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Este trabalho apresentou um estudo comparativo entre aulas planejadas (voltadas para alunos iniciantes) e aulas livres (com discentes já experientes) desenvolvidas em oficinas de violão no Centro de Educação Integrada Mais (CEI Mirassol), na cidade de Natal-RN.

Na Introdução, apresentei as minhas motivações e principais inspirações para a escolha do corpus deste trabalho. Além disso, justifiquei academicamente a proposta apresentada, tentando deixar claro que o principal objetivo era o de perceber aspectos relevantes no desenvolvimento de métodos variados tendo em vista a especificidade de cada público (iniciantes x experientes).

No Capítulo 2, foram apresentados alguns conceitos importantes para o entendimento da metodologia adotada no trabalho prático que culminou nesta monografia. Para tanto, utilizamos, sobretudo, os postulados de David Tripp (2005) acerca do método pesquisa-ação, utilizado como principal método neste trabalho.

Já no Capítulo 3, fundamentei brevemente a prática relatada e refletida, discutindo os diversos conceitos nos quais me baseei para desenvolver esta monografia.

Primeiramente, trouxe uma reflexão acerca do conceito de educação musical, bem como das formas como se pode ensinar música musicalmente no mundo atual. Autores como Luiz Ricardo Queiroz (2010) e, principalmente, David Swanwick (2003) foram de suma importância para a compreensão dos conceitos e aspectos supracitados.

Em seguida, trouxe as considerações de alguns autores – com destaque para Cruvinel (2005) e Teixeira (2008) – acerca do ensino coletivo de violão.

No tópico 3.3, que teve como título A cultura discente: a música popular como ponto de partida, eu respaldei o respeito e à aceitação dada durante as oficinas que desenvolvi ao que os alunos traziam para a sala de aula. Nesse sentido, a opinião de Swanwick (2003) foi retomada e colocada em diálogo com outros autores – como e Libâneo (2017), Souza (2009) e Silva (2009) – que justificam a importância de considerar o que os alunos aprendem de forma não intencional, principalmente fora do contexto educacional.

Os aspectos discutidos no tópico citado no parágrafo anterior levaram-me a comentar acerca da importância do “tirar de ouvido”, habilidade que alguns músicos

possuem de conseguir reproduzir ou escrever a cifra apenas diante da audição de uma determinada peça musical. Uma vez que eu tentava sempre dar liberdade aos meus alunos para sugerirem as músicas a serem trabalhadas nas aulas, a habilidade que eu possuo de tirar de ouvido configurou-se como imprescindível para o alcance dos objetivos propostos para as oficinas. Santos Jr. (2016), em seu diálogo com Ucar (2015), foi de suma importância para a reflexão proposta no referido tópico.

Já o último tópico da fundamentação teórica, que foca em versar sobre o que é escola não especializada, trouxe mais uma vez as considerações Libâneo, dessa vez com foco no que ele conceitua como educação não formal. Além disso, também são considerados os postulados de Gadotti (2005) e Salustino (2013) acerca do assunto.

Por fim, no Capítulo 4, são relatadas as oito aulas (quatro em cada turma) que serviram como objeto desta monografia, um tópico para cada aula. Além disso, nos dois últimos tópicos do capítulo, são apresentadas as reflexões finais e conclusivas do trabalho relatado. Os resultados, portanto, apontaram para o que havia sido considerado como hipótese fundamental antes do trabalho ser desenvolvido. Foi possível constatar, por exemplo, que, nas aulas com plano de aula, com crianças iniciantes, os alunos conseguiram manter-se focados nos aspectos técnicos fundamentais para começar a tocar o instrumento, mesmo diante do enfado de alguns exercícios. Nas aulas livres, com os alunos mais experientes, o método utilizado permitiu, por exemplo, uma abrangência maior de conceitos técnicos em um espaço menor de tempo, bem como maiores interesse e motivação maiores por parte das alunas em permanecer nas oficinas.

De maneira geral, o trabalho refletiu, portanto, que as aulas com o plano de aula funcionam bem para as crianças menores e com pouca ou nenhuma experiência com o instrumento devido ao fato de permitirem a construção de uma base mais sistemática para o aprendizado do instrumento. Por outro lado, as aulas livres funcionam melhor para os alunos mais experientes justamente por promoverem mais liberdade e autonomia para eles, uma vez que quase tudo que foi feito nas aulas partiu dos alunos, tornando as aulas mais direcionadas às suas próprias inspirações e preferências.

Além disso, foi possível refletir que a inserção dos alunos nas oficinas de violão como atividade extracurricular possibilitou inúmeros avanços relacionados a diversos aspectos não só musicais, mas sobretudo a aspectos de cunho pessoal. Por exemplo, com o andamento das aulas, eu passei a receber um feedback de pais, professores e

coordenadores enfatizando que os alunos das oficinas vinham apresentando um melhor rendimento escolar, uma melhora na autoestima e na confiança, além de uma melhor desenvoltura na oralidade e na socialização.

Diante do exposto, espera-se, que as discussões e reflexões travadas neste trabalho possam contribuir de alguma forma para as futuras gerações de estudantes de música, sobretudo aos que trabalharão com o ensino coletivo de violão, bem como para os profissionais que já estão inseridos no ambiente seja profissional ou acadêmico, assim como contribuíram para a minha própria formação não só como músico e como professor, mas também como pessoa.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 11. ed. São

Paulo: Loyola, 2003.

BALDISSERA, Adelina. Pesquisa-ação: uma metodologia do “conhecer” e do “agir” coletivo. Sociedade em debate, Pelotas, v. 7. n. 2, p. 5-25, ago. 2001.

BUENO, Paula Alexandra Reis. A educomunicação na educação musical e seu impacto na cultura escolar. Dissertação (Mestrado em Educação). Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2010.

BUENO, Paula Alexandra Reis; BUENO, Roberto Eduardo. Uma proposta metodológica para se ensinar música musicalmente. Anais do IX Congresso Nacional de Educação (EDUCERE) e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. PUCPR (Curitiba), 26 a 29 out. 2009. (p. 8430-8440).

CHIARELLI, Lígia Karina Meneghetti; BARRETO, Sidirley de Jesus. A música como meio de desenvolver a inteligência e a integração do ser. Disponível em: http://www.meloteca.com/musicoterapia2014/a-musica-como-meio-de-desenvolver-

a-inteligencia.pdf. Acesso em: 15 de maio de 2014. Ano de publicação: 2014.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Tolerância. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. GADOTTI, Moacir. A questão da educação formal/não-formal. Anais do Congresso Internacional do Institut International Des Droits de L’enfant (IDE): Droit à l’éducation: solution à tous les problèmes ou problème sans solution? Sion (Suisse), 18 a 22 out. 2005. Disponível em:<http://pt.scribd.com/doc/53944682/GADOTTI>. Acesso em: 25 mar. 2012.

LARA, Eleane Maria Teixeira de. Dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita. Monografia (Especialização em Psicopedagogia Institucional). Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), 2005.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática [livro eletrônico]. São Paulo: Cortez, 2017. (1,9 Mb; ePUB)

MESQUITA, Tayro Louzeiro. Violão para criança: opinião de professores sobre métodos e materiais didáticos. Monografia (Graduação em Música). Departamento de Música, Universidade de Brasília (UnB), 2015.

QUEIROZ, Luiz Ricardo Silva. Educação musical e etnomusicologia: caminhos, fronteiras e

diálogos. Opus, Goiânia, v. 16, n. 2, p. 113-130, dez. 2010.

SALUSTINO, José Joelson da Costa. Educação musical nos ambientes não formais: um olhar sob o Centro de Apoio à Criança. Monografia (Graduação em Música). Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 2013.

SANTOS JR., Valdier Santos. A formação do músico popular: perspectivas a partir da trajetória cultural-musical dos instrumentistas Eduardo Taufic e Jubileu Filho. Dissertação (Mestrado em Música). Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 2016.

SILVA, Helena Lopes da. Música, juventude e mídia: o que os jovens pensam e fazem com as músicas que consomem. In: SOUZA, Jussamara (org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2009. (p. 39-57).

SOUZA, Jussamara. Aprender e ensinar música no cotidiano: pesquisas e reflexões (prefácio) In: ________ (org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2009. (p. 7-12).

SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Trad. Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31. n. 3, p. 443-466, set/dez. 2005.

UCAR, Riane. O significado do repertório musical dos alunos antes das aulas de música.Curitiba: Editora Prismas, 2015.

APÊNDICE 1

I. Plano de Aula 1 – TURMA DE INICIANTES Data: 28/02/2019

II. Dados de Identificação:

Escola: Centro de Educação Integrada Mais (CEI Mirassol) Professor (a) estagiário (a): Carlos Alberto da Silva

Disciplina: Oficina de Violão Popular Turma: Iniciantes

Duração: 50 minutos (das 14h05 às 14h55) Quantidade de alunos: 3

III. Tema:

- Apreciação musical IV. Objetivos: Objetivo geral:

- Apreciar livremente músicas do cotidiano infantil. Objetivos específicos:

- identificar canções apenas por meio da audição da melodia tocada no instrumento; - perceber o grau de dificuldades inerentes à prática de violão, entendendo que o aprendizado requer disciplina e prática contínua;

- aprender que cada corpo pode demandar um tipo diferente de violão e que a utilização do instrumento adequado é imprescindível para o aprendizado.

V. Conteúdo: - Audição musical; - Apreciação musical; - Tipos de violão; - Postura com o violão.

VI. Desenvolvimento do tema: 1. Perguntas provocadoras:

- o que vocês gostam de ouvir?

- com que frequência vocês escutam música? 2. Apresentação do docente.

3. Exercícios de apreciação musical (Qual é a música?): - Sitio do Picapau Amarelo

- Samba lê-lê

4. Explicação sobre a importância da disciplina e da prática contínua do instrumento. 5. Explicação sobre a adequação do instrumento ao corpo de cada um.

6. Encerramento da aula (direcionamentos para a aula seguinte).

VII. Recursos didáticos: - Violão

- Caderno - Lápis

APÊNDICE 2

I. Plano de Aula 2 – TURMA DE INICIANTES Data: 07/03/2019

II. Dados de Identificação:

Escola: Centro de Educação Integrada Mais (CEI Mirassol) Professor (a) estagiário (a): Carlos Alberto da Silva

Disciplina: Oficina de Violão Popular Turma: Iniciantes

Duração: 50 minutos (das 14h05 às 14h55) Quantidade de alunos: 3

III. Tema:

- Conhecendo o violão IV. Objetivos:

Objetivo geral:

- Conhecer o violão e compreender os conceitos de dedilhado e de ritmo. Objetivos específicos:

- identificar as partes do violão (braço, boca, cordas, traste, etc.); - compreender o conceito de ritmo;

- entender o que é dedilhado;

- praticar o dedilhado de forma rítmica. V. Conteúdo:

- Audição musical; - Apreciação musical; - As partes do violão; - Nomenclatura das cordas;

- Nomenclatura dos dedos de cada mão; - Dedilhado;

- Ritmo.

VI. Desenvolvimento do tema:

1. Explicação da nomenclatura das partes que compõem o violão 2. Explicação do funcionamento dos dedos de cada uma das mãos 3. Exercícios de apreciação musical e perguntas provocadoras:

- O que estou fazendo com cada mão?;

- Discussão sobre as respostas fornecidas pelos alunos. 4. Exercício prático de dedilhado.

5. Explicação do conceito de ritmo.

6. Retomada do exercício prático de dedilhado de forma coletiva tentando manter o ritmo.

7. Encerramento da aula (direcionamentos para a aula seguinte). VII. Recursos didáticos:

- Violão - Caderno - Lápis

APÊNDICE 3

I. Plano de Aula 3 – TURMA DE INICIANTES Data: 14/03/2019

II. Dados de Identificação:

Escola: Centro de Educação Integrada Mais (CEI Mirassol) Professor (a) estagiário (a): Carlos Alberto da Silva

Disciplina: Oficina de Violão Popular Turma: Iniciantes

Duração: 50 minutos (das 14h05 às 14h55) Quantidade de alunos: 3

III. Tema:

- Introdução aos conceitos de notas e acordes IV. Objetivos:

Objetivo geral:

- Conhecer as posições de acordes simples (D, Em, A e E). Objetivos específicos:

- compreender o conceito de acorde; - perceber a diferença entre nota e acorde; - executar os acordes (D, Em, A e E) no violão; - compreender o conceito de cifra;

- ler os acordes cifrados. V. Conteúdo:

- Conceito de Nota; - Conceito de Acorde; - Conceito de Cifra;

VI. Desenvolvimento do tema:

1. Retomada dos conteúdos da aula anterior.

2. Apresentação do desenho do braço do violão com a indicação da posição dos dedos para formar o acorde.

3. Revisão sobre a nomenclatura dos dedos. 4. Explicação sobre como ler uma cifra.

5. Exposição sobre como posicionar os dedos no violão para formar os acordes (D, Em, A e E).

6. Exercício de troca de acordes.

7. Explicação da “tarefa de casa” (continuar o exercício feito em sala).

8. Encerramento da aula tocando as músicas Parabéns pra você! e Asa Branca (utilizando os acordes trabalhados na aula).

VII. Recursos didáticos: - Violão

- Apostila de Violão – Allan Sales - Caderno

APÊNDICE 4

I. Plano de Aula 4 – TURMA DE INICIANTES Data: 21/03/2019

II. Dados de Identificação:

Escola: Centro de Educação Integrada Mais (CEI Mirassol) Professor (a) estagiário (a): Carlos Alberto da Silva

Disciplina: Oficina de Violão Popular Turma: Iniciantes

Duração: 50 minutos (das 14h05 às 14h55) Quantidade de alunos: 3

III. Tema:

- Tocando a primeira música IV. Objetivos:

Objetivo geral:

- Tocar uma música inteira (com os acordes D, Em, A e E). Objetivos específicos:

- compreender o processo necessário para tocar uma música; - entender o compasso;

- tocar a música Parabéns pra Você!; - tocar a música Asa Branca.

V. Conteúdo:

- Conceito de Batida; - Conceito de Acorde; - Compasso.

VI. Desenvolvimento do tema:

1. Questionar se os alunos treinaram em casa conforme o combinado na aula anterior. 2. Escrever diante dos alunos a cifra da música Parabéns pra você!

3. Exercício de execução da música de forma lenta.

4. Apresentar, por meio do desenho, a batida que eles devem executar. 5. Retomar o exercício de execução utilizando-se da batida apresentada. 6. Dar sequência ao exercício tocando a música Asa Branca.

7. Apresentar a cifragem da música Asa Branca.

8. Finalizar a aula fazendo um vídeo dos alunos executando as músicas. VII. Recursos didáticos:

- Violão

- Folha de papel A4 em branco. - Caderno

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