• Nenhum resultado encontrado

THE LIMITS OF GLOBAL GOVERNANCE: GOVERNMENTALITY AS AN ANALYTICAL ALTERNATIVE

4. Considerações Finais

Como apontei durante a exposição, tanto o conceito de governança global, quanto o de governamentalidade, são úteis para analisar e compreender as mudanças que ocorreram no cenário internacional com o processo de globalização. Alguns autores apontam que ambas abordagens têm como intuito fazer frente às crises de governo e a incapacidade do Estado em gerir todos os problemas derivados das mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorreram nas últimas décadas. Portanto, trazer à tona a ascensão dos atores não estatais, assim como, entender como eles ganharam novos papeis e funções, é uma característica fundamental das teorias apresentadas no campo das Relações Internacionais.

A pretensão em dar mais atenção aos atores não estatais, representa uma tentativa de descentralizar as análises no Estado como o único, ou o principal, ator relevante. No entanto, os estudos da governança global não conseguiram, de fato, quebrar esse vínculo com as abordagens tradicionais. Apesar de demonstrarem a importância dos atores não estatais, e principalmente, da sociedade civil, os teóricos da governança ainda continuaram fortemente arraigados à tríade “soberania, autoridade e legitimidade”. Portanto suas concepções de poder e autoridade ainda respondem aos pressupostos positivistas e tradicionais da disciplina.

Meu argumento é que, o conceito de governamentalidade, tem valor e potencial para contribuir com o campo das Relações Internacionais de algumas maneiras. O valor acrescentado da teoria da governamentalidade nos estudos internacionalistas é expresso na sua capacidade de desconstruir e questionar aquilo que é "tomado como garantido". O "discurso" sobre governança é parte integrante de seu próprio "funcionamento", e não um meio de legitimação "externa" à racionalidade do governo, operando em uma determinada configuração de poder (DEAN, 2010). Tal análise desvela o domínio político de seu caráter evidente, normal ou natural, que é essencial para o seu funcionamento” (MERLINGEN, 2006, p.188, trad. Nossa). Neste contexto, há uma outra oportunidade para aplicar a abordagem de governamentalidade à governança global, realizando uma análise crítica que aborda a despolitização da política global de acordo com o paradigma de “governança sem governo”, revelando seu caráter “político” (PROZOROV, 2004).

Outra contribuição importante é que os estudos sobre governamentalidade partem de uma noção de poder que se diferencia, e muito, da acepção utilizada nas teorias tradicionais de Relações Internacionais. A “mecânica do poder”, utilizando a expressão de Foucault, trata do poder como posse de recursos e/ou capacidades. De outro modo, é um poder negativo, que remete ao controle, sujeição. Ou seja, um poder verticalizado, que se exerce de cima para baixo. De modo distinto, a governamentalidade tem suas raízes em uma noção de poder diferente. A “analítica do poder” trata do poder como uma rede produtiva que permeia a sociedade produzindo discursos e conhecimento, é um poder positivo. Ele não se irradia de um centro até os níveis inferiores como em uma hierarquia. Ao contrário, ele é abstraído das capilaridades, das formas terminais, deslocando-se por toda sociedade de maneira plural, heterogenia e não hierárquica. Ou seja, o poder é fluido, relacional,

64 produtivo, construindo e controlando os sujeitos, mas sem se concentrar nem emanar de um centro. É distinto da ideia de dominação/sujeição, pressuposta na ideia de poder como algo que se detém.

Interpretando o poder de tal modo, a abordagem da governamentalidade permite que se possa quebrar a tríade mencionada anteriormente. O Estado deixa de ser o detentor, o centro que emana e que controla o poder. O que os teóricos da governança global chamam de “transferência de poder do Estado para atores não estatais”, ou o “fim do governo pelo Estado” é, na verdade, a expressão de uma lógica ou racionalidade variável do governo (um tipo de poder) pela qual a sociedade civil é redefinida a partir de um objeto passivo do governo para ser atuada sobre uma entidade que é um objeto e um sujeito do governo. Sendo assim, oferece maneiras mais sofisticadas de incorporar resistência e legitimar o governo.

Ao entender que o poder não é exercido por uma instituição ou Estado, e sim, algo que flui pela sociedade, que ao mesmo tempo que controla também produz novas práticas e interações, a análise da governamentalidade quebra com a imagem do Estado monolítico, uma “caixa preta”. Portanto, traz outra visão sobre questão da soberania e do poder, pilares da disciplina de Relações Internacionais.

Em relação à questão do poder e autoridade nas Relações Internacionais, temos duas contribuições importantes por parte da ótica da governamentalidade. Uma primeira diz respeito ao deslocamento do Estado como um centro de onde emana-se o poder. Ao entender que o poder não é exercido por uma instituição ou Estado, e sim, algo que flui pela sociedade, que ao mesmo tempo que controla também produz novas práticas e interações, a análise da governamentalidade quebra com a imagem do Estado monolítico, uma “caixa preta”. Consequentemente, e essa é uma segunda contribuição, desconstrói-se o poder como algo que se detém, seja capacidades e/ou recursos, algo caríssimo às abordagens mais tradicionais das RI.

Obviamente, e me parece importante ressaltar, a aplicação do conceito de governança suscitou diversas críticas. Alguns autores apontaram preocupações relativas à aplicabilidade do conceito de governamentalidade ao âmbito internacional (CHANDLER, 2009; JOSEPH, 2009, 2010; SELBY, 2007). Apesar de já haver uma literatura que se propõe a responder a tais questionamentos (NEWMANN; SENDING, 2007; VRASTI, 2013), chamo atenção e concordo com o argumento de

Pereira; Ramos; Santos Filho (2011). Segundo os autores, para que se possa utilizar o conceito de governamentalidade nas RI, é necessário que se defina claramente conceito, o objeto e os modos de utilizá-lo, para que não se incorra no que ele colocou como “consenso ortodoxo”, que pauta as teorias mais tradicionais de Relações Internacionais.

Por fim, não foi meu intuito aqui tentar fazer do conceito de “governamentalidade” a solução para as limitações do conceito de governança global, e até mesmo, das análises de Relações Internacionais. O que tentei demonstrar é que os estudos da governamentalidade, apesar de recentes na disciplina, estão sendo férteis na área. Além de estabelecer uma crítica a postulados e conceitos reificados das RI, tais estudos também nos impulsionam a tentar compreender um pouco melhor os discursos subjacentes em diversos temas que consideramos como dados. Além de abrir novas agendas de pesquisa, estudos da governamentalidade podem servir como interlocutores, críticos, importantes para o crescimento da pesquisa em torno da política internacional. Mais importante ainda, tal discussão já tomou corpo em diversos lugares e instituições. Porém, no Brasil, ainda existe uma certa resistência em relação à utilização do conceito e de um debate sobre as perspectivas e ganhos analíticos que podemos ter. Portanto, o artigo teve como objetivo central tentar trazer um pouco dessa “nova perspectiva” para o debate brasileiro e incentivar as pesquisas e o debate acerca de diferentes formas de se interpretar as mudanças ocorridas na política internacional atualmente.

Referências

ABBOTT, Kenneth. W.; SNIDAL, Duncan. Hard and soft law in international governance. International organization, v. 54, n. 3, p. 421-456, 2000.

ADLER, Emanuel; BERNSTEIN, Steven. Knowledge in power: the epistemic construction of global governance. In: BARNETT, Michael. N.; DUVALL, Raymond. Power in global governance, Cambridge: Cambridge University Press, p. 294, 2005.

BARNETT, Michael. N.; DUVALL, Raymond. Power in global governance. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

66 BENEDETTI, Fanny; WASHBURN, John L. Drafting the International Criminal Court treaty: Two years to Rome and an afterword on the Rome diplomatic conference. Global Governance, v. 5, p. 1, 1999.

BETTS, Alexander (Ed.). Global migration governance. Oxford University Press, 2011.

BEVIR, Mark. Governance and governmentality after neoliberalism. Policy & Politics, v. 39, n. 4, p. 457-471, 2011.

BIERMANN, Frank; SIEBENHÜNER, Bernd; SCHREYÖGG, Anna. Global environmental governance and international organizations: Setting the stage. In: BIERMANN, Frank; SIEBENHÜNER, Bernd; SCHREYÖGG, Anna. International

Organizations in Global Environmental Governance. Routledge, p. 15-30, 2009.

BIERMANN, Frank; PATTBERG, Phillip H. (Ed.). Global environmental governance

reconsidered. MIT Press, 2012.

BIERSTEKER, Thomas. J. Global governance. In CAVELTY, Myriam. D; MAUER, Victor. The Routledge handbook of security studies. London: Routledge, p. 439-452, 2010.

BÖRZEL, Tanja A.; RISSE, Thomas. Public-private partnerships: Effective and legitimate tools of international governance. In GRANDE, Edgar; PAULY, Louis W. (Ed.). Complex sovereignty: Reconstructing political authority in the twenty first century. Toronto: University of Toronto Press, p. 195-216, 2005.

BUCHANAN, Allen; KEOHANE, Robert O. The legitimacy of global governance institutions. Ethics & international affairs, v. 20, n. 4, p. 405-437, 2006.

CHANDLER, David. Critiquing liberal cosmopolitanism? The limits of the biopolitical approach. International Political Sociology, v. 3, n. 1, p. 53-70, 2009.

CLAPP, Jennifer; FUCHS, Doris. Agrifood corporations, global governance, and sustainability: a framework for analysis. Corporate power in global agrifood

governance, p. 1-26, 2009.

COMMISSION ON GLOBAL GOVERNANCE. Our Global Neighbourhood, New York: Oxford University Press, 1995.

COX, Robert. W. Production, power, and world order: Social forces in the making of history. Columbia University Press, 1987.

CUTLER, A. Claire.; HAUFLER, Virginia; PORTER, Tony. (Ed.). Private authority and

international affairs. Suny Press, 1999.

CZEMPIEL, Ernst. Governance and democratization. In: ROSENAU, James N.; CZEMPIEL, Ernst. (Ed.) Governance without government: Order and change in world politics, p. 250-71, 1992.

DEAN, Mitchell. Governmentality: Power and rule in modern society. London: Sage Publications, 1999.

DEAN, Mitchell; HINDESS, Barry. (Ed.). Governing Australia: Studies in contemporary rationalities of government. Cambridge University Press, 1998.

DEATH, Carl. Governmentality at the limits of the international: African politics and Foucauldian theory. Review of International Studies, v. 39, n. 3, p. 763-787, 2013. DE LARRINAGA, Miguel; DOUCET, Marc G. (Ed.). Security and global

governmentality: Political Science Quarterly globalization, governance and the state.

Routledge, 2010.

DILLON, Michael; REID, Julian. Global liberal governance: Biopolitics, security and war. Millennium, v. 30, n. 1, p. 41-66, 2001.

DINGWERTH, Klaus; PATTBERG, Phillip. Global governance as a perspective on world politics. Global Governance, v. 12, p. 185, 2006.

DREZNER, Daniel W. The global governance of the Internet: Bringing the state back in. Political Science Quarterly, v. 119, n. 3, p. 477-498, 2004.

DUFFIELD, Mark. Global governance and the new wars: The merging of development and security. Zed Books Ltd., 2014.

EAGLETON-PIERCE, Matthew. The concept of governance in the spirit of capitalism. Critical Policy Studies, v. 8, n. 1, p. 5-21, 2014.

FALKNER, Robert. Private environmental governance and international relations: exploring the links. Global environmental politics, v. 3, n. 2, p. 72-87, 2003.

FINNEMORE, Martha; SIKKINK, Kathryn. International norm dynamics and political change. International Organization, v. 52, n. 4, p. 887-917, 1998.

FINKELSTEIN, Larry S. What is global governance. Global governance, v. 1, p. 367, 1995.

FOUCAULT, Michel. Genealogia e Poder. In: MACHADO, Roberto. (org.) Microfísica

do Poder. 6ª edição. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986.

FOUGNER, Tore. Corporate power in world politics: the case of the world economic forum. The Journal of International Trade and Diplomacy, v. 2, n. 2, p. 97-134, 2008. FRASER, Nancy. From discipline to flexibilization? Rereading Foucault in the shadow of globalization. Constellations, v. 10, n. 2, p. 160-171, 2003.

GILL, Stephen. Structural Change and Global Political Economy: Globalizing Elites and the Emerging World Order. SAKAMOTO, Y (Ed.). In Global Transformation: Challenges to the State System. Tokyo: United Nations University Press, 1994.

GOLDMAN, Michael. Imperial Nature: The World Bank and Struggles for Social Justice

in the Age of Globalization, New Haven, CT and London: Yale University Press, 2005.

68 GORDENKER, Leon. Pluralising global governance: analytical approaches and dimensions. Third world quarterly, v. 16, n. 3, p. 357-388, 1995.

GORDON, Collin. Governmental rationality: An introduction. In Burchell, G.; Gordon, C.; Miller, P. The Foucault effect: Studies in governmentality, p. 1-51, 1991.

GRAZ, Jean. C. How powerful are transnational elite clubs? The social myth of the World Economic Forum. New Political Economy, v. 8, n. 3, p. 321-340, 2003.

HAAS, Peter. M. Introduction: epistemic communities and international policy coordination. International organization, v. 46, n. 1, p. 1-35, 1992.

HAAS, Peter. M. Social constructivism and the evolution of multilateral environmental governance. In: PRAKASH, A.; HART, J. A. Globalization and governance. London: Routledge, p. 103-134, 1999.

HAFNER-BURTON, Emilie; POLLACK, Mark A. Mainstreaming gender in global governance. European Journal of International Relations, v. 8, n. 3, p. 339-373, 2002.

HALL, Robert. B.; BIERSTEKER, Thomas. J. (Ed.). The emergence of private

authority in global governance. Cambridge University Press, 2002.

HELD, David; MCGREW, Anthony. Introduction. In HELD, David; MCGREW, Anthony. (Ed), Governing Globalisation, Cambridge, Polity Press, p. 1-21, 2002. HEWSON, Martin; SINCLAIR, Timothy. J. (Ed.). Approaches to global governance

theory. Suny Press, 1999.

JESSOP, Bob. The regulation approach, governance and post-Fordism: alternative perspectives on economic and political change?. Economy and society, v. 24, n. 3, p. 307-333, 1995.

JOSEPH, Jonathan. Governmentality of what? Populations, states and international organisations. Global Society, v. 23, n. 4, p. 413-427, 2009.

JOSEPH, Jonathan. What can governmentality do for IR?. International Political

Sociology, v. 4, n. 2, p. 202-205, 2010.

KAHLER, M. Rising powers and global governance: negotiating change in a resilient status quo. International Affairs, v. 89, n. 3, p. 711-729, 2013.

KECK, Margaret. E.; SIKKINK, Kathryn. Transnational advocacy networks in international politics: Introduction. In KECK, Margaret E.; SIKKINK, Kathryn. Activists

Beyond Borders: Advocacy networks in international politics. p. 1-38, 1998.

KEOHANE, Robert. O.; NYE, Joseph. S. Transnational relations and world politics. Harvard University Press, 1972.

KEOHANE, Robert. O.; NYE, Joseph. S. Power and interdependence. Boston: Little, Brown ,1977.

KEOHANE, Robert. O. After hegemony. Princeton: Princeton University Press, 1984. KEOHANE, Robert. O. International institutions: Two approaches. International

studies quarterly, v. 32, n. 4, p. 379-396, 1988.

KOENIG-ARCHIBUGI, Mathias. Mapping global governance. HELD, David; MCGREW, Anthony. Governing globalization: power, authority and global governance, p. 46-69, 2002.

KRASNER, Stephen. D. (Ed.). International regimes. Cornell University Press, 1983. LAKE, David. A. Global Governance: a relational contracting approach. Globalization and governance. In: PRAKASH, Aseem; HART, Jeffrey. A. Globalization and

governance. London: Routledge, p. 31-54, 1999.

LARNER, Wendy; WALTERS, Willian. Introduction: Global governmentality: governing international spaces. In LARNER, Wendy; WALTERS, Willian. (Ed). Global

governmentality: Governing international spaces. Routledge, p. 1-21, 2004.

LATHAM, Robert. Politics in a floating world: toward a critique of global governance. In HEWSON, Martin; SINCLAIR, Timothy. J. (Ed.). Approaches to global

governance theory. Suny Press, p. 23-53, 1999.

LEMKE, Thomas. Foucault, governmentality, and critique. London: Routledge, 2015. LEVY, David. L.; PRAKASH, Aseem. Bargains old and new: Multinational corporations in global governance. Business and Politics, v. 5, n. 2, p. 131-150, 2003.

LIPSCHUTZ, Ronnie D. Reconstructing world politics: the emergence of global civil society. Millennium, v. 21, n. 3, p. 389-420, 1992.

LIPSCHUTZ, Ronnie D; MAYER, Judith. Global civil society and global

environmental governance: The politics of nature from place to planet. Suny Press,

1996.

LIPSCHUTZ, Ronnie D. Global civil society and global governmentality: or, the search for politics and the state amidst the capillaries of social power. In: BARNETT, Michael N.; DUVALL, Raymond. Power in global governance, Cambridge: Cambridge University Press, p. 229-248, 2005.

LIPSCHUTZ, Ronnie D.; ROWE, James K. Globalization, governmentality and global

politics: regulation for the rest of us?. Psychology Press, 2005.

MERLINGEN, Michel. Governmentality: Towards a Foucauldian framework for the study of IGOs. Cooperation and Conflict, v. 38, n. 4, p. 361-384, 2003.

MERLINGEN Michel. Foucault and world Politics: promises and challenges of extending governmentality theory to the European and beyond. Millennium, v. 35, n. 1, p. 181-196, 2006.

70 MERRY, Sally E.; CONLEY, John M. Measuring the world: Indicators, human rights, and global governance. Current Anthropology, v. 52, n. S3, p. 83-95, 2011.

METHMANN, Chris. The sky is the limit: Global warming as global governmentality. European Journal of International Relations, v. 19, n. 1, p. 69-91, 2011.

MILLER, Peter; ROSE, Nikolas. Governing the present: Administering economic, social and personal life. Polity, 2008.

MURPHY, Craig. N.; YATES, Joanne. The International Organization for

Standardization (ISO): global governance through voluntary consensus. Routledge,

2009.

NEUMANN, Iver B.; SENDING, Ole J. Governing the global polity: Practice, mentality, rationality. University of Michigan Press, 2010.

OHMAE, Kenichi. The borderless world: Power and strategy in the interlinked economy. London: Harper Collins, 1990.

O'MALLEY, Pat. Indigenous governance. International Journal of Human Resource

Management, v. 25, n. 3, p. 310-326, 1996.

OVERBEEK, Henk. Global governance, class, hegemony. Contending Perspectives on Global Governance. Coherence and Contestation, v. 39, 2005.

PARK, Susan. Socialization, the World Bank group and global environmental governance. In: BIERMANN, Frank; SIEBENHÜNER, Bernd; SCHREYÖGG, Anna (Ed.). International Organizations in Global Environmental Governance. Routledge, p. 91-110, 2009.

PEREIRA, Chyara Sales; RAMOS, Leonardo César Souza; SANTOS FILHO, Onofre dos. Governança global, governamentalidade e uma nova visão acerca da relação

entre explicação e compreensão nas Relações Internacionais. In: 3° ENCONTRO

NACIONAL ABRI 2011, 3, 2011, São Paulo.

PRAKASH, Gyan. Another Reason. Science and the Imagination of Modern India.

Princeton, NJ: Princeton University Press, 1999.

PROZOROV, Sergei. Three theses on ‘governance’ and the political. Journal of

International Relations and Development, v. 7, n. 3, p. 267-293, 2004.

REINICKE, Wolfgang H.; DENG, Francis. Critical choices: The United Nations, networks, and the future of global governance. IDRC, Ottawa, 2000.

RHODES, Roderick A. W. The new governance: governing without government. Political studies, v. 44, n. 4, p. 652-667, 1996.

ROSENAU, James. N.; CZEMPIEL, Ernst. (Ed.). Governance without government: order and change in world politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

ROSENAU, James. N. "Governance in the Twenty-First Century". In WEISS, Thomas. G. Global Governance: A Review of Multilateralism and International Organizations, 1995.

ROSENOW, Doerthe. Decentring global power: The merits of a Foucauldian approach to international relations. Global Society, v. 23, n. 4, p. 497-517, 2009. RUGGIE, John. G. International regimes, transactions, and change: embedded liberalism in the postwar economic order. International organization, v. 36, n. 2, p. 379-415, 1982.

SANDHOLTZ, Wayne. Globalization and the Evolution of Rules. In: PRAKASH, Aseem; HART, Jeffrey A. Globalization and governance. London: Routledge, p. 77- 102, 1999.

SCHIAVO, Lidia L. Governance, Civil Society, Governmentality. The ‘Foucauldian Moment’ in the Globalization Debate: Theoretical Perspectives. International Journal

of Humanities and Social Science, v. 4, n. 13, p. 1-17, 2014.

SCHOLTE, Jan. A. Civil society and democracy in global governance. Global

Governance, v. 8, n. 3, p. 281-304, 2002.

SCOTT, David. Colonial governmentality. Anthropologies of modernity: Foucault, governmentality, and life politics, p. 23-49, 2005.

SELBY, Jan. Engaging Foucault: Discourse, liberal governance and the limits of Foucauldian IR. International Relations, v. 21, n. 3, p. 324-345, 2007.

SENDING, Ole J.; NEUMANN, Iver. B. Governance to governmentality: Analyzing NGOs, states, and power. International studies quarterly, v. 50, n. 3, p. 651-672, 2006.

TELÒ, Mario (Ed.). European Union and new regionalism: regional actors and global governance in a post-hegemonic era. Ashgate Publishing, Ltd., 2013.

THOMPSON, Grahame; HIRST, Paul. Globalization in question: the international economy and the possibilities of governance. Polity Press, 1999.

VAN DER PIJL, Kees. Transnational classes and international relations. London: Routledge, 1998.

VRASTI, Wanda. Universal but not truly ‘global’: governmentality, economic liberalism, and the international. Review of International Studies, v. 39, n. 1, p. 49-69, 2013.

WALTERS, Willian; HAAHR, Jens. H. Governmentality and political studies. European Political Science, v. 4, n. 3, p. 288-300, 2005.

WEISS, Thomas. G. Governance, good governance and global governance: conceptual and actual challenges. Third world quarterly, v. 21, n. 5, p. 795-814, 2000.

72 WEISS, Thomas. G.; GORDENKER, Leon. (Ed). NGOs, the UN, and global

governance. Lynne Rienner, 1996.

WEISS, Thomas. G.; WILKINSON, Rorden. Global governance to the rescue: Saving international relations?. Global Governance, p. 19-36, 2014.

YOUNG, Oran R. International governance: protecting the environment in a stateless society. Cornell University Press, 1994.

ZANOTTI, Laura. Governmentalizing the post–Cold War international regime: The UN debate on democratization and good governance. Alternatives, v. 30, n. 4, p. 461-487, 2005.

ROLE THEORY COMO TERCEIRA VIA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS