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Após pesquisas bibliográficas, aplicação de questionários e entrevistas semi estruturadas, concluiu-se através das verbalizações das professoras que ambas tem formação mínima para atuarem no ensino regular e atendimentos especializados, tem experiência profissional, que o ambiente escolar não é estranho a elas, que participam das mudanças ocorridas na instituição em relação à inclusão dos alunos com NEE (necessidades educacionais especiais), conhecem as políticas públicas de inclusão, mas não são simplistas em achar que trabalham em uma escola inclusiva. Ficou evidente no estudo e nas verbalizações que existem legislações específicas para a educação inclusiva, a escola tem ações que primam pela inclusão dos alunos, mas que ainda falta muito para dizermos com convicção que o ambiente lócus da pesquisa é uma escola inclusiva.

A DI (deficiência intelectual) de acordo com a pesquisa de campo, não deveria ser, mas é, um dificultador para a aprendizagem e desenvolvimento pedagógico no nosso sistema educacional. Mesmo com a possibilidade de se fazer adaptações curriculares, ela não é bem compreendida, principalmente pelos órgãos que acompanham o trabalho pedagógico na escola, sem contar que muitos professores não dispõem de tempo e conhecimento suficiente para fazê-la.

Por ser a escola uma instituição social e ter nela segmentos reprodutores da sociedade, fica evidente que ao tratarmos de inclusão escolar e reflexões de docentes, também estamos refletindo os anseios das famílias que buscam educação de qualidade para seus filhos com NEE, verificou-se que as famílias são essenciais para o processo de inclusão escolar e que muitas vezes elas também buscam na escola informações sobre as necessidades dos filhos ou omitem fatos expressivos e que fazem a diferença quando vamos planejar as ações pedagógicas.

O professor enquanto especialista em formar, informar e garantir aprendizagens e desenvolvimento precisa estar constantemente em formação, no caso, por mais que se prepare, segundo as entrevistadas as questões emocionais e psicológicas do professor influenciam no trabalho junto ao aluno com DI.

Dessa forma constatou-se que, quando proporcionamos condições de reflexões aos professores sobre sua prática, seu aluno, sua formação e todas as questões pertinentes a sua função, percebe-se a seriedade com que os mesmos tem trabalhado diariamente, com objetivo de incluir todos seus alunos, eles não estão alheios à necessidade individuais dos mesmos, reconhecem a necessidade de estarem em constante formação, que faltam políticas públicas, recursos humanos e condições de trabalho.

Nesse ínterim, é evidente que a inclusão escolar atualmente é a forma mais adequada de se demonstrar à sociedade que uma pessoa com desenvolvimento atípico além de seus direitos legais, tem condições de estar com seus pares e de ter seu desenvolvimento pedagógico garantido. A atuação docente é um dos diferenciais para a mudança de concepção a respeito da inclusão, e saber o que os professores pensam sobre o processo de inclusão dos seus alunos é fundamental, pois quando sabemos onde estamos, como estamos e pra onde vamos, o caminho a ser seguido nunca será qualquer um e sim aquele que nos levará ao encontro dos nossos objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais.

Esta pesquisa poderá ser utilizada nos cursos de formação continuada de professores, como fonte de pesquisa para estudantes de cursos de graduação, em cursos de formação de professores dentre outros, por se tratar de um estudo bibliográfico e de pesquisa qualitativa, desenvolvida e orientada de acordo com os procedimentos legais de formação em especialização. Ela serve como referencial teórico para outros estudos com temas relacionados na área da educação ou afins, poderá endossar o arcabouço dos movimentos sociais para a inclusão das minorias e o ponto de vista científico quiçá fazer parte das estatísticas relacionadas às percepções a cerca da inclusão de alunos com deficiência intelectual.

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APÊNDICES

A – Questionário Para o Professor Regente

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