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Ao final desta pesquisa, podemos perceber como a danças urbanas e a cultura Hip Hop, são uma forte ferramenta de construção de identidade, autoafirmação e pertencimento. Podemos encontrá-las em diverso âmbitos, como o escolar, social, político e midiático. Como uma manisfestação cultural, que emerge da violência e precariedade de bairros pobres norte- americanos, transformou-se em uma forte e consolidada cultura, que engloba os elementos

DJ, MC, Breaking e o Grafite, além do conhecimento, considerado o quinto elemento.

Como principais conclusões, podemos apontar que não há uma completa conscientização e conhecimento da cultura Hip Hop como identidade afro-brasileira, por parte de um dos grupos em seus discursos, mas que, em suas práticas e organização grupal, há uma vivência, talvez de forma não plenamente consciente, de alguns aspectos ideológicos da cultura Hip Hop. No entanto, o segundo grupo demonstrou total conhecimento, percepção da identidade afro-brasileira e apropriação desta cultura tanto no placo, como para suas vidas. Podemos atribuir esta discrepância aos diferentes contextos temporais e sociais que os dois grupos estão inseridos. Mas os dois grupos entram num consenso quando consideram as danças urbanas meio de expressão e uma forma de protesto, luta e resistência contra as injustiças sociais.

Os jovens se veem representados na dança de rua, que lhe dá voz, lhes permite expressar seus descontentamentos diante das dificuldades enfrentadas e dá visibilidade aos seus desejos e anseios diante da vida e da sociedade. A dança de rua se configura, portanto, como um mecanismo de inserção social. (Laurex e Isse, 2009, p.74)

A partir deste trabalho podemos afirmar que na popularização da cultura, houve uma perda e enfraquecimento do conhecimento sobre suas origens, os grupos de danças urbanas que se interessam pela história e ideologia da dança e sua cultura estão bem divididos, dentre os grupos analisados, os dois apresentaram respostas diferentes, demonstrando o amplo panorama de como estão as danças urbanas na visão de seus praticantes.

Também identificamos a importância do ambiente escolar como local de difusão de culturas, conhecimento, autoafirmação e construção de identidades, que possibilita o acesso a diversas lingaguens, como dança, teatro, música, pintura, entre outros. Foi na escola que

41 muitos dos entrevistados neste trabalho tiveram seu primeiro contato com a dança, e puderam desenvolver seu amor e identificação por ela. A dança na escola pode ser uma grande ferramenta de liberdade de expressão, autoconhecimento e senso crítico.

Outro ponto encontrado nesta pesquisa é a pedagogia oriunda da internet. Pelo fácil acesso e grande quantidade de informações, a internet é recorrida em diversas situações, até mesmo para se aprender ou aprimorar passos de dança. Mas ao constatar a influência da internet no aprendizado da dança, surge um questionamento: como se dá a metodologia do ensino da dança através da tecnologia? Este certamente seria um tema a ser desenvolvido em estudos posteriores sobre as Danças Urbanas e a Cultura Hip Hop.

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