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Esse trabalho buscou definir o tamanho total das áreas propícias à instalação de pivôs centrais na bacia do alto São Marcos, considerando a disponibilidade hídrica de 50% da Qmlt a ser garantida por reservatórios ou barramentos. Descontadas as devidas imprecisões e incertezas, os números aqui apresentados podem servir como referenciais de máxima expansão da agricultura irrigada na bacia.

Ainda são muitas incertezas contidas nessa metodologia, tais como:

1. Qual a capacidade de regularização dos pequenos reservatórios instalados na bacia? 2. Como inserir essa capacidade de regularização dos reservatórios na regionalização das

vazões?

3. Onde construir e quais os custos econômicos e ambientais da construção dos reservatórios que garantiriam a disponibilidade hídrica para os novos pivôs?

4. Qual a viabilidade técnica e financeira da instalação dos novos pivôs, dependendo da distância do corpo hídrico e da altura manométrica para bombeamento da água?

Duas características fundamentais definem a capacidade de regularização dos reservatórios: a afluência que chega ao reservatório e seu tamanho, ou sua capacidade de armazenamento. E, outras palavras, o que define se um reservatório é capaz de regularizar uma maior ou uma menor porcentagem da vazão que chega até ele depende da área de seu espelho, de sua profundidade e da vazão de entrada no reservatório (que por sua vez depende da quantidade de chuva que precipita, do tamanho, do tipo de uso do solo e dos tipos de solos da área a montante).

A definição da disponibilidade hídrica para a bacia do Alto São Marcos ainda suscita dúvidas, uma vez que faltam dados na literatura científica que definam a capacidade de regularização de pequenos reservatórios. Medições batimétricas de alguns reservatórios representativos do universo de reservatórios na bacia poderiam ser utilizadas para se estabelecer equações que estimem a capacidade de cada reservatório pelo tamanho e pela forma do espelho d´água, e por modelagem hidrológica seria possível chegar a uma regionalização mais precisa para a bacia.

10,72 27,70 24,57 24,01 20,70 13,61 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 Simulação Consumo  de  Á gua  (m³.s‐¹)

Outro problema na metodologia utilizada é que a regionalização foi feita em função da área à montante de cada trecho de curso d’água, e essa área conta com a superfície da própria ottobacia em que o trecho está inserido. Portanto, a disponibilidade hídrica de cada trecho se refere ao ponto mais à jusante do trecho, no que seria a sua foz antes de adentrar na ottobacia diretamente à jusante. Isso trouxe incertezas quanto à disponibilidade hídrica nas regiões altas e médias dos cursos d’água dentro de cada ottobacia. E tal incerteza é diretamente proporcional ao tamanho da ottobacia.

8.1. CENÁRIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - MELHORIAS PARA DEFINIÇÃO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA

Ainda há muito que se melhorar nessa metodologia, como a utilização de modelos climáticos que prevejam mudanças de cenários de pluviosidade e de evapotranspiração, o que geraria diferentes condições de vazões de referência. Assim seriam calculados cenários mais secos e outros mais úmidos do que o cenário gerado por históricos de dados observados em estações fluviométricas, o qual foi utilizado neste trabalho. Esses cenários poderiam ser utilizados para se avaliar seus efeitos na capacidade de irrigação da bacia. Associado a isso pode-se aplicar modelos de chuva/vazão e, outros componentes que podem ser aplicados para se sofisticar a metodologia.

8.2. SIG – INSERÇÃO DE NOVOS PLANOS DE INFORMAÇÃO PARA DEFINIÇÃO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA

A parte de geoprocessamento da metodologia também pode ser melhorada. À princípio, vemos que essas melhorais podem ser inseridas na definição da disponibilidade hídrica e na definição da viabilidade econômica dos novos pivôs:

Isso pode se dar pela implementação de outras subcamadas no SIG para o cálculo do balanço hídrico, que por sua vez é a informação básica da camada (mapa) de disponibilidade hídrica. Essas subcamadas deverão representar outros fatores que compõem o ciclo hidrológico, que definem a evaporação e/ou evapotranspiração das diferentes classes de coberturas do solo, tais como:

- evapotranspiração dos tipos de vegetação e de culturas agrícolas; - evaporação dos espelhos dos reservatórios;

- características de permeabilidade dos diferentes tipos de solo,

- ocorrência de boas práticas agrícolas de conservação do solo e da água, que promovem a infiltração da água, impedindo seu escoamento superficial.

8.3. SIG – INSERÇÃO DE NOVOS PLANOS DE INFORMAÇÃO PARA DEFINIÇÃO DA VIABILIDADE DOS PCPs

Outro componente importante para se estabelecer a capacidade de irrigação na bacia é a locação de reservatórios virtuais, de tamanho suficiente para se regularizar 50% da Qmlt, para se considerar a área que cada um ocuparia, o que poderia eliminar alguns dos pivôs existentes atualmente e até mesmo os pivôs potenciais apresentados nesse trabalho, em virtude do tamanho dos espelhos d’água desses ‘novos’ reservatórios.

Na tabela 4 foi apresentada uma estimativa inicial do número de reservatórios necessários para reservar a água em cada tipo de simulação feita neste trabalho. Contudo, os números apresentados na tabela 4 são aproximações generalizadas. Estimativas de custos de construção dos reservatórios e estabelecimento de relações do tipo custo x benefício para operação de cada um dos novos pivôs propostos podem trazer mais qualidade a esse tipo de trabalho.

9. AGRADECIMENTOS

Ao colega Adalberto Meller, pela solicitude. Ao colega Wagner Villela por ter me apresentado esse problema brasileiro de conflito pela água. Ao colega Saulo Aires de Souza por ter tornado o cálculo de balanço hídrico executável com a programação do excelente módulo hidrológico de nome FERAH para o SIG Open Jump.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente) FILIPE SAMPAIO CASULARI PINHATI Especialista em Geoprocessamento De acordo.

(assinado eletronicamente) WAGNER MARTINS DA CUNHA VILELLA Coordenador de Planos de Recursos Hídricos

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