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5.1 QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS

a) Objetivo geral: Comparar o processo de extração de quantitativos convencional com o uso da tecnologia BIM para uma edificação unifamiliar.

Ao término deste trabalho, fica nítido como o processo BIM surge como uma nova forma de pensar o setor da construção civil, e ainda se encontra em um processo de amadurecimento no mundo e, principalmente no Brasil. Importantes passos foram dados, porém ainda pode-se ver que sua compreensão e implementação enfrentam diversas problemáticas. Ao encontro de solucionar tal problemática que se faz necessário, cada vez mais, o apoio da academia, como forma de embasar, alinhar e direcionar todo setor da construção para os benefícios que esta tecnologia pode oferecer, a todas as etapas do ciclo de vida de uma obra, em um futuro próximo.

A orçamentação, mais precisamente o levantamento de quantitativos, alvo de estudo dessa pesquisa, se mostram como uma pequena parte desse universo, que o presente trabalho buscou deixar sua contribuição, fica evidente então que mais obras nesse sentido são de suma importância.

b) Objetivos específicos:

• Modelagem 3D, em software BIM, o projeto 2D do caso de estudo.

Antes mesmo da compatibilização, ficou evidente como a representação 2D dos projetos de engenharia é deficitária, tanto para o processo de levantamento de quantidade, quanto para o próprio entendimento necessário para execução. Dessa forma, apesar de exigir considerável duração e atenção, para se obter um resultado de qualidade que represente o projeto original, a modelagem 3D por si só surge como uma grande ferramenta para melhoria da qualidade dos projetos de engenharia e sua compreensão para posterior execução.

Destaca-se ainda a dificuldade na modelagem de alguns itens, como por exemplo, o aço, principalmente no caso da existência de diferentes bitolas.

Para esse caso, recomenda-se que sejam utilizadas ferramentas BIM específicas para dimensionamento de estruturas a fim de obter a modelagem exata, e não modelar esses itens na ferramenta de autoria BIM, neste caso o Revit.

Vale ressaltar ainda, que não foi possível modelar todos os itens especificados no orçamento original da empresa, devido aos diversos fatores como a falta de detalhamento no projeto 2D, ou por se tratar do levantamento de quantidades com base no projeto e não o levantamento de quantidades para a execução da obra, pelas limitações da própria ferramenta utilizada na modelagem, pela delimitação desta pesquisa, dentre outros.

• Compatibilizar o modelo com ferramentas BIM;

Um projeto de maior qualidade também permite uma melhor compatibilização entre as mais diversas disciplinas existentes. Além do benefício direto de evitar problemas na execução, a compatibilização se mostra impactante em demais fases da obra, como planejamento e orçamento, sendo esse último, o que foi o averiguado neste trabalho. Neste trabalho, foi possível perceber que a etapa de compatibilização é essencial antes de seguir com o modelo para a orçamentação, ou para outra análise dentro do ciclo de vida BIM. No caso do levantamento de quantidades, sem a compatibilização a acurácia dos resultados pode ficar comprometida. Diversos conflitos foram solucionados antes de seguir para a etapa de levantamento de quantidades, conforme apresentado nos resultados. Alguns desses conflitos foram ignorados por não serem configurados como conflitos de fato, a exemplo da interferência “alvenaria-tubulação”. Percebe-se que a ferramenta utilizada reconhece alguns conflitos em situações que não seriam interferências em obra,

• Extrair os quantitativos do modelo BIM;

Uma vez modelando elementos de projeto e não mais desenhando representações, o processo automático e paramétrico de levantamento de quantidades se mostrou menos trabalhoso, mais preciso e mais confiável para o orçamentista. Contudo, também pode-se conferir que a importância deste profissional continua sendo fundamental ao avaliar tais resultados fornecidos

de forma automática e então promover as possíveis correções quando necessário.

Percebe-se também que existe uma incompatibilidade entre alguns critérios de medição das composições do SINAPI com as possibilidades de levantamento de quantidades diretamente do modelo, a exemplo do telhado. O SINAPI pede no critério de medição a área de projeção do telhado, enquanto que o modelo pode trazer informações mais precisa das peças de madeiramento do telhado, conforme o nível de detalhamento realizado. Essa informação mais detalhada no modelo BIM permite a elaboração de um orçamento mais próximo da realidade, além de facilitar a compra do material na obra e a própria execução do telhado.

• Comparar os quantitativos do modelo BIM com os presentes no orçamento original.

Comparando os resultados obtidos com a modelagem BIM, com os quantitativos advindos de um levantamento convencional, obtidos do orçamento original da edificação estudada, pode-se notar uma grande diferença. Não foi constado nenhum padrão de divergências, mas majoritariamente, sendo pra mais ou pra menos, as diferenças observadas foram relevantes, tal relevância que poderia ser ainda mais impactante ao se atribuir o fator custo.

Além da predominante divergência de resultados, outro fato que chamou muito a atenção do autor foi a precariedade de técnica contida no orçamento realizado manualmente pela empresa. Falta de grande parte da memória de cálculo, falta de fidelidade às composições que se propôs seguir (a exemplo dos revestimentos de paredes), majorações realizadas nas quantidades sem embasamento, foram alguns dos erros constatados e que podem comprometer os resultados do orçamento. Ressalta-se a importância da qualidade do modelo BIM para garantia dos resultados assertivos na etapa de levantamento de quantidades

5.2 CONCLUSÃO

Não se pode afirmar que o caso estudado é o padrão encontrado no mercado da construção civil, porém é sabido que a orçamentação, assim como demais etapas que precedem a execução não recebem a devida atenção, principalmente tratando-se da realidade brasileira, assim, publicações que evidenciem os prejuízos dessa prática são de suma importância para o setor.

Em suma, nota-se que o BIM demanda tempo e maiores esforços prévios do profissional, contudo, tais demandas por um modelo de qualidade, são prontamente recompensadas por um projeto paramétrico, mais próximo possível daquilo que, de fato, será executado, suscetível às diversas alterações que podem haver no decorrer de sua execução, assim como há imediata atualização e implicação das suas informação à ele atrelado, como é o caso dos quantitativos e consequente do orçamento, fato de grande utilidade ao financiador de uma obra.

Por fim, ficam algumas sugestões para trabalhos futuros:

• Comparação com um orçamento que siga fielmente as composições que se proponha;

• Inclusão do fator custo, fornecendo uma análise da implicação financeira que contribuição direta do BIM pode gerar.

• Realizar novo estudo comparativo, dessa vez utilizando também uma ferramenta BIM voltado à orçamentação, levando assim a metodologia do início ao fim do processo e registrando seus benefícios e limitações.

• Comparar os quantitativos não somente com o orçamento da obra, bem como com o que de fato foi adquirido.

REFERÊNCIAS

ADDOR, M. R. A. et al. Colocando o "i" no BIM. São Paulo: USJT, 2010. AIA. Project Building Information Modeling Protocol Form. The American Institute of Architets. [S.l.], p. 5. 2013. (G202).

ALDER, M. A. COMPARING TIME AND ACCURACY OF BUILDING. Brigham Young University. Provo, p. 105. 2006.

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