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2 PRINCIPAIS ASPECTOS RELATIVOS À TRANSFERÊNCIA DE CARGAS EM JUNTAS

2.8 Considerações Finais

De acordo com a revisão bibliográfica, o LTE é um parâmetro complexo que depende de vários fatores como a presença ou não de barras de transferência, o tipo da base, a espessura da placa, reação da fundação, a posição e o nível da carga na junta, e a temperatura do concreto. Os estudos anteriores permitem consolidar conhecimentos e experiências conforme as que se seguem:

• Nos primórdios da construção dos pavimentos de concreto as juntas de contração eram locadas de 9 em 9 metros e as juntas de expansão de 27 em 27 metros. Mais tarde, as juntas de expansão ganharam um intervalo entre 32 e 37 metros e as juntas de contração já eram executadas de 4,5 a 6 metros; • Atualmente, juntas de expansão são empregadas somente em encontro com

estruturas rígidas;

• O diâmetro da barra deveria ter a medida de 1/8 da espessura da placa de concreto simples;

• As barras de transferência de carga podem ser empregadas em juntas longitudinais, onde o fluxo de veículos não é direcional, no caso de pavimentos aeroportuários;

• Na ausência de mecanismos de transferência de carga, esta é desenvolvida por intertravamento de agregados, ligado diretamente à maior ou menor abertura da junta;

• Quanto mais fechada é a junta transversal, maior o contato entre as faces das placas, facilitando a transferência de carga;

• O fator temperatura é muito importante para a eficiência de transferência de cargas. Pois, quanto menor a temperatura maior a abertura da junta e assim menor a transferência de carga nas juntas caso estas não possuam BT. E quanto maior a temperatura, mais fechada é a junta transversal;

• A abertura da junta não é afetada pelo tipo de base utilizado no pavimento que tanto pode ser estabilizada com cimento quanto granular. Entretanto, a LTE é bruscamente reduzida com o aumento da abertura da junta;

• Em juntas sem BT, e quando a abertura é maior que 0,9 mm, a LTE reduz em 50% seu valor. E quando esta abertura chega a 4 mm, a LTE é quase nula; • Testes em juntas sem BT resultaram em valores de LTE de 50% pela manhã

e de 90% no período da tarde. Outros testes verificaram as seguintes mudanças no LTE devido ao aumento da temperatura: de 16 para 84%. Quando há BT, não há diferença significativa com mudanças de temperatura; • O intertravamento de agregados é responsável por no máximo 20% da

transferência de carga;

• Com o aumento da abertura da junta, a durabilidade do pavimento cai;

• Comparando-se experimentos de campo e de laboratório, os resultados de LTE de laboratório são consideravelmente inferiores aos de campo, devido às diferenças de experimentos no que tange a temperatura do concreto;

• Ao longo da espessura não há variação de abertura de junta. Foi observado apenas em um caso (no Chile) de pavimento sem BT que a diferença máxima de abertura de junta entre topo e fundo foi de 0,15 mm;

• O empenamento da placa afeta a transferência de carga nas juntas; gradientes térmicos negativos resultam em um LTE mais elevado;

• Em juntas sem BT, com o aumento da transferência de carga, diminuem-se as deflexões na placa carregada e aumentam-se as deflexões na placa descarregada. Reduzindo-se a temperatura, a transferência de carga diminui e ocorre o contrário com as deflexões;

• Com o aumento da abertura da junta há um aumento nas tensões máximas da placa. Uma carga de roda posicionada na borda longitudinal pode aumentar a tensão na placa em 50% e a tensão no subleito em até 150%, se comparada à posição do centro da placa; em outros estudos, a tensão na placa com carga posicionada na borda aumentou 35% em relação ao centro da mesma;

• Para que haja eficiente transferência de carga por intertravamento de agregados é necessário que a abertura da junta não ultrapasse 1 mm, e o comprimento da placa deve ser limitado a poucos metros;

• A transferência de carga por meio de intertravamento de agregados é afetada diretamente pela abertura da junta, espessura da placa e pela rigidez do sistema de apoio. E indiretamente pela intensidade da carga e angulosidade do agregado utilizado no concreto.

• Quanto maior o nível de carregamento, em ensaio com cargas cíclicas, menor a LTE;

• Em pavimentos de concreto novos sem BT, a LTE pode variar entre 70 e 100%. E pavimentos novos com BT, essa variação é de 80 a 100%. Um LTE menor que 70% é considerado inaceitável para alguns autores.

• Medidas de LTE em extensa pesquisa de campo em pavimentos nos EUA e no Canadá apresentaram variação de menos de 20% entre si;

• O pavimento pode ser considerado com mau desempenho estrutural ou danificado quando: a junta estiver com abertura maior que 3 mm; o LTE for menor que 70%; a diferença entre as deflexões na placa carregada e na placa descarregada for maior que 0,25 mm;

• Comparando-se placas com juntas serradas e moldadas, ambas com BT, as primeiras se mostraram mais eficientes e com melhor desempenho;

• Em juntas com dispositivos de transferência de carga tipo barra circular e quadrada, o valor de LTE diminui à medida que se aumenta a carga aplicada. Quando se utiliza discos metálicos para transferir carga nas juntas, após um

elevado nível de carregamento, a transferência de carga tende a se estabilizar.

• Em estudos realizados para placas sem BT, valores de LTE pela manhã, entre os horários de 8 as 11h, variaram de 45 a 50%. Deste ultimo horário até as 14h, houve um aumento para 60%, e depois disto, não houve alteração de LTE; portanto, no período da tarde, no pico máximo de temperatura, o aumento foi de 20% para juntas sem BT;

• Alguns estudiosos trabalharam com médias de valores de LTE, encontrando coeficiente de variação em torno de 10% para juntas com BT e 40% para juntas sem BT;

• Quanto maior a espessura da placa, maior a abertura da junta e assim, menor a reação do subleito na junta ou borda;

• Em estudos sobre transferência de carga em juntas sem BT, em placas de concreto sobre subleito de argila, com uma abertura de 0,89 mm, valores de LTE resultaram em 5% para placas com 180 mm e 29% para placas com 280 mm. Já sobre subleito de base granular, estes valores foram de 9% e 50%, respectivamente. Sobre base tratada com cimento, houve aumento maior ainda.