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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento FERNANDA LUCAS LOPES (páginas 82-85)

Ao final deste estudo foi possível atingir os objetivos iniciais, pois foi realizada

a construção de um instrumento de coleta de dados com o idoso internado em um

Hospital Universitário. Além disso, foi possível realizar com as enfermeiras

assistenciais e docentes do HU/FURG a validação inicial e final do conteúdo e,

também, realizar a testagem clínica do instrumento com os idosos internados na

UCM do HU/FURG.

Ao retomar os pressupostos iniciais, percebe-se que por meio da utilização do

Histórico de Enfermagem foi possível identificar as principais Necessidades

Humanas Básicas afetadas no idoso hospitalizado, levando a identificação de

diagnósticos de Enfermagem, oportunizando/facilitando o estabelecimento da SAE.

Foi primordial e fundamental a participação das enfermeiras, docentes e

assistenciais, na construção e validação do instrumento construído. A utilização do

Histórico de Enfermagem mostrou que é possível identificar Diagnósticos de

Enfermagem, um dos caminhos para a implantação futura da SAE na instituição

pesquisada.

No decorrer do processo de envelhecimento, o grau de dependência tende a

aumentar, exigindo um cuidado apropriado e eficaz, direcionado para o atendimento

das necessidades individuais e coletivas, e às particularidades da idade. Este

trabalho permitiu-me o conhecimento e compreensão da importância do atendimento

das Necessidades Humanas Básicas direcionadas ao cuidado do idoso, mostrando

que o Histórico de Enfermagem torna-se uma importante ferramenta para o

desenvolvimento da SAE nesta instituição, principalmente no que diz respeito as

suas duas primeiras fases: Levantamento de dados e identificação de Diagnósticos

de Enfermagem.

Inicialmente foi elaborada, com o auxílio da revisão de literatura, uma listagem

contendo as 36 Necessidades Humanas Básicas com suas definições e as 525

manifestações dessas necessidades. Após o processo de validação de conteúdo por

enfermeiras da área de gerontogeriatria, essa listagem foi reduzida para 33

necessidades e 223 manifestações. Então, foi construído o instrumento de coleta de

dados para o atendimento do idoso internado no Hospital Universitário Dr. Miguel

Riet Corrêa JR. da cidade do Rio Grande, RS, utilizando como parâmetro para seu

formato a literatura da área específica.

Após essa construção, o instrumento foi submetido, mais uma vez, ao

julgamento das enfermeiras, que foram orientadas a analisar o instrumento, levando

em consideração sua forma e conteúdo. As enfermeiras foram unânimes em afirmar

que o instrumento poderia ser utilizado para o atendimento das Necessidades

Humanas Básicas afetadas no idoso hospitalizado. Para verificar sua funcionalidade

na prática, o mesmo foi testado com os idosos internados na Unidade de Clínica

Médica do HU/FURG, comprovando sua operacionalidade.

A construção deste instrumento, além de ser um estudo pertinente tendo em

vista a população idosa brasileira representar a que mais cresce e a que mais

procura os serviços de saúde, vem preencher uma lacuna existente no Hospital

Universitário pesquisado, onde não existe um instrumento específico para registrar

os dados coletados pela enfermeira durante o atendimento ao idoso.

O Histórico de Enfermagem representa um instrumento de grande significado

para a assistência de enfermagem, pois permite à enfermeira a realização de

diagnósticos, planejamento das ações de enfermagem, acompanhamento e

evolução do doente, ou seja, permite a implantação e implementação da

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), de forma oficial e registrada.

Por meio da revisão de literatura referente às descrições e definições das

Necessidades Humanas Básicas afetadas no idoso, foi possível compreender as

alterações acarretadas com o processo de envelhecimento e tornou possível,

também, a visualização das limitações e alterações que muitas vezes surpreendem

as pessoas durante a velhice.

A falta ou a utilização inadequada do Histórico de Enfermagem direcionado ao

idoso hospitalizado, bem como o não conhecimento de suas Necessidades

Humanas Básicas afetadas, pode dificultar o cuidado, pois muitas das alterações

decorrentes do processo de envelhecimento podem deixar de ser identificadas. O

planejamento e a implementação de ações adequadas ao idoso, podem contribuir

para a redução do tempo de internação hospitalar, além de diminuir o número de

reinternações hospitalares.

Com o aumento da população idosa, faz-se necessário que os profissionais da

área de saúde, inclusive as enfermeiras, conheçam as fases do processo de

envelhecimento, normal e patológico, tornando-as aptas a prestar um cuidado

voltado às especificidades e multidimensionalidades dessa população. Tal afirmativa

remete para a importância de estimular cada vez mais a inserção da disciplina de

gerontogeriatria nos currículos dos cursos de graduação em Enfermagem.

A partir dos resultados deste estudo, pode-se afirmar que a utilização desse

instrumento de coleta de dados, de forma segura e comprometida, a enfermeira

obtém subsídios relevantes para o cuidado do idoso, sua família e seus cuidadores.

No contexto hospitalar, observam-se com bastante freqüência, idosos isolados,

tristes, pouco comunicativos sem verbalizar suas queixas, inquietações e medos.

Assim, este histórico representa uma oportunidade para a enfermeira amenizar o

desconforto e criar uma relação e um ambiente de confiança, que possibilite ao

idoso expressar seus sentimentos e as suas queixas, tornando a hospitalização mais

amena.

Para o ensino e para a pesquisa, este trabalho pretende representar mais uma

opção de modelo para ser aplicado, testado e fomentado nas discussões dos

variados cenários de prática e teoria. A expectativa é que este instrumento tão logo

esteja sendo utilizado no HU/FURG, pelas enfermeiras assistenciais, docentes e

acadêmicos de enfermagem, possibilite discussões e conseqüentes melhorias na

estrutura dessa instituição.

A aplicação e a utilização deste instrumento representam, para o grupo de

enfermeiras, assistenciais e docentes do HU/FURG, um avanço na qualidade do

cuidado ao idoso, pois irá trabalhar com aspectos específicos dessa população de

maneira organizada e individualizada, contribuindo para uma velhice mais digna e

saudável.

Espera-se, ainda, que este trabalho possa contribuir para que as chefias dos

Serviços de Enfermagem procurem facilitar a participação das enfermeiras, em

cursos de atualização e pós-graduação que contemplem a instrumentalização para a

SAE. E mais que isso, estimulem a instrumentalização dessas profissionais para o

cuidado ao idoso, tendo em vista a carência de conteúdo sobre o processo de

envelhecimento e alterações decorrentes desse processo nos cursos de graduação.

No documento FERNANDA LUCAS LOPES (páginas 82-85)

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