• Nenhum resultado encontrado

ARTIGO III Hedge Ótimo e Efetividade a partir da utilização de contratos

5. Considerações Finais

É interesse dos agentes econômicos reduzir ao máximo a incerteza de seu negócio, tanto no ambiente produtivo quanto no financeiro. Os instrumentos derivativos surgiram com esse intuito, gerando possibilidade de eliminação do risco de oscilação dos preços.

Tem-se buscado identificar o nível ótimo de hedge com contratos futuros que agentes com posições à vista devem usar, de modo a minimizar a variabilidade de sua posição ou de sua carteira e, consequentemente, observar a eficiência que esta proteção gera.

Este trabalho buscou averiguar o nível de hedge ótimo e a efetividade para os mercados de ações, taxa de juros e câmbio no Brasil e do petróleo nos EUA por meio da estimação de modelos Vetoriais Autorregressivos (VAR).

Os resultados indicaram elevado percentual de utilização de contratos futuros do Ibovespa e do Petróleo nas posições à vista dos agentes. Este resultado está atrelado à forte relação entre as variáveis à vista e no mercado futuro, bem como na intensa relação entre esses mercados.

Por sua vez, para o mercado de títulos públicos brasileiros, pesquisado por meio da Taxa Selic, a utilização de contratos futuros de juros negociados pela BM&F para reduzir a variância da série à vista se mostrou com pouca efetividade e com pequena participação dos contratos futuros, apesar de as séries serem cointegradas e possuírem uma forte relação positiva de longo prazo.

O resultado mais surpreendente, entretanto, foi a ausência de relações de longo prazo entre as séries de Dólar Paralelo e Dólar Futuro, o que reduz a eficiência do hedge. Este fato pode ser explicado pela forte influência de variáveis macroeconômicas brasileiras e internacionais na formação das expectativas de preço da moeda americana.

De qualquer modo, os agentes com posições à vista nos diversos mercados, bem como os gestores de carteiras de investimento, que administram portfólios com variados tipos de títulos, podem se atentar para as oportunidades de redução de risco via utilização de contratos futuros.

6. Referências Bibliográficas

ALEXANDER, C. Optimal hedging using cointegration. Philosophical Transactions. The Royal Society, v. 357, p. 2039-2058, 1999.

BAIMA, F.R. Avaliação de desempenho dos investimentos dos fundos de pensão no Brasil. Dissertação (Mestrado em Economia da Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1998.

BOLLERSLEV, T. Modeling the coherence in short-run nominal exchange rates: a multivariate generalized ARCH model. The Review of Economics and Statistics, v. 72, n. 3, p. 498-505, 1990.

BOLLERSLEV, T.; ENGLE, R.F.; WOOLDRIDGE, J.M. A capital asset pricing model with varying covariances. Journal of Political Economy, v. 96, n. 1, p. 116-131, 1988.

BYSTROM, H.N.E. The Hedging Performance of Electricity Futures on the Nordic Power Exchange. Applied Economics, v. 1, p. 1-11, 2003.

CASILLO, A. Model specification for the estimation of the optimal hedge ratio with stock index futures: an application to the italian derivatives market. Disponível em: <http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.96. 3724&rep=rep1& type=pdf>. Acesso em: set. 2009.

COPELAND, L.; ZHU, Y. Hedging Effectiveness in the Index Futures Market. Cardiff Business School - Investment Management Research Unit. Working Paper Series, E2006/10. Disponível em: <http://www.cardiff.ac.uk/carbs/econ/workingpapers /papers/E2006_10.pdf> fev. 2006. Acesso em set. 2009.

DICKEY, D.A.; FULLER, W.A. Distribution of the estimators for autoregressive time series with unit root. Journal of the American Statistical Association, Washington, v.74, n.366, p. 427-431, 1979.

DOWN, K. An introduction to Market Risk Measurement. John Wiley & Sons, Ltd, 2002. 284p.

DUARTE JÚNIOR, A. M. Hedge Ótimo de carteiras de opções no Brasil. Pesquisa Operacional para o Desenvolvimento, v.1, n.1, p. 9-20, janeiro a abril de 2009.

EDERINGTON, L.H. The hedging performance of new futures markets. The Journal of Finance, v. 34, n. 1, p. 157-170, 1979.

ENDERS, W. Applied econometric time series. New York: John Wiley and Sons, 1995. 433p.

ENGLE, R.F.; KRONER, F.K. Multivariate simultaneous generalized ARCH. Econometric Theory, v. 11, p. 122-150, 1995.

ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION U.S. - EIA. Prices. Disponível em: <http://tonto.eia.doe.gov/dnav/pet/pet_pri_spt_s1_d.htm>. Acesso em 02 de jun. 2009.

FAN, R.; GUPTA, A.; RITCHKEN, P. Hedging in the Possible Presence of Unspanned Stochastic Volatility: Evidence from Swaption Markets. The Journal of Finance, v. LVIII, n. 5, out. 2003.

GONÇALVES, D. F.; FRANCISCHINI, A.A.; ALVES, A.F.; PARRÉ, J. L. Co- Integração, Causalidade e Efetividade do Hedge para Preços do Contrato de Boi Gordo para Noroeste do Paraná. Informe Gepec, v. 12, n. 1, jan./jun. 2008. JIN, Y.; JORION, P. Firm Value and Hedging: Evidence from U.S. Oil and Gas Producers. The Journal of Finance, v. LXI, n. 2, abr. 2006.

JOHNSON, L.L. The theory of hedging and speculation in commodity futures. Review of Economics Studies, v. 27, p. 139-151, 1960.

LIEN, D. Cointegration and the optimal hedge ratio: the general case. The Quarterly Review of Economics and Finance, v. 44, p. 654–658, 2004.

LIEN, D. D.; TSE, Y. K. Some Recent Developments in Futures Hedging. Journal of Economic Surveys, v. 16, n. 3, p. 357-396, jul. 2002.

LIEN, D. D.; YANG, L. Hedging with Chinese Metal Futures. Global Finance Journal, v.19, p.123–138, 2008.

LÜTKEPOHL, H. New Introduction to Multiple Time Series Analysis. Springer, 2006. 764p.

MARKOWITZ, H. M. Portfolio selection. The Journal of Finance, v. 7, n. 1, p. 77-91, Mar. 1952.

MORETTIN, P. A. Econometria Financeira: um curso em séries temporais financeiras. Departamento de Estatística do IME – USP. 2004. 282p.

MULLER, C. A. S.; Análise da Efetividade das Estratégias Estáticas e Dinâmicas de Hedge para o Mercado Brasileiro de Café Arábica. 2007. 132f. Tese (Doutorado em Economia Aplicada) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2007.

MYERS, R.J.; THOMPSON, S.R. Generalized optimal hedge ratio estimation. American Journal of Agricultural Economics, v. 60, p. 858-867, 1989.

NOGUEIRA, F. T. P.; AGUIAR, D. R. D. de; LIMA, J. E. de. Resenha BM&F nº 150 Efetividade do hedge no mercado brasileiro de café arábica. Disponível em <http:/www.bmf.com.br>. Acesso em: 17/07/2004.

PATTARIN, F.; FERRETTI, R. The Mib30 Index and Futures Relationship: Econometric Analysis and Implications for Hedging. EFMA 2004 Basel Meetings Paper. Out. 2003. Disponível em: <http://ssrn.com/abstract=458842>. Acesso em: set. 2009.

ROSSI, E.; ZUCCA, C. Hedging Interest Rate Risk with Multivariate GARCH. Applied Financial Economics, v. 12, p. 241-251, 2002.

SILVA, A.R.; AGUIAR, D.R.; LIMA J.E. Hedge com contratos futuros no complexo soja brasileiro:BM&F vs CBOT. Revista de Economia e Sociologia Rural Vol 31 nº.2 Abr/jun 2003.

STEIN, J.L. The simultaneous determination of spot and futures prices. American Economic Review, v. 51, p. 1012-1025, 1961.

YUN, W-C. Selective hedging strategies for oil stockpiling. Energy Policy, v. 34, p. 3495-3504, 2006.

ARTIGO IV - Utilização de contratos futuros do Ibovespa em carteiras de

Documentos relacionados