios, segundo o grau de desenvolvimento rural. O foco do tema em termos r egionais pode possibilitar a visualização de especificidades, de modo a facilitar a percepção dos impactos do processo em localidades específicas.

Ressalta-se que mesmo reconhecendo que o pr ocesso de desen volvimen to abarca mudanças tecnológicas, sociais, ambientais e econômicas, o enfoque deste trabalho repousa sobre o aspecto econômico. Como afirma Kageyama (2004, p. 1), “o desenvolvimento é um processo complexo, por isto muitas vezes se recorre ao recurso mental de simplificação, estudando separadamente o ‘desenvolvimento econômico’, por exemplo”.

2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O