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O trabalho se propôs a investigar o processo institucional do estágio de pós-graduação no Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, denominado “MP Residência” e a sua inter-relação da teoria com a prática.

A investigação apontou que o estágio no MPRN proporciona ao estudante de pós-graduação a possibilidade de se aprimorar para o mercado de trabalho, pois é através do estágio que o educando tem as primeiras experiências de vida no trabalho e o desenvolvimento de atividades que o levarão a tão sonhada carreira profissional. O estágio é novidade para o estudante, sendo necessário o acompanhamento por parte do supervisor, avaliando sua pontualidade e assiduidade, responsabilidade, iniciativa e criatividade, produtividade, presteza e sua conduta ética, a fim de proporcionar experiência e amadurecimento ao estagiário.

O processo do estágio no Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte inicia-se com o processo seletivo, após aprovado e convocado, o estagiário de pós-graduação entrega os documentos solicitados, recebendo o Termo de Compromisso de Estágio e o Plano de Atividades que deverão ser assinado pelas partes envolvidas no estágio (concedente, estagiário e instituição de ensino). Em seguida, é designado e apresentado ao Supervisor de Estágio para o desempenho de suas atividades, tendo a cada seis meses o seu desempenho avaliado. No que se refere ao desenvolvimento do estagiário de pós-graduação, observamos que há uma relação de conexão entre o que é previsto do plano de atividades e o que é apresentado nos relatórios de avaliação de desempenho.

Quanto ao mapeamento das atividades desenvolvidas pelos MP Residentes, observou-se que o plano de atividades descreve as tarefas que são desempenhadas por cada MP Residente em sua respectiva área de atuação. No que se refere ao resultado das avaliações de desempenho dos MP Residentes merece destaque o critério conduta ética avaliado pelo Supervisor de Estágio e do estagiário de pós-graduação o critério conhecimentos para a formação profissional.

Em relação ao instrumento de acompanhamento do estagiário de pós- graduação, observou-se a necessidade de alterações, sugerindo melhorias para uma melhor avaliação por parte do Supervisor de Estágio e do estudante de pós-

graduação no desempenho de suas atividades. Apesar de ter sido possível efetuar a caracterização dos estagiários no primeiro momento e a avaliação de desempenho na ótica do supervisor e do estagiário, constatamos a necessidade do Setor de Estágios do MPRN realizar a reformulação e atualização no instrumento de acompanhamento do estágio, que venha a contemplar os campos de identificação do estagiário, frequência mensal, relatório de desempenho de atividades do estagiário, relatório de atividades do estagiário e a ciência das partes envolvidas na relação de estágio.

A contribuição maior da presente investigação refere-se à sugestão de um “Relatório de Processo de Desempenho do Estágio” (Apêndice D), contemplando todo o tramite do estágio, incluindo variáveis juntas, que possuem significados diferentes, portanto, apontando a necessidade de desagregação das mesmas como Pontualidade e Assiduidade; Responsabilidade, Iniciativa e Criatividade, assim como, todos os critérios existentes possuírem a definição sucinta do seu significado.

Outra contribuição do estudo foi o subsídio dado à gestão para o acréscimo nas vagas da área jurídica, e a ampliação de outros campos de atuação dos MP Residentes, a saber, os cursos de Informática, Serviço Social e Psicologia, por meio da atualização da Resolução nº 007/2014 – CSMP.

Por último, e não menos importante, fica a sugestão para que outros estudos sobre o tema sejam realizados, expandindo por exemplo, para os estagiários de graduação. Assim, podemos concluir que os resultados apresentados dão sustentação aos objetivos propostos neste trabalho, cooperando para a efetiva inter-relação da teoria com a prática e contribuindo por meio da sua função social, no desenvolvimento do estagiário para a vida cidadã e para o trabalho.

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Anexo A – Lei Complementar Federal, nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.

LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008.

Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO

Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.

§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.

§ 1o Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.

§ 2o Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória.

§ 3o As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.

Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:

I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;

II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino;

III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.

§ 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final.

§ 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

Art. 4o A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros regularmente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável.

Art. 5o As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.

§ 1o Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio:

I – identificar oportunidades de estágio; II – ajustar suas condições de realização;

III – fazer o acompanhamento administrativo;

IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais; V – cadastrar os estudantes.

§ 2o É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo.

§ 3o Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a realização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada curso, assim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão de estágio curricular.

Art. 6o O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes, organizado pelas instituições de ensino ou pelos agentes de integração.

CAPÍTULO II

DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Art. 7o São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:

I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;

II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do educando;

III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;

IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades;

V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas;

VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos;

VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas.

Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3o desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.

Art. 8o É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6o a 14 desta Lei.

Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II do caput do art. 3o desta Lei.

CAPÍTULO III

DA PARTE CONCEDENTE

Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações:

I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento;

II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;

III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente; IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;

V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;

VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a

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