• Nenhum resultado encontrado

Conforme sinalizado na introdução desse trabalho, existem estudos, discussões e reconhecimentos de que os acontecimentos nas salas de aula são influenciados por um conjunto de fatores e pela interação entre eles; sobretudo, pelos alunos, professores, material instrucional e a variável tempo. Destes dependem o tipo de ensino e a aprendizagem a serem atingidos.

Assim, os dados colhidos e dispostos no capítulo 4 desse trabalho revelam a eficácia do desenvolvimento dessa pesquisa, em especial, para ajudar a arquitetar melhores atividades de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, a teoria ausubeliana ofereceu um fundamento intelectual concreto para a criação de novas situações no ensino e na aprendizagem de conteúdos escolares.

Diante do exposto, pode afirmar-se que esta pesquisa, que teve por foco educacional familiar e primordial, refere-se ao produto final esperado de um programa consistente de aprendizagem significativa e ao domínio de conjuntos de conhecimentos hierarquicamente organizados pelos alunos.

Embora reconhecendo que as estruturas dos acontecimentos educativos são diferentes e que, dependendo do recolhimento de dados e utilização de procedimentos alternativos de transformação desses dados, podem conduzir a juízos cognitivos diferentes ou até mesmo opostos, é lícito supor que a experiência feita nessa pesquisa, ou seja, a construção de mapas conceituais para ajudar na aprendizagem significativa de conteúdos escolares, constitui-se como uma estratégia que oferece perspectivas de melhoria das práticas educativas e serve de instrumento para o avanço das investigações acerca dos processos de ensino e aprendizagem.

Também ciente de que toda investigação educativa deve ser consistente com cada aspecto da estrutura a ser conhecida e explorada, podendo variar em cada situação vivenciada, pode-se revelar que a essência dessa experimentação, o local e o tipo de acontecimentos escolhidos e construídos podem ser utilizados eficazmente em outros contextos escolares de diferentes localidades e regiões do Brasil; quer sejam em escolas públicas de periferia ou de bairros populares – como foi nessa pesquisa - quer sejam em escolas de rede privada.

Contudo, não se trata aqui nesse experimento e nem se constitui objetivo endeusar ou defender a teoria ausubeliana como a melhor, a única ou a salvadora de um processo de ensino e aprendizagem da forma como vem sendo oferecido no espaço das salas de aula atualmente – ineficiente e sem significados, mas como uma possibilidade de mudança, levada à sala de aula, pela ação consciente e consistente do(a) professor(a).

159

Nesse sentido, os resultados obtidos nessa pesquisa evidenciam importantes avanços na compreensão dos processos envolvidos no ensino e na aprendizagem de conteúdos escolares de forma significativa, como também referenciam as formulações e enfoques teóricos e metodológicos adotados no âmbito dessa experimentação.

Isto não implica, necessariamente, que se possa descobrir uma grande estratégia que possa ser aplicada a todos os conteúdos escolares, nem que se possa melhorar a capacidade de pensamento crítico, através do ensino de princípios gerais da lógica, independentemente do conteúdo específico. Significa, meramente, que, em alguns casos, modelos específicos podem ter relevância para uma base interdisciplinar para o processo educativo.

Portanto, é útil observar de que modo as teorias e metodologias servem para construir novos conhecimentos, sabendo que a educação envolve um conjunto único de fenômenos, e o(a) professor(a) deve buscar as teorias e construir os seus próprios métodos como um esforço importante para apresentar concepções complementares e novas metodologias.

Para isso, é válido lembrar de que se tornam necessários reunir, de alguma maneira, diferentes conhecimentos, bases teóricas e experiências concretas para ajustá-los a uma proposta que seja apropriada ao contexto dos alunos a que se destina. Admitindo, de forma conclusiva, que “[...] o conhecimento não se descobre, como o ouro ou o petróleo. É, sim, construído, como os carros ou as pirâmides” (NOVAK; GOWIN, 1996, p. 20).

A descrição das estratégias adotadas, testadas, demonstradas, mensuradas e analisadas nessa experimentação pode servir, também, de encorajamento e esperança para auxiliar a professores e alunos a se aproximarem de significados e sentimentos compartilhados num percurso de ensino e aprendizagem significativos.

Ser professor(a) é antes, saber ser líder de um processo, cuja mão é dupla, ora você lidera, ora é liderado.

160

REFERÊNCIAS

ANDERSON, Lorin; KRATHWOH, David R. A taxonomy for learning, teaching, and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy of educational objectives. New York: Longman, 2001.

APPOLINÁRIO, Fabio. Metodologia da Ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Cengage Learning, 2009.

AUSUBEL, David Paul. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Tradução Lígia Teopisto. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 2003.

AUSUBEL, David Paul; NOVAK, Joseph D; HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. Tradução Eva Nick. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução M. Lahud. e Y. F.Vieira. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.

BIZZO, Nélio. Desafios do ensino da ciência (palestra). In: REUNIÃO ANUAL DA

SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 55,. 2003, São Paulo. Anais… São Paulo: USP, 2003.

BLOOM, Benjamin S. Taxonomy of educational objectives: the classification of educational goals: Handbook I, cognitive domain. New York: Longman, 1956.

______. Human characteristics and school learning. New York: McGraw-Hill Book Company, 1976.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 10 maio 2011.

______. Secretaria de educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

DEMO, Pedro. Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. (Temas sociais).

ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO SOBRE TRABALHO DOCENTE, 1.,; ENCONTRO BRASILEIRO DA REDE ESTRADO, 6., 2011, Maceió. Anais... Maceió: Q Gráfica, 2011.

FURMAN, Melina. Mais que conceitos, é preciso ensinar atitudes científicas. Nova Escola: A Revista de quem educa, n. 237, p. 28-32, nov. 2010.

GÜNTHER, Hartmut. Como elaborar um questionário. Brasília, DF: Laboratório de Psicologia Ambiental/UnB, 2003. (Série Planejamento de Pesquisa nas Ciências Sociais, 1).

HEILAND, Helmut. Friedrich Fröbel. Tradução e Organização Ivanise Monfredini. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Massangana, 2010. (Educadores).

161

INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. IDEB - Índice de desenvolvimento da educação básica. Brasília, 2011. Disponível em: <http://portalideb.inep.gov.br/>. Acesso em: 01 março 2011.

INTERNATIONAL CONFERENCE ON CONCEPT MAPPING, 4., 2010, Viña del Mar, Chile. Concept maps: making learning meaningful. Santiago de Chile: Lom Ediciones, 2010.

IVIC, Ivan. Lev semionovich Vygotsky. Tradução José Eustáquio Romão. Organização Edgar Pereira Coelho. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Massangana, 2010. (Educadores).

KRASILCHIK, M. O professor e o currículo de ciências no 1º grau. São Paulo: Atual, 1987.

LAROUSSE. Mini Dicionário Larousse Inglês/Português Português/Inglês. 2. ed. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008.

LEONTIEV, Alexis et al. Psicologia e pedagogia: bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento. Tradução Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Moraes, 1991.

MENEZES, Luis Carlos de. Quem na escola tem de saber tudo? Nova Escola: a revista de quem educa. São Paulo: Fundação Victor Civita/Abril, ano XXVI, n. 240, mar. 2011. p. 90

MIZUKAMI,Maria da Graça Nicoletti. Aprendizagem da docência: algumas contribuições de L. S. Shulman. Revista Educação, Santa Maria, v. 29, n. 2, 2004.

MOREIRA, Marco Antonio. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. 1997. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~moreira/mapasport.pdf>. Acesso em: 10 maio 2011.

MUNARI, Alberto. Jean Piaget. Tradução e Organização Daniele Saheb. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Massangana, 2010. (Educadores).

NOVA ESCOLA: a revista de quem educa. São Paulo: Fundação Victor Civita/Abril, ano XXV, n. 237, nov. 2010.

NOVAK, J. D. Biografía del autor. 2010. Disponível em: <http://jnovakupn.blogspot.com/>. Acesso em: 03 ago. 2011.

NOVAK, J. D.; GOWIN, D. Bob. Aprender a aprender. Tradução Carla Valadares. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 1996.

OLIVEIRA, Dalila. Conferência de abertura: politícas educacionais e mudanças no contexto escolar. In: ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO SOBRE TRABALHO DOCENTE, 1.,; ENCONTRO BRASILEIRO DA REDE ESTRADO, 6., 2011, Maceió. Anais... Maceió: Q Gráfica, 2011.

PEREIRA, Maria de Lourdes et al (Org.). Ciência naturais. João Pessoa: Universitária/UFPB, 2009.

162

PIAGET, Jean. Rapport du directeur: cinquième réunion du Conseil. Genève, Bureau international d’éducation, 1934.

______. Discours du directeur du Bureau international d’éducation. Dans: CONFÉRENCE INTERNATIONAL DE L’INSTRUCTION PUBLIQUE: PROCÈS-VERBAUX ET RECOMMANDATIONS, 13., 1950, Genève. Annales… Genève, Bureau international d’éducation, 1950. p. 35–36.

PRIBERAM INFORMÁTICA. Dicionário Priberam da língua portuguesa. Lisboa, 2011. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/>. Acesso em: 19 jul. 2011.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SANTOS, Carmen Sevilla G. dos. Fundamentos psicológicos da educação. In: ALDRIGUE, Ana Cristina de S.; FARIA, Evangelina M. B. de (Orgs.) Linguagens: usos e reflexões, v. 3. João Pessoa: UFPB, 2009.

SOARES, Luís Havelange; TAVARES, Romero. A geometria fundamental num contexto dinâmico: a utilização da informática educacional para facilitar a aprendizagem significativa. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, CULTURA E

DIVERSIDADE, 10., 2010, Salvador. Anais... Salvador: ENEM, 2010. p. 1-11.

TAVARES, Romero. Ambiente colaborativo on-line e a aprendizagem significativa de Física. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – ABED, 13., 2007. Curitiba. Anais... Curitiba: ABED, 2007a. p. 1-10.

______. Construindo mapas conceituais. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, ano 4, v. 12, p. 72-85, 2007b.

______. Animações interativas e mapas conceituais: uma proposta para facilitar a

aprendizagem significativa em ciências. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, ano 5, v. 13, p. 99-108, 2008.

______. Aprendizagem significativa, codificação dual e objetos de aprendizagem.Revista Brasileira de Informática na Educação, [S.l.], v. 18, n. 2, p. 1-16, 2010.

VYGOTSKY, Lev; LEONTIEV, Alexis; LURIA, Alexandre Romanovich. Psicologia e pedagogia. Lisboa: Estampa, 1977.

WEBER STATE UNIVERSITY. Advanced Educational Psychology. Theory of meaningful learning and assimilation theory. Ogden, Utah, USA, 2011. Disponível em:

<http://faculty.weber.edu/pstewart/6030/6030.html>. Acesso em: 27 jul. 2011.

ZIMRING, Fred. Carl Rogers. Tradução e Organização Marco Antônio Lorieri. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Massangana, 2010. (Educadores).

163

164

APÊNDICE A – Pré e pós-teste

Escola: _______________________________________________________________ Aluno: ________________________________________________________________ Turma: _________________________ Turno: ________________________________

Caro aluno, na unidade 6 do livro didático de ciências, o assunto principal é a reprodução humana, com conceitos sobre:

• A adolescência no ciclo de vida.

• O sistema genital humano: Sistema genital feminino Sistema genital masculino

• Uma nova vida.

Como forma de melhorar os nossos estudos e tornar agradável o nosso tempo de aprendizagens, é importante que você diga o quê já sabe sobre esse assunto. Portanto, sua participação nessa tarefa é fundamental. Não tenha medo de errar, pois tudo que você assinalar será analisado e considerado.