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A avicultura brasileira destaca-se como um dos setores com significativa evolução econômica e produtiva nas últimas décadas, e torna-se um modelo de sucesso para a economia nacional. O Brasil produz com eficiência, se sobressaindo na competição com os maiores players como os Estados Unidos, e conquistando o posto de maior exportador global, comercializando cerca de 4 milhões de toneladas de frango para mais de 100 países em 2018, e segundo maior produtor com mais de 13 milhões de toneladas. Isso é resultado de um esforço continuo de mais de 50 anos de toda a cadeia produtiva avícola.

O sistema de integração verticalizado possibilitou o aumento da escala produtiva e a superação de barreiras de ordem financeira, técnica e tecnológica. Essa importante inovação em termos de processo, revolucionou a produção de proteína animal. A agroindústria leva até a pequena propriedade rural a experiência e evolução tecnológica agropecuária, o acesso a recursos financeiros, e a estabilidade comercial, que proporcionaram os resultados eficientes na implantação e desenvolvimento do sistema de integração na produção avícola

A conexão entre todos os segmentos da cadeia de produção, que gera um complexo agroindustrial altamente interligado, permite o planejamento da atividade, a diminuição dos custos de produção e a agilidade no acompanhamento das evoluções tecnológicas.

O objetivo geral da pesquisa, identificar a dinâmica das inovações tecnológicas que se desenvolvem na cadeia produtiva avícola e sua importância competitiva, alcançado, analisou os elos produtivos identificando as inovações e tendências tecnológicas, e a forma como ocorrem. Como demonstrado, a relação e a cooperação entre os elos da cadeia, coordenados pela integradora, são fundamentais para a continua evolução do setor e manutenção do status de vanguarda competitiva.

Ao caracterizarmos os segmentos da cadeia produtiva, identificamos que a genética, a nutrição e a sanidade, são de importância fundamental, concentrando os maiores esforços de P&D, assim como são os maiores responsáveis pela formatação de custos do frango, e gerando consideráveis evoluções nos índices produtivos. A diminuição do ciclo produtivo e da conversão alimentar significa otimizar a produção e usar com a máxima eficiência os recursos, alcançados pela constante inversão em pesquisa e desenvolvimento, e em um contexto de concorrência interna e externa, assim como da competição com outras fontes de proteína animal.

Nesse sentido, é possível identificar o Brasil como assertivo em sua estratégia competitiva, produzindo com os menores custos e acompanhando a evolução tecnológica a nível global, promovido pela conexão que tem com os elos produtivos que aportam os pacotes tecnológicos mais avançados, e pela sua capacidade de coordenação. Também se destaca o papel das universidades públicas, tanto na formação de profissionais qualificados quanto na dinamização das tecnologias, assim como a pesquisa de excelência da EMBRAPA, que fortalecem os resultados e contribuem para manter o país na vanguarda.

Para a manutenção competitiva do Brasil, a união entre todos os elos da cadeia assim como o continuo investimento em estrutura de P&D, tanto público como privado, é essencial para a continuidade da evolução na produção de frango de corte e para que a base tecnológica não fique atrasada. Também é imprescindível que cada vez mais a cadeia produtiva avícola esteja preparada para atender às exigências de mercado, da legislação sanitária e dos modernos padrões de consumo, que observam com esmero as questões ambientais, de bem- estar animal e de saúde.

Como sugestão de trabalhos futuros, tem-se a análise da evolução técnica e a absorção tecnológica pelo avicultor integrado no campo. Também uma análise do posicionamento comercial das empresas processadoras no exterior, em termos de agregação de valor, fortalecimento de marca, e ao posicionamento em relação as tendências produtivas e de consumo.

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