• Nenhum resultado encontrado

Neste trabalho, nosso objetivo foi o de tentar mostrar que, mesmo sendo um tipo de infe- rência diversa da dedução, a formalização de algumas formas de indução é bastante factível, além de ser muito útil. Ademais, tentamos afastar a idéia de que a indução carece de racio- nalidade: muitas vezes, agir indutivamente pode ser uma atitude racional, tudo dependendo de como a conclusão é justificada racionalmente. O que fizemos foi, de certo modo, dar algum cri- tério objetivo para se atribuir um “grau de plausibilidade” à indução. Para isso, foi necessário que considerássemos este tipo de inferência de uma maneira distinta daquela tradicionalmente adotada.

Muitos daqueles que se ocuparam com o Problema da Indução ao longo da história tinham como modelo de justificação a forma como a dedução estava justificada e tentaram adequar a indução a esse modelo, talvez sem se darem conta que era preciso pensar a indução e a dedução como dois tipos bastante distintos de inferência e que, por causa disto, ‘carecem de justifica- ções’ diferentes. Ainda, como tentamos mostrar, também o modo como a dedução parece estar justificada apresenta problemas quase tão difíceis quanto aqueles postos por Hume. Encarando a indução desta maneira, que destoa daquele modo defendido por Hume e pelos filósofos em geral, foi possível aceitar a indução mais facilmente, nos possibilitando falar até mesmo de ló- gicas indutivas. É claro que a ‘aplicação’ destas lógicas é mais difícil do que a aplicação de lógicas dedutivas, já bastante conhecidas. Mas, assim como aconteceu e tem acontecido com as várias lógicas apresentadas no século passado, é acreditamos que essas lógicas se desenvolverão com a pesquisa e o trabalho sério.

É preciso apresentar uma lógica, de fato, e também fundamentá-la numa metamatemática forte. Talvez seja possível estender o cálculo de seqüêntes de Gentzen (KLEENE, 1952) de modo que ele comporte também inferências não-monotônicas. No entanto, este é um trabalho que deverá ser desenvolvido com a continuidade de nossos estudos em um futuro curso de doutorado.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Livro Γ. In: . Metafísica. Porto Alegre: Editora Globo, 1969. cap. IV. BLACK, M. Justificação da indução. In: . Filosofia da Ciência. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1975. p. 219–230.

BLAIR, H. A.; SUBRAHMANIAN, V. S. Paraconsistent foundations of logic programming. The Journal of Non Classical Logic, n. 5, p. 44–73, 1989.

BLAIR, H. A.; SUBRAHMANIAN, V. S. Paraconsistent logic programming. Theoretical Computer Science, n. 68, p. 135–154, 1989.

CARRION, R.; DA COSTA, N. C. A. Introdução à Lógica Elementar. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1988.

DA COSTA, N. C. A. Ensaio Sobre os Fundamentos da Lógica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1980.

DA COSTA, N. C. A. Pragmatic probability. Erkenntnis, n. 25, p. 141–162, 1986.

DA COSTA, N. C. A. Lógica Indutiva e Probabilidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993.

DA COSTA, N. C. A. Abstract logics. Em preparação. 2006.

DA COSTA, N. C. A.; BUENO, O. Quase-verdade e ciência. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, v. 7, n. 1, jan-jun 1997.

DA COSTA, N. C. A.; FRENCH, S. Pragmatic truth an the logic of induction. The British Journal for the Philosophy of Science, v. 40, p. 333–356, 1989.

DA COSTA, N. C. A.; FRENCH, S. Science and Partial Truth: A Unitary Approach to Models and Scientific Reasoning. Oxford: Oxford University Press, 2003.

DA COSTA, N. C. A.; KRAUSE, D. Complementarity and logic.

DA COSTA, N. C. A.; KRAUSE, D. An inductive annotated logic. In: CARNIELLI, W. A.; CONIGLIO, M. E.; D’OTTAVIANO, I. M. L. (Ed.). Paraconsistency: the logical way to the inconsistent, Proceedings of the Second World Congress on Paraconsistency. Nova Iorque: Marcel Dekker, 2002. p. 213–225.

DA COSTA, N. C. A.; KRAUSE, D.; BUENO, O. Paraconsistent logic and paraconsistency. Forthcoming at. 2006.

DA COSTA, N. C. A.; SUBRAHMANIAN, V. S.; VAGO, C. The paraconsistent logic PT . Zeitschr. f. math. Logik und Grundlagen d. Math., n. 37, p. 139–148, 1991.

FITELSON, B.; HáJEK, A.; HALL, N. Probability. In: . Philosophy of Science: An Encyclopedia. Nova Iorque: Routledge Press, 2003.

FRENCH, S.; KRAUSE, D. Identity in Physics. Oxford: Oxford University Press, 2006. HÁJEK, A. Interpretations of probability. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2003. Disponível em: http://plato.stanford.edu/archives/sum2003/entries/ probability-interpret/. Acesso em: 6 de maio de 2005.

HEMPEL, C. G. Filosofia da Ciência Natural. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970. HUME, D. A Treatise of Human Nature. Oxford: Oxford Press, 1978.

HUME, D. Resumo de Um Tratado da Natureza Humana. Rio de Janeiro: Ed. Paraula, 1994. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. In: Os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1996.

JOYCE, J. Bayes’ theorem. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2003. Disponível em: http://plato.stanford.edu/archives/win2003/entries/bayes-theorem/. Acesso em: 1 de agosto de 2004.

KEYNES, J. M. A Treatise on Probability. Londres: The MacMillan Press, 1973. KLEENE, S. Introduction to Metamathematics. [S.l.]: Van Nostrand, 1952.

KYBURG JR., H. E. Probability and Inductive Logic. Londres: The Macmillan Company, 1970.

MAGEE, B. As Idéias de Popper. São Paulo: Editora Cultrix, 1973.

MAKINSON, D. Bridges from Classical to Nonmonotonical Logic. Londres: King’s College London, 2005.

MARTINS, H. G. A Lógica Paraconsistente Anotada de Quatro Valores - LPA4v aplicada em Sistema de Raciocínio Baseado em Casos para o Restabelecimento de Subestações Elétricas. Tese (Doutorado) — Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2003.

MENDELSON, E. Introduction to Mathematical Logic. 3. ed. Monterey: Wadsworth & Brooks, 1987.

MIKENBERG, I.; COSTA, N. C. A. da; CHUAQUI, R. Pragmatic truth and approximation to truth. The Journal of Symbolic Logic, n. 51, p. 201–221, 1986.

MILLER, D. Critical Rationalism: a restatement and defence. [S.l.]: Opencourt, 1994. POLLOCK, J. L. Defeasible reasoning. Cognitive Science, n. 11, 1987.

POPPER, K. R. Objetive Knowledge: An evolucionary approach. Nova Iorque: Oxford University Press, 1979.

POPPER, K. R. The Logic of Scientific Discovery. Londres: Routledge, 1980. RUSSELL, B. Os Problemas da Filosofia. Coimbra: Armínio Amado, Ed., 1959.

SALMON, W. C. Foundations of Scientific Inference. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 1979.

SUBRAHMANIAN, V. S. On the semantics of quantitative logic programs. In: Proc. 4th IEEE Symposium on Logic Programming. Washington, D.C.: Computer Society Press, 1987. p. 173–182.

SUPPES, P. Set Theoretical Structures in Science. Stanford: Stanford University, 1967. Notas mimeografadas.

TARSKI, A. The semantic conception of truth: and the foundations of semantics. Philosophy and Phenomenological Research, n. 4, p. 341–376, 1944.

Documentos relacionados