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Na sociedade do conhecimento, a explosão informacional juntamente com as tecnologias e formas de comunicação da informação resultaram no que chamamos de "aldeia global". Essa revolução vem exigindo novas capacidades cognitivas, inerentes à inteligência humana e novos modos de trabalho, gerando produtos e serviços que permitam maior controle e inserção na atual sociedade.

Neste contexto cabe aos profissionais da informação o papel de facilitadores da comunicação do conhecimento, aproximando pesquisadores e usuários da informação, de modo que os recursos disponíveis sejam utilizados por todos que deles necessitam. E podem iniciar considerando as possibilidades teórica e metodológica da existência de um campo de comunicação entre emissores e receptores, com seus limites e possibilidades. Essa visão pode significar não somente um novo olhar sobre conceitos e tecnologias disponíveis no campo científico, mas também traduzir o desenvolvimento de estratégias para uma prática profissional que se aproxime dos gestores, nas quais a informação produzida se manifeste como possibilidade de construção do conhecimento (Freire, 2002:12).

Acreditamos que os resultados a que chegamos com esta investigação possam subsidiar atividades de qualificação e capacitação do gerente hospitalar, tomando como temática central o acesso as fontes de informação em saúde para a tomada de decisão. Assim, como fruto da construção deste estudo, selecionamos alguns pontos que consideramos importantes para concluir este trabalho:

Constatamos quanto ao perfil do gerente que predomina o sexo feminino, em idade produtiva, todos com nível superior e especialização, mas poucos com qualificação em administração hospitalar. Alguns desses gerentes têm experiência docente e envolvimento com projetos de pesquisa na UFMG e/ou no Hospital das Clínicas.

ƒ As decisões analisadas são caracterizadas como decisões programadas, tanto a partir de problemas não estruturados como estruturados, que requerem passar por todo processo administrativo, ou seja, o

planejamento, organização, direção e controle/avaliação. As decisões perpassam por todos os níveis de decisão organizacional, a saber: decisões estratégicas de caráter Institucional, administrativa ou tática e operacional, processos que muitas vezes requerem rapidez nas decisões. ƒ Os tipos e fontes de informação utilizadas pelos gerentes são relativas ao

ambiente interno e externo da instituição. Porém, as informações científica- técnicas são usadas de forma limitada. Acreditamos que esse fato ocorra pela falta de suporte técnico a esse gerente e a falta de capacitação no uso de ferramentas informacionais.

ƒ No que se referem a importância, freqüência, confiabilidade volume/quantidade, podemos considerar que a demanda por informação científica-técnica existe e é pertinente tendo em vista a área de gestão do HC/UFMG. Apesar de considerarem importantes e confiarem nessas fontes, esses gerentes, muitas vezes, não conhecem todos os recursos disponíveis. Podemos observar quanto às "Fontes de Informação em Saúde", o alto índice de desconhecimento. Entretanto, temos que levar em conta a complexidade de um hospital, que muitas vezes esse gerente não tem tempo para buscar as informações que precisa, devido o processo decisório requer rapidez nas decisões. Nesse sentido, pudemos observar que, os gerentes envolvidos, de alguma forma, com pesquisa relacionada ou não com a gerência, dão maior importância, conhecem mais e usam com maior freqüência as ferramentas informacionais.

Diante destes resultados, que nos permite uma primeira aproximação ao objeto estudado, acreditamos se fazer necessário um suporte informacional no Hospital das Clínicas. Ou seja, um centro de documentação em parceria com a Unidade Funcional “Informação e Documentação” poderiam desenvolver, intencionalmente, produtos e serviços direcionados aos gerentes e profissionais do hospital.

O alcance e a disseminação do conhecimento passam necessariamente pelo processo educacional. O processo de busca de auto-sustentação deve envolver a universidade, pois é somente nela que podemos desenvolver nosso

conhecimento de forma irrestrita, treinar habilidades, descobrir potencialidades e competências, extrapolar fronteiras e, acreditem, às vezes, realizar até o “impossível”.

A necessidade de informação existe, sua satisfação pode ser realizada por meio de dois caminhos diferentes. O primeiro é a tentativa de se suprirem as necessidades de informação por intermédio da reserva de conhecimento acumulada, ou seja, informações utilizadas no passado e arquivadas na memória. O segundo caminho é a produção da informação em si mesma, isto é, a busca da informação na hora que se fizer necessária para gerar os devidos produtos.

Assim, podemos destacar as seguintes recomendações:

™ Capacitar o gestor hospitalar no acesso as fontes de informação científica- técnica.

™ Incluir na proposta curricular dos cursos de capacitação e qualificação, para gestores hospitalares, a conteúdos relacionados ao acesso a fontes de informação científica-técnica.

™ Disponibilizar profissionais qualificados para dar suporte informacional, através de um centro de documentação junto à UF “Informação e Documentação”, em por meio de um trabalho multidisplinar.

™ Desenvolver métodos de captar, processar e analisar fontes informais de informação, a fim de melhor agir na formulação de políticas de estratégias organizacionais e, principalmente, na solução de problemas.

™ Desenvolver parcerias entre universidade e hospital num trabalho conjunto objetivando maior participação dos gerentes em projetos de pesquisa e/ou projetos de serviços.

™ Inserir na Home Page do Hospital das Clínicas, as fontes de informação disponíveis, de forma a incentivar seu acesso pelos gerentes e profissionais da saúde.

™ Incentivar a pesquisa científica no âmbito da gestão hospitalar, visando a melhoria dos seus processos através do embasamento teórico e metodológico.

™ Buscar a efetividade na interação entre pesquisadores e gestores.

Para alcançarmos estas metas é necessário compreendermos a relevância das ferramentas informacionais e, mais importante que isso, valorizamos o bem mais precioso que tem uma organização: os Recursos Humanos, com a capacidade intelectual e cognitiva inerente ao homem e a riqueza de conhecimento, não disponibilizado, mas que existe guardado em cada indivíduo.