• Nenhum resultado encontrado

As portas de entrada dos moradores das microáreas 108, 109 e 220 da SER II de Fortaleza no sistema de saúde não estavam centradas na atenção básica de saúde. O posto de saúde do bairro funcionava como porta de entrada para cerca de apenas um terço dessa população.

Os motivos para o não acesso dos outros dois terços eram a dis- tância, o acesso mais fácil a outro centro de saúde e o desconhecimento acerca do posto de saúde de referência.

Foram apontadas como barreiras de acesso dessa comunidade ao Centro de Saúde da Família do bairro a distância da residência até o local, os problemas relacionados ao transporte, o tempo de desloca- mento e a falta de conhecimento acerca da localização e funcionamento do posto.

Até a finalização desta pesquisa, o conhecimento que se tinha estava baseado na observação empírica e estava centrada na óptica da gestão e dos trabalhadores de saúde.

Os resultados desta pesquisa apontam para a necessidade de um estudo mais criterioso do território de atuação das equipes da Estratégia Saúde da Família de modo a considerarem-se as barreiras físicas, so-

ciais, econômicas e organizacionais que interferem no acesso dessa po- pulação aos serviços de saúde, principalmente no primeiro nível de atenção. Esse processo deve envolver profissionais, gestores e, indubi- tavelmente, representantes da comunidade de modo a possibilitar uma visão ampliada das necessidades e o planejamento adequado da oferta dos serviços.

Por acreditar que possa impactar positivamente a qualidade de vida dessa comunidade, recomenda-se ainda a intensificação do trabalho de comunicação social, seja através de mídias sociais ou pela atuação mais eficaz do agente comunitário de saúde junto às famílias, de modo a dirimir as dificuldades de acesso ocasionadas pela desinformação.

Bibliografia

ANDRADE, E. N. de; ANDRADE, E. O. O SUS e o direito à saúde do brasileiro: leitura de seus princípios, com ênfase na universalidade da cobertura. Rev. Bioética, v. 18, n. 1, p. 61-74, 2010.

ASSIS, M. M. A.; VILLA, T. C. S.; NASCIMENTO, M. A. A. Acesso aos serviços de saúde: uma possibilidade a ser construída na prática.

Ciência & Saúde Coletiva, v. 8, n. 3, p. 815-823, 2003.

BALDANI, M. H.; ANTUNES, J. L. F. Inequalities in access and utili- zation of dental services: a cross-sectional study in an area covered by the family health strategy. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, jan. 2011. Suplemento 2. Disponível em: <http://migre.me/wqjeZ>. Acesso em: 7 mar. 2014.

BONELLO, A. A. L. M. Acesso aos serviços básicos de saúde e fatores

associados: estudo de base populacional. Campinas, SP: [s.n], 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Reso- lução nº 466 de12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 2012. Dis-

ponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466. pdf>. Acesso em: 3 jan. 2014.

BRASIL. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. 3. ed. Bra- sília: Ministério da Saúde, 2009. 481 p.

BRASIL. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do instrumento de avaliação da atenção primária à

saúde: primary care assessment tool PCAtool – Brasil. Brasília: Minis-

tério da Saúde, 2010. 80 p. il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). CARVALHO, C. N.; SILVA, V. da; FALCÃO, Â. M. O bairro do Mei-

reles e a comunidade do campo do América: conflitos e contradições

deste espaço urbano. In: ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, 12., 2012, Belo Horizonte: UFMG, 2012. Disponível em: < http:// migre.me/wE9ht>. Acesso em: 4 nov. 2012.

CECILIO, L. C. O. et al. A atenção básica à saúde e a construção das redes temáticas de saúde: qual pode ser o seu papel? Ciência & Saúde

Coletiva, v. 17, n. 11, p. 2893-2902, 2012.

COÊLHO, B. P. A reformulação da clínica a partir de diretrizes para

atenção e gestão na saúde: subjetividade, política e invenção de prá-

ticas. 2012. 173 p. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Ageu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2012. DIAS-DA-COSTA, J. S. et al. Utilização de serviços de saúde pela população adulta de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil: resul- tados de um estudo transversal. Cad. Saúde Pública, v. 27, n. 5, p. 868-876, 2011.

FERNANDES, L. C. L.; BERTOLDI, A. D.; BARROS, A. J. D. Utili- zação dos serviços de saúde pela população coberta pela ESF. Rev.

Saúde Pública, v. 43, n. 4, p. 595-603, 2009.

GARROCHO, C. Análisis de la acessibilidad a lós servicios y de lós sistemas de información geográfica: teoria y aplicación em el contexto del Estado de México. Estudios Demográficos y Urbanos, v. 8, n. 23, p. 427-444, 1993.

GIOVANELLA, L. Atenção primária à saúde seletiva ou abrangente?

GIOVANELLA, L. et al. Sistemas municipais de saúde e a diretriz da integralidade da atenção: critérios para avaliação. Saúde em Debate, v. 26, n. 60, p. 37-61, jan./abr. 2002. Disponível em: <http://migre.me/ wqgk0>. Acesso em: 28 out. 2012.

GIOVANELLA, L.; FLEURY, S. Universalidade da atenção à saúde: acesso como categoria de análise. In: EIBENSCHUTZ, C. (Org.). Polí-

tica de Saúde: o público e o privado. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. p.

177-198.

GOES, E. F.; NASCIMENTO, E. R. Mulheres negras e brancas e os ní- veis de acesso aos serviços preventivos de saúde: uma análise sobre as desigualdades. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 37, n. 99, out./dez. 2013. Disponível em: <http://migre.me/wqiCJ>. Acesso em: 5 mar. 2014. GOLDSTEIN, R. A. et al. A experiência de mapeamento participativo para a construção de uma alternativa cartográfica para a ESF. Ciência &

Saúde Coletiva, v. 18, n. 1, p. 45-56, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. Censo

Demográfico 2010. Dados populacionais por bairro de Fortaleza. Dis-

ponível em: <http://tc1.sms.fortaleza.ce.gov.br/simda/populacao/ sexo>. Acesso em: 16 out. 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. Censo

Demográfico 2010: resultado da amostra - domicílios. Disponível em:

<http://migre.me/wqgzk>. Acesso em: 6 mar. 2014.

INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ. Perfil municipal de Fortaleza. Tema VII: distribuição espacial da renda pessoal. Informe, n. 42, out. 2012. Edição especial.

JESUS, W. L. A. de; ASSIS, M. M. A. Revisão sistemática sobre o con- ceito de acesso nos serviços de saúde: contribuições do planejamento.

Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 1, p. 161-170, 2010.

LORA, A. P. Acessibilidade aos serviços de saúde: estudo sobre o tema no enfoque da saúde da família no município de Pedreira – SP. Rev.

2010. Disponível em: <http://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view /342>. Acesso em: 5 set. 2012.

MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 549 p.

MISHIMA, S. M. et al. A assistência na saúde da família sob a pers- pectiva dos usuários. Rev. Latino-Am. Enferm., Ribeirão Preto, v. 3, n. 18, 2010.

MISHIMA, S. M. et al. (In) Satisfação dos usuários: duplicação e uso simultâneo na utilização de serviços na saúde da família. Rev. Esc. En-

ferm., v. 44, n. 3, p. 766-773, 2010.

OJANUGA, D. N.; Gilbert, C. Women’s access to health care in develo- ping countries. Social Science and Medicine, v. 35, n. 4, p. 613-617, 1992. OLIVEIRA, L. S. et al. Acessibilidade a atenção básica em um distrito sanitário de Salvador. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 11, p. 3047- 3056, 2012.

PENCHANSKY, R.; THOMAS, J. W. The concept of access: defini- tions and relationship to consumer satisfaction. Med Care, v. 19, n. 2, p.127-40, feb. 1981.

PUENTES-MARKIDES, C. Women and access to health care. Social

Science and Medicine, v. 35, n. 4, p. 619-626, 1992.

REMONDI, F. A. et al. Não adesão ao tratamento medicamentoso con- tínuo: prevalência e determinantes em adultos de 40 anos e mais. Cad.

Saúde Pública, v. 30, n. 1, p. 126-136, 2014.

RODRIGUES, M. J. Atenção integral à saúde segundo a visão de mé- dicos e enfermeiros da estratégia de saúde da família de Uberlândia.

Caminhos de Geografia, v. 14, n. 45, p. 205-236, 2013.

SANTOS, A. L.; RIGOTTO, R. M. Território e territorialização: incor- porando as relações produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde. Trab. Educ. Saúde, v. 8, n. 3, p. 387-406, 2010.

SANTOS, N. R. Sistema Único de Saúde - 2010: espaço para uma vi- rada. O mundo da saúde, v. 1, n. 34, p. 8-19, 2010.

SILVA JÚNIOR, E.S. et al. Acessibilidade geográfica à atenção primária à saúde em distrito sanitário do município de Salvador, Bahia. Rev. Bras.

Saúde Matern. Infant., v. 10, 2010. Suplemento 1(S50- S49-S60).

SOARES, F. F.; CHAVES, S. C. L.; CANGUSSU, M. C. T. Desigual- dade na utilização de serviços de saúde bucal na atenção básica e fa- tores associados em dois municípios brasileiros. Rev. Panam. Salud

Públ., v. 34, n. 6, p. 401-406, 2013.

SOUSA, M. F.; HAMANN, E. M. Programa saúde da família no Brasil: uma agenda incompleta? Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, p. 1325- 1335, 2012. Suplemento 1. Disponível em: <http://migre.me/wqis7>. Acesso em: 14 out. 2012.

SOUZA, L. F.; CHAVES, S. C. L. Política nacional de saúde bucal: acessibilidade e utilização de serviços odontológicos especializados em um município de médio porte na Bahia. Rev. Baiana de Saúde Pública, v. 34, n. 2, p. 371-387, 2010.

STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: Unesco: Ministério da Saúde, 2002. TRAVASSOS, C.; MARTINS, M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Cad. Saúde Pública, v. 20, p. 190-198, 2004. Suplemento 2.

VARGAS, A. M. D. et al. O acesso aos serviços públicos de saúde em área limítrofe entre municípios. Saúde sociedade, São Paulo, v. 20, n. 3, jul./set. 2011. Disponível em: <http://migre.me/wqiwL>. Acesso em: 5 mar. 2014.

VASCONCELOS, C. M. de; PASCHE, D. F. O sistema único de saúde. In: CAMPOS, G. W. S. et al. Tratado de saúde coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009. p. 531-562.