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Observamos que o presente estudo sobre a violência de uma forma geral destacando-se a violência contra mulher, é um problema de grande proporção no Estado do Rio de Janeiro, sendo que o maior índice de ocorrência contempla a faixa etária da adolescência e idade adulta. Nota-se que a idade acima de 60 anos tem poucos casos notificados em estudos quantitativos, no entanto nos estudos qualitativos especificamente as mulheres, são as mais vitimizadas.

Nas violências mais ocorridas, evidenciaram-se a física e a psicológica, em muitas variáveis analisadas, atentando para a violência sexual, já que em muitas literaturas e na própria mídia, relatam casos ocorridos de violência sexual contra a mulher e os resultados nos mostram que há uma baixa notificação, porém o assunto é de uma dimensão muito ampla.

As discussões anteriores, demonstram um perfil da mulher vítima de violência, de origem domiciliar, seguida das vias públicas, mulheres de idade jovem. Portanto, segundo algumas literaturas apresentadas na discussão, esse ato violento na maioria das vezes veem do companheiro/cônjuge/marido/namorado, residente na mesma casa, dificultando assim a busca de ajuda, para que o problema seja solucionado, já que a dependência financeira entra em quesito na denúncia do ato.

As mulheres mais vitimizadas, são aquelas que não apresentam o nível de escolaridade completo, boa parte caracterizam-se analfabetas, consequentemente, afetando a busca de autonomia, tendo níveis de conhecimentos mais baixos para a busca de empregos que exijam uma qualificação e submetendo-se a empregos que ao olhar da sociedade são desvalorizados, tornando-se vulneráveis as agressões não somente de homens, mas sim da própria sociedade brasileira.

Nota-se que mulheres com os níveis de escolaridade incompleto, são da cor/raça preta, parda e indígena, e sofrem muitos preconceitos devido ao histórico sociocultural. Portanto, essa questão torna-se um problema de grande relevância, pois em sua história muitas se ocupavam em serviços caseiros e não conquistavam sua própria autonomia, refletindo assim na saúde.

A violência contra a mulher é um problema sociocultural antigo, enraizado na sociedade e agravado pela negligência dos diversos setores e instituições.Diante desse contexto nota-se que a violência de gênero impera, pois os locais onde menos ocorreram

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agressões, foram onde a figura masculina tende a ser menos incisiva, para não receber critica externa

Diante dessa dificuldade de identificar a mulher que está sendo agredida, é preciso que os profissionais de saúde, estejam preparados para poder atender a qualquer tipo de violência acometida contra mulher. Conhecendo o perfil daquelas que mais sofrem com os atos violentos, para que seja possível ter uma abordagem qualificada diante desse problema.

Uma das maneiras dos profissionais conhecerem a magnitude do problema, é a notificação compulsória de violência doméstica que se tornou obrigatória em todos os estados brasileiros, para que seja possível ter uma abordagem diferenciada. Através dos dados coletados, é possível analisar o perfil da mulher que está sofrendo violência, a fim de serem identificados os vários tipos de ocorrências, para que haja solução do problema, que afeta a saúde da mulher, não só fisicamente ou psicologicamente, mas também fisiologicamente, de modo a não tornar-se uma geração que tem receio.

Diante de todos os entraves, o estudo teve como principal objetivo descrever a realidade das violências contra as mulheres no Estado do Rio de janeiro de modo a promover mudanças no embate da problemática.

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