a) As rochas metamórficas do embasamento do Domínio Carajás são representadas por ortognaisses de afinidade TTG com enclaves de metabasitos. Os protólitos destas rochas cristalizaram entre ca. 3,06–2,93 Ga. Os dados geoquímicos apontam para um contexto de arco magmático, no qual a fusão da crosta ocênica em subducção desempenhou papel mais importante na geração das rochas. Minoritariamente, algumas rochas com baixa razão LaN/YbN sugerem contribuição de crosta máfica inferior. Os dados das rocha máficas reforçam a sugestão de um magmatismo cálcio-alcalino típico de arco magmático.
b) Os ortognaisses TTG e metabasitos das unidades Ortogranulito Xicrim-Cateté e Complexo Xingu foram afetados por um metamorfismo de alto grau durante a colagem dos blocos Carajás e Rio Maria entre ca. 2,89 e ca. 2,85 Ga. Nesse contexto a base da crosta registrou metamorfismo de ultra-alta temperatura, associado a reações de fusão relacionadas com a quebra de anfibólios pargasíticos. Esse processo, em combinação com a colocação de granitoides de derivação mantélica (sanukitoides; ca. 2,87 Ga) catalizou reações de fusão assistida por fluidos que tornam a migmatização expressiva na região.
c) A migmatização modificou o comportamento reológico da crosta do Domínio Carajás, levando a uma deformação heterogênea associada ao incremento do volume de fundido. A migração e acumulação do fundido na base da crosta superior levou ao destacamento da base da crosta e desenvolvimento das grandes zonas de cisalhamento E–W do Cinturão Itacaiúnas (ca. 2,8 Ga). Isso permitiu a rápida exumação do terreno e o “congelamento” das estruturas formadas durante o metamorfismo progressivo de alto grau com fusão parcial.
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