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Essa foi a conclusão do Caio de cinco anos ao reparar um clips no chão após nossa aula de Linhas ao ar livre e é também a minha enquanto reflito neste trabalho.

Percebi que a “linha do clips” havia enlaçado o olhar dessa criança e que agora a linha procurada e percebida no jardim do colégio estava lá, em forma de conhecimento.

Um clips sob o olhar de um menino me mostrou juntamente a todo o processo investigativo e de experimentação, quão importante é o papel do educador e quão rico são as trocas que acontecem em sala de aula.

Um clips - peça pequena que tem seu apreço na funcionalidade de juntar e unir o que estava separado.

Uma criança - ah! uma criança.... Universo pleno de beleza.

Assim também é a educação, é preciso um conjunto, uma união entre a responsabilidade e o dispor, a sensibilidade e a criatividade, o ouvir e o mediar, o ensinar e o aprender.

Com o trabalho apresentado no capítulo três, percebi que com a leitura de imagens das fotografias e imagens microscópicas, somadas à realidade cotidiana e imaginação, bem como a mediação que foi direcionando o sensível olhar-pensante das crianças, o crescimento delas se mostrou não apenas gráfico, mas intelectual e sensível também. Porém, não basta um único trabalho, essa prática deve acontecer em uma constância. É como Cézanne e Monet citados no início deste trabalho, suas observações diárias e constantes, juntamente com a imaginação, os levaram à perseguir suas ideias, usando a pintura como suporte de suas expressões e modo único de ver a vida.

Conclui-se portanto, que se faz necessário descobrir as necessidades e interesses das crianças, atentando ao seu desenvolvimento intelectual e cultural. E concomitante à essa descoberta, que eu, na condição docente, e toda professora (or), esteja atenta também às (minhas) fragilidades, empenhando-me em (re)pensar tanto na elaboração das aulas, quanto junto às crianças, durante as mediações e apresentações dentro e fora de sala. Ter sempre a consciência de que a pesquisa e a reflexão devem ser uma constante no meu processo de ser professora e que não apenas devemos “nos munir de informações, mas também saber usá-las ofertando-

as adequadamente, com generosidade e humor, no jogo lúdico de descobertas e desvelamentos” (MARTINS, 2012. p. 20).

E diante de todas as colocações e experimentações que atravessaram Arte, Infância e Natureza, concluo que é possível sim, contribuir para a constituição do olhar-pensante da criança com estratégias no ensino que abasteçam seus sentidos promovendo encontros sensíveis em suas experiências.

E ademais destas considerações, dou a mão à menina que nunca deixou de existir em mim e te convido, juntamente com ela a contemplar e sentir esse mundo em forma de verso.

Vem...

Brincar com os pés no chão, Olhar nuvens de algodão. Saciar a sede na bica d’água Cantarolar com a passarada. Descobrir um mundo de cores,

Sentir o perfume das flores e Acertar o bem-me-quer. Tomar banho de chuva, Admirar estrelas e lua Distrair-me com esse céu. Subir nos galhos altos da copa, (Só tenho medo do cavalo que galopa)

Esperar um ralado cicatrizar. Abraçar minha família, Correr com os animais, Desejando-os sempre mais.

Agora vou encerrando Porque o verso tá acabando E as belezas da vida eu vou curtir. Só peço por favor, que não me deixe ir

Enquanto o bem-te-vi não aparecer, Porque eu preciso dele, E de tudo isso pra viver. (Micellyna Lima, 2018)

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

Anexo A: Desenho sobre ovo, feito por minha mãe.

Anexo B: Flores de quatro pétalas, desenhada por minha mãe.

Anexo C - Alunos do primeiro período da escola Carmelita encontrando uma aranha de papel no jardim da escola.

Anexo D - Aranhas feitas por mim para serem escondidas no jardim da escola EMEI Carmelita Vieira dos Santos.

Fonte: arquivo pessoal. Foto Micellyna Lima

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