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Uma pesquisa é sempre uma experiencia incerta. Os questionamentos que nela nascem não são fundamentalmente respondidos de forma plena após percorrermos o trajeto de investigação. Isso porque, outras questões insurgem no meio do caminho e produzem novos vieses de pensamento que, em seguida, nos levam a diferentes problemáticas e questões. Logo, posso dizer que no caminhar desta pesquisa, as dúvidas, ambiguidades e incertezas foram constantes companheiras.

E, de modo que tais dúvidas e incertezas, me conduziram para esta versão final da dissertação, na qual inclui meu memorial pessoal atrelado ao modo como cheguei ao tema “guarda-chuva” desta pesquisa.

Retomando a questão central de estudo que é “Como é constituída a

profissionalização do DM da EI?” e tendo como objetivo “Apontar achados, potencialidades e fragilidades da profissionalização do DMEI a partir dos estudos analisados”, a pesquisa, entre outros achados, aponta atravessamentos entre os DMEI e

demais atores da escola, sendo, professores/as, gestores/as e famílias.

Diante de tais apontamentos, trouxemos como epígrade a história do professor Lucas, pois vimos que o caso dele, que embora trata-se de uma ficção, é algo que efetivamente acontece na vida real, sendo muitas vezes invizibilizados.

No filme, Lucas, docente, perdeu o emprego de professsor do EM e foi trabalhar na EI. Deste modo, Lucas também foi para a EI atrás de emprego e estabilidade, assim como os professores desta pesquisa. Logo, não é um sonho estar atuando nesta modalidade de ensino, e sim, uma necessidade, oportunidade de entrar e/ou permancecer no magistério, isto é, oportunidade de emprego. E também como eles, Lucas sofreu atravessamentos, desconfianças e suspeita de ele ser um abusador em potencial. Mesmo sendo provada a sua inocência, no final do filme fica evidente que ele nunca seria inocentado.

É o mesmo que ocorre com os DMEI desta pesquisa, ao terem que provar sua idoneidade e competência em toda nova classe que assumem, ou seja, a cada ano, em seu início, eles têm que provar para os novos pais e/ou responsáveis que além de serem bons profissionais, não vão molestar as crianças. Isso, sem mencionar, que se eles mudarem de escola, além de passar pelo crivo dos pais e/ou responsáveis, terão que passar pelo crivo dos gestores/as, professores/as e demais funcionários da escola.

Sayão (2005) e Ramos (2011) corroboram isso ao dizerem sobre o período comprobatório e/ou ritual de passagem que esses DM têm que passar para serem aceitos pela comunidade e pela escola. Assim, os DM, vivem com receio, pois são analisados o tempo todo.

Tal receio evidenciado nesta pesquisa foi constatato quando os sujeitos entrevistados – para as pesquisas que compões o corpus de analise – relataram que têm que se vigiar diarimente, pois sentem medo do que as pessoas falarão ou pensarão se os verem brincando ou tocando nas crianças. Logo, brincam um pouco, param e já mudam o que estão fazendo.

Este receio que eles têm é tão contundente, que muitas vezes eles preferem não bincar com as crianças, a criar situações desagradáveis e terem que ficar se explicando. Sendo assim, às vezes elas pedem colo ou simplesmente querem ficar perto ou abraçar, e eles, por tal motivo, acabam afastando-as de próximo deles.

Os DMEI também têm questionada a sua rorientação sexual, identidade de gênero e moralidade. Pois, segundo a concepção machista, homens que optam por exercer um trabalho feminino ou estar num trabalho de predominancia feminia, não são homens, ou seja, são homossexuais. Logo, os DM notam olhares de suspeita e desconfiança o tempo todo, até mesmo ao colocarem em questão algo tão intimo de cada um.

Eu, no início da atuação como DMEI, notei olhares desconfiados por parte dos pais e/ou responsáveis, mas após realizar alguns projetos que inseriam os pais na escola, acabei tendo mais contato com eles e fui bem aceito na EI, mas creio que tive que passar por esse crivo da escola e da sociedade, ou seja, tive que passar pelo comprobatório e/ou ritual de passagem. Todavia, como tais DM, eu também evitada tocar nas crianças. Sempre elas vinham até mim e queriam que eu as carregasse, que eu as pusesse no colo, que brincasse com elas. Mas eu também tinha esse receio do que poderiam pensam se me vissem com alguém no colo, então, eu evitava. Isso era um sofrimento para mim, pois eu queria dar mais atenção e carinho, mas me esquivava para evitar situações desnecessárias.

Quando tinha uma cuidadora me auxiliando com a minha turma, eu me sentia mais à vontade. Aí quando as crianças queriam que eu interagisse mais com elas, eu fazia. Pois, ela estando comigo, era como se fosse minha testemunha de que nada demais estava acontecendo. Mas me perguntava por que tinha que ser daquele jeito? Por que eu como DMEI não podia brincar mais com as crianças?

Hoje vejo que o machismo é que prega isso, ideologia machista, reprodução da heteronormatividade e padrões sexistas naturalizados; Prega que sou um homem, e homem é másculo, sexuado e um possível abusador em potencial. E que, por ser homem, eu continuamente teria que ser observado, pois posso não fazer nada com esta turma, mas que com outra turma, num outro ano, numa outra escola, algo pode acontecer. Isso fica evidente por meio desta pesquisa, pois os DM relataram que são avaliados anualmente, ou seja, em cada nova turma eles têm que passar pelo crivo e pelos olhares atentos de todos os envolvidos, e assim como o professor Lucas do filme, eles também sabem que nunca serão “inocentados completamente”. Digo inocentados no sentido de que, em todos os anos, e em todas as salas que assumirem, e em todas as escolas que forem, serão avaliados novamente, mesmo já tendo passado pelo período probatório, terão que passar por esse período simbólico que é o comprobatório continuamente.

Sendo assim, o DM é tido como um possível abusador, estranho, estrangeiro, suspeito, assustador, anormal, exótico, alguém que destoa, perigoso, poderoso, alguém que representa perigo. E sempre é tido com reservas dos colegas de trabalho. Já, a mulher é tida como a mais apta para atuar na EI, um ser quase angelical e vocacionada ao ensino de crianças.

Deste ponto de vista de que o homem não deve e não pode tocar nas crianças, este ambiente de preodominancia feminina, é tido como naturalizado apenas o contato físico das mulheres com as crianças. Assim, o DM é visto como algo que destoa entre as professoras, além de ser considerado exótico, anormal, diferente e um abusador em potencial.

Porém, houve uma pesquisa em que tais personagens não foram estranhados na inserção na escola. Na dissertação de Teodoro (2015), os DMEI eram vistos com naturalidade, como figuras paternas. E, os DM se diziam satisfeitos com o trabalho e que não pensavam em sair da EI.

Foi evidenciado que se o DM já for conhecido pela escola e pela comunidade, ele será mais bem aceito. Então, não sofrerá discriminação.

As pesquisas também apontaram “uma” figura máscula do DM, sendo muitas vezes chamado de professor “corretor”, um professor que põe os alunos em silêncio, em fila, em estado de obediência; em que fica evidente que o machismo também impera entre as mulheres professoras de crianças pequenas, pois no momento em que elas pensam não ter autoridade e nem autonomia para fazer com que os alunos fiquem em silêncio, tendo que chamar um DM, fica exposto que elas atribuem autoridade ao gênero masculino em detrimento do feminino.

A pesquisa também revelou que as relações de gênero são determinantes na docência. Então por que não tratamos as questões de gênero como uma determinação? De um modo geral ficamos na pesquisa em Educação. Inclusive, os estudos de gênero em Educação configuram quase que um campo à parte. É isso que não pode acontecer. Logo, como vamos tratar dos aspectos raciais e os aspectos de classe? Temos que começar a intersectar mais, pois são determinantes. É isso que também tentamos discutir nesta pesquisa. Gênero é uma determinação fundamental. Enquanto nós não olharmos para isso, haverá mulheres que não vão conseguir fazer o manejo da classe, haverá DM sendo expulso da EI e vai continuar sendo visto como abusador em potencial. Se todo mundo naturalizar essas atitudes machistas e misóginas, só tende a causar mais sofrimento a tais profissionais.

Este estudo buscou desnaturalizar este fenômeno, dizendo que os DM estão aí, atuando na EI e só querem exercer seu trabalho do mesmo modo em que as mulheres querem exercer o delas. Deste modo, a pesquisa também evidenciou que o sistema educacional não está preparado para receber esses sujeitos e que não tem feito nada para mudar esta visão acerca deles e muito menos para recebê-los nas escolas. Até abaixo-assinado é feito para retirar esses profissionais de sua atuação definitivamente da escola, conforme a pesquisa de Monteiro (2014) evidencia.

O tema das relações de gênero precisa ser fortalecido na formação inicial, nas políticas públicas, com especial atenção aos programas de indução e inserção do magistério.

No que se refere ao ciclo de vida docente, a questão de gênero precisa ser pensada e discutida também. Não existe uma linha dizendo sobre a questão de gênero nos ciclos de vida profissional, como se fosse uma determinante, obviamente que é. Guacira Lopes Louro, por exemplo, tem toda uma caminhada importante no tema, mas também não coloca isso conversando com o ciclo da vida profissional, com o desenvolvimento profissional docente. Sendo assim, a pesquisa aponta que diante do ciclo de carreira do docente, existe essa lacuna a ser estuda, pois esse fenômeno de inserção de cada vez mais DM no universo da EI, também tem a ver com a profissionalização.

Sendo assim, os estudos analisados mostram uma tendência de que há cada vez mais DM adentrando na EI. Se existe mais DM entrando neste universo feminino e infantil, então é preciso estudar mais este fenômeno. Precisa ter políticas públicas que olhem para isso. A inserção na carreira do magistério, no programa de iniciação científica e no programa de indução têm que ter questões voltadas para este fato. Isso é uma nuança da inserção no magistério.

Na formação inicial pode-se falar a respeito. Isso está naturalizado. Não é dito, porém, pode-se tratar, cuidar, tanto no âmbito de políticas públicas quanto no âmbito acadêmico.

Sendo assim, outra constatação é a de que não existem muitas pesquisas que olham para esses DM. Então, existem trabalhos a serem realizados nessas perspectivas dos DM.

As futuras investigações podem estudar o ciclo de vida docente, usando o recorte de gênero e classe. Ou, até mesmo, outras provocações, pois esse exercício também anunciou outras provocações, muito embora aqui nos centramos no estudo de teses e dissertações que trabalham com o recorte da EI, mas fica aí a questão sobre o ciclo de vida do DM e esse embate do masculino e feminino em outros níveis e segmentos de ensino. O quanto as marcas do machismo imperam na profissão e acabam definindo dinâmicas do trabalho docente? O quanto as marcas do machismo acabam interferindo nas dinâmicas de atribuição de aula, classe, de organização do trabalho pedagógico, de atribuição de cargos e tarefas?

São várias as inquietudes que surgiram no decorrer desta pesquisa, várias perguntas que ficaram sem resposta momentaneamente. E, em se tratando do tema guarda-chuva, inquietação maior, que é a profissionalização dos DMEI, de acordo como eles são vistos, e aspecto das condições de trabalho, é que dá ou não dá as condições e subsídios para a sua atuação.

Num ambiente em que o DM pode ser autônomo, aceito, querido, respeitado como tal, ele desenvolverá melhor o seu trabalho, tanto com a comunidade e com a escola. Interagirá mais com seus alunos e não os privará de brincadeiras com ele. Já, na qual existem atravessamentos, o rendimento pode ser afetado, e em muitos casos, os professores acabam abandonando o seu cargo já num estado de sofrimento.

A pesquisa também apontou que os alunos que optam pelo magistério, e em especial pelo curso de Pedagogia, vêm da classe C e D, ou seja, de escolas públicas e da classe trabalhadora, sendo assim, oriundos de famílias com poucos recursos, como relata Gatti (2009), ao dizer que tais jovens procuram a estabilidade de um emprego público. Já, estudantes de escolas privadas, não almejam tornarem-se professores, e sim, optam por profissões que são mais lucrativas e de maior status, como na área da medicina, direito e engenharia.

A pesquisa revelou que os DM ingressaram na EI em busca de emprego, colocação no mercado de trabalho, estabilidade e ascensão profissional. E muitos deles têm medo de serem

perseguidos e segregados, e, para não terem contato corporal com as crianças, até pelo receio do que sociedade possa pensar, ou para evitar atravessamentos diários, até optam por continuar no magistério, mas migram para cargos administrativos, ou seja, com maior poder, sendo coordenação, direção ou supervisão escolar, assim, não têm mais contato corporal com as crianças, e ficam num cargo com hierarquia superior.

Do mesmo modo que para as mulheres se tornarem professoras foi uma ascensão social na época da feminização do magistério, assim, os DM olham à docência na EI. Logo, ao adentrarem na EI, tais DM estão ascendendo profissionalmente, tendo estabilidade e uma carreira.

Eu, por exemplo, sou filho de uma dona de casa que estudou até a antiga 2ª série do Fund I e de um sapateiro que também interrompeu seus estudos muito cedo, na 3ª série do Fund I. Para a minha família, que é composta por: mãe, pai e 9 filhos; apenas eu e uma irmã termos ensino superior é algo de orgulho. Então, para mim, vindo de família humilde, ter concluído o ensino superior em Pedagogia e estar trabalhando num emprego estável, é questão de ascensão e segurança.

Sendo assim, os DM desta pesquisa e eu – pesquisador, todos atuantes na EI, viemos de famílias humildes. E, a maioria olhou a EI como uma oportunidade de ascensão profissional e estabilidade.

Se houvesse a oportunidade de tais personagens mudarem da EI para o Fund I, eles mudariam? Se as pessoas envolvidas neste cenário direta ou indiretamente olhassem para eles do mesmo modo que olham para uma professora, eles não se sentiriam tão destoados assim? Cursos de formação inicial e indução realmente poderia atenuar tais sensações de desconforto envolvendo os DMEI?

Tantos e tantos questionamentos foram surgindo no decorrer da pesquisa. Mas, cabe ressaltar aqui que a pesquisa evidenciou que os DMEI são percebidos como sendo exóticos, alguém de destoa só com sua presença – não precisando fazer absolutamente nada – e como possíveis abusadores sexuais; que adentram na EI procurando estabilidade e são oriundos de famílias de baixo poder aquisitivo, sendo assim, para tais sujeitos, é uma ascensão profissional.

Referencias

GATTI, Bernadete. A atratividade da carreira docente no Brasil. Estudos e Pesquisas Educacionais. Fundação Victor Cevita. SP, 2009.

RAMOS, Joaquim. Um estudo sobre os professores homens da Educação Infantil e as

relações de gênero na Rede Municipal de Belo Horizonte – MG. Belo Horizonte, 2011.

Dissertação de Mestrado. PUC/MG.

SAYÃO, Deborah Thomé. Relações de gênero e trabalho docente na Educação Infantil: um estudo de professores em creches. 2005. 273 f. Tese de doutorado – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Florianópolis.

Apêndice

Resumo das pesquisas do corpus de análise

1º. 2008. UFPB. José Luiz Ferreira. Tese.

Homens ensinando crianças: continuidade-descontinuidade das relações de gênero na escola rural. Orientador: Profª. Dra. Maria Eulina Pessoa de Carvalho

Resumo: O trabalho teve como ponto de origem as experiências dos homens professores que

ensinam crianças nas escolas rurais do município de Coxixola. O objetivo foi verificar se e como a inserção desses professores num campo feminizado (magistério infantil) produz novos significados para o magistério e o ensino infantil. Para esse fim tomei como opção metodológica as histórias de vida dos cinco professores da Rede Municipal de Ensino e depoimentos de outros sujeitos com os quais os professores interagem no campo profissional: professoras, alunos e alunas, merendeiras e equipe da Secretaria da Educação, na perspectiva de compreender as experiências a partir dos próprios professores e dos seus pares. Para compreensão do trabalho desenvolvido pelos professores tomei como categorias de análise gênero e masculinidade, entendendo-as como construções socioculturais pelas quais é possível compreender como as experiências docentes são atravessadas por significados associados às relações de gênero. As histórias de vida são vistas a partir da trajetória que os sujeitos traçaram desde a infância ao momento atual, destacando-se a construção da carreira docente e as experiências com crianças em sala de aula. A tese conclui que as experiências dos professores do município de Coxixola são marcadas por um processo de descontinuidade- continuidade da ordem de gênero, entendendo a descontinuidade a partir da presença física dos homens no magistério infantil e a continuidade como a manutenção de características da prática docente associadas à masculinidade tradicional heterossexual.

2º. 2011. PUC/MG. Joaquim Ramos. Dissertação.

Um estudo sobre os professores homens da Educação Infantil e as relações de gênero na rede municipal de Belo Horizonte – MG. Orientadora: Profª. Drª. Maria do Carmo Xavier.

Resumo: Esta dissertação intitulada “Um estudo sobre os professores homens da EI e as

relações de gênero na Rede Municipal de Belo Horizonte – M.G.” investigou o ingresso e a permanência de professores homens na educação de crianças pequenas em instituições públicas de EI do município de Belo Horizonte. Para tanto, buscou-se entender a gênese do modelo institucional de educação e cuidado de crianças pequenas até culminar com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Essa Constituição rompeu com a figura do amparo e da assistência presentes nas Constituições anteriores e determinou em seu art. 208 que é dever do Estado o atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade. Em seguida, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/9394/1996) inseriu a EI como primeira etapa da educação básica, tornando gratuito esse atendimento. A partir de então, os sistemas municipais de ensino têm sido pressionados a ampliar o atendimento educacional às crianças pequenas. Em resposta, alguns municípios procederam à abertura de concursos públicos, instaurando processos de contratação de docentes com formação específica para atuar nessa etapa da educação básica. O município de Belo Horizonte realizou dois concursos públicos para o provimento do cargo de educador infantil e essa ação propiciou o ingresso de quatorze professores do sexo masculino habilitados a atuarem com crianças de zero a seis anos de idade em instituições públicas – tradicionalmente reconhecidas como lugares essencialmente de atuação de professoras. Portanto, a entrada desses sujeitos nessas instituições não se deu sem tensões e estranhamentos. Utilizando-se, dentre outras, da categoria gênero, buscou-se compreender por meio desta investigação como esses professores do sexo masculino interagiam com a EI e com a comunidade escolar. Utilizou-se da metodologia de pesquisa qualitativa e foram realizadas dezenove entrevistas (com professores homens, direções e coordenações das instituições investigadas e com uma gerente pedagógica) e cinco grupos de discussão (com professoras de duas instituições e com as famílias das crianças), totalizando a participação de 47 pessoas na investigação. Por meio da análise dos resultados da pesquisa, é possível afirmar que, ao ingressarem nas escolas, esses docentes homens são “naturalmente” encaminhados para as funções de apoio ou para as turmas de crianças maiores – que, normalmente, demandam menos ações relacionadas ao cuidado corporal. Nesse sentido, uma das principais constatações da dissertação é que, para além do período probatório exigido legalmente, todos os professores homens abordados na pesquisa necessitaram de um tempo para demonstrarem as competências e as habilidades com a educação e o cuidado das crianças pequenas matriculadas nas instituições públicas de EI do município – categorizado, aqui, como período comprobatório.

Palavras chaves: professores homens – Educação Infantil – gênero – período comprobatório

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