• Nenhum resultado encontrado

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

3. MATERIAS E MÉTODOS

4.6 Considerações Finais

As análises químicas são ferramentas extremamente importantes para o monitoramento da qualidade de inúmeros tipos de materiais durante a etapa de processamento. As indústrias siderúrgicas e metalúrgicas, em especial, vêm buscando soluções que possam simplificar esta operação, sendo que é desejável o monitoramento dos teores de elementos químicos em tempo real e diretamente do banho, utilizando-se de uma sonda ou um sensor.

Dentro deste contexto, devido a sua natureza refratária, os materiais cerâmicos condutores de íons são alternativas interessantes para a montagem deste tipo de dispositivos.

Com exceção do sensor de oxigênio e do sensor de alumínio, sendo que o primeiro é baseado em eletrólito sólido cerâmico de zircônia, e o segundo utiliza-se do eletrólito sólido de zircônia recoberto com um eletrodo auxiliar baseado em alumina (Al2O3), não existem outros tipos de sensores com funcionamento suficientemente adequados ao monitoramento de outros componentes dissolvidos, particularmente em ligas ferrosas.

A grande barreira para o desenvolvimento destes sensores está no fato de não existirem materiais cerâmicos que sejam condutores de íons de fósforo, silício, nitrogênio, níquel, manganês, enxofre entre outros elementos; que suportem as condições severas de um banho metálico e ofereçam resistência ao choque térmico [14].

Normalmente, os componentes indesejados são retirados do banho metálico na forma de escória, por meio da adição de metais alcalinos e alcalinos terrosos seguidos de oxidação por sopro de oxigênio durante a etapa

do refino primário no conversor. Esta operação demanda de um tempo extremamente longo sendo que, dependendo da quantidade dos elementos indesejáveis, a operação de sopro pode durar até 45 minutos [14,15].

Antes da etapa do refino primário, o ferro gusa sofre tratamento de dessulfuração (remoção do excesso de enxofre) desfosforização (remoção do excesso de fósforo) e desiliciação (remoção do excesso de silício). Portanto, conhecendo-se os níveis destes elementos, principalmente o fósforo e o enxofre, contidos no ferro gusa de uma maneira rápida e prática, é possível otimizar a produção do aço e, consequentemente, diminuir o impacto ao meio ambiente pela redução de gastos energéticos [85,86].

Para tanto, a obtenção de um sensor de enxofre é um desafio que vem durando décadas e, até hoje, não foi descoberto um sistema que reúna as condições suficientemente favoráveis para a produção e comercialização deste tipo de artefato em grande escala. Inúmeros estudos foram realizados sobre o tema. Contudo, apesar de terem demonstrado um elevado potencial em escala laboratorial, nenhum destes conseguiu apresentar desempenho satisfatório em condições reais de uso [14,15,85-87].

Os protótipos de sensores de La β-alumina conformados pelo método de colagem de barbotina apresentaram desempenho satisfatório, pois conseguiram efetuar a leitura de teores de enxofre apresentando FEM com patamares estáveis, respondendo bem a diferença de teores de enxofre dissolvidos no banho metálico.

A pequena discrepância dos resultados obtidos comparado a dos valores teóricos, no caso dos eletrólitos com o eletrodo de referência “A” e “B” podem ser creditadas a não compatibilidade dos referenciais com o eletrodo auxiliar, o que não ocorreu com o eletrodo de referência “C” que apresentou um desempenho semelhante e próximo aos valores teóricos.

Devido a boa correlação entre a curva teórica e a obtida experimentalmente, vale a pena prosseguir os experimentos utilizando-se de um eletrodo auxiliar na forma de La2O2S somado a uma microestrutura densa com pelo menos 95% de densidade relativa; estas condições, provavelmente, devem resultar em uma maior sensibilidade ao sensor.

5 CONCLUSÕES

O sensor baseado no eletrólito sólido de La-β-alumina utilizado em conjunto com o eletrodo auxiliar de La2O2SO4 e somado a um eletrodo de referência adequado é uma ferramenta promissora para o desenvolvimento de dispositivos com ampla utilidade científica e comercial.

A pequena discrepância dos resultados obtidos experimentalmente com os valores teóricos calculados, no caso dos eletrólitos La-β-alumina com os eletrodos de referência “A” e “B”, podem ser creditadas a não compatibilidade dos referenciais com o eletrodo auxiliar, o que não ocorreu com o eletrodo de referência “C” que apresentou um desempenho semelhante e próximo aos valores teóricos.

Os protótipos de sensores de La-β-alumina conformados pelo método de colagem de barbotina apresentaram um bom desempenho, pois conseguiram efetuar a leitura de teores de enxofre apresentando FEM com patamares estáveis e respondendo bem a diferença de teores de enxofre dissolvidos no banho metálico.

Os protótipos de sensores de La-β-alumina conformados pelo método de colagem de barbotina apresentaram estabilidade de fase, sem degradação, após utilização em testes com ferro gusa.

A reação para formação das fases Na-β-alumina e La-β-alumina não foi completa pelo método de síntese por mistura de óxidos, mesmo com a utilização de íons lítio e magnésio e diferentes temperaturas de calcinação.

Após conformação e sinterização, as características cerâmicas e microestruturais das composições Na-β-alumina e La-β-alumina foram muito semelhantes, independentemente do processo de conformação ter sido prensagem isostática ou colagem de barbotinas.

Os protótipos montados com eletrólitos sólidos de Na-β-alumina, tanto as peças conformadas por colagem quanto às peças conformadas por prensagem isostática não apresentaram um desempenho satisfatório, provavelmente devido à baixa densidade e resistência ao choque térmico.

Os protótipos de sensores montados com eletrólitos sólidos de La-β- alumina conformados por prensagem isostática, não apresentaram desempenho similar aos protótipos conformados por colagem de barbotina, provavelmente devido à baixa densidade e resistência ao choque térmico, uma vez que a composição utilizada foi a mesma para ambas as configurações.

A falha dos vários protótipos de sensores de Na-β-alumina e de La-β-alumina, durante aplicação em ferro gusa líquido, não pode ser creditada à composição química dos materiais, e sim às características físicas (baixa densidade e resistência). Uma vez que, após um determinado tempo, os sensores passaram a exibir uma FEM estável entre -17mV a -19mV, a qual corresponde à pilha galvânica formada entre o contato do ferro com o fio de molibdênio.

Documentos relacionados