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A utilização de interpolação linear por meio da triangulação (TIN) da amostra obtida com o ecobatímetro mostrou ser suficiente para representar de maneira adequada o relevo submerso (Batimetria) da área de estudo. Por meio de elementos amostrais não utilizados na interpolação foi possível constatar essa afirmação.

A análise espacial, por meio de estimador Kernel e análises de autocorrelação (Global e local), mostrou que a dependência espacial é uma variável que deve ser levada em consideração, pois os agrupamentos são evidentes. Pode-se dizer que a presença da vegetação submersa favorece o surgimento de novas plantas em sua vizinhança.

Constatada a dependência espacial da variável de interesse, optou-se por se utilizar técnicas de geoestatística na inferência espacial. Na análise inicial, por meio dos semivariogramas, pôde-se observar que o alcance é menor no sentido perpendicular à margem sendo necessária uma densidade amostral maior nesse sentido para viabilizar a interpolação. Assim, pode-se dizer que na inferência espacial por meio de dados de ecobatímetro, o levantamento deve ser realizado, preferencialmente, no sentido margem-margem, ou seja, transversal à direção do rio.

Os resultados da inferência espacial por krigagem mostrou que a geoestatística é uma técnica que apresentou menores desvios quando comparados aos interpoladores convencionais. Outro resultado importante foi a utilização da krigagem não diretamente nos valores da amostra, mas sim nos resíduos da análise de regressão, pois com isso foi possível retirar a tendência e melhorar os resultados de inferência.

A utilização de sensoriamento remoto (Imagem de alta resolução espacial) na tentativa de detectar vegetação submersa também forneceu informações importantes. Por meio de técnicas de classificação de imagem foi possível detectar uma pequena parcela da região infestada por macrófitas submersas. Além disso, a análise estatística multivariada mostrou que a resposta espectral da imagem utilizada não foi capaz de diferenciar as regiões, não classificadas, com presença de vegetação aquática submersa das sem essa vegetação.

Observou-se que há uma região de sobreposição entre as classes A (Com macrófita submersa e detectada na imagem) e B (Com macrófita submersa e não detectada na imagem), o que indica que há regiões com a mesma altura da coluna de

água com respostas espectrais diferentes. Assim, recomenda-se que a relação entre a resposta espectral de imagens de alta resolução espacial e a altura da coluna de água seja mais pesquisada.

Com relação à análise dos perfis da relação entre profundidade e altura das macrófitas, dos resultados da inferência espacial e das observações em campo, pôde-se concluir que a radiação eletromagnética é limitante para as espécies de macrófitas submersas da área estudada (E. densa e E. najas) somente quando a disponibilidade de radiação é muito escassa. Com isso, a hipótese inicial de que a vegetação submersa é altamente correlacionada com a profundidade não foi verificada. Assim, não se pode dizer que o crescimento (altura) das macrófitas seja proporcional à disponibilidade de radiação, pois há vários outros fatores limitantes que precisam ser melhores avaliados.

No geral, com os resultados obtidos houve um acréscimo significativo no conhecimento relacionado à distribuição espacial de macrófitas submersas, especificamente da Egeria densa e Egeria najas. Além disso, o uso dos procedimentos adotados para mapeamento da altura das macrófitas submersas pode ser aplicado em outras regiões e com isso pode contribuir na gestão dos reservatórios, subsidiando o entendimento do ecossistema local para elaborar uma estratégia de ação para conter a proliferação indesejada desse tipo de vegetação aquática.

Uma possibilidade para trabalhos futuros é que seja realizada uma amostragem mais densa da área de estudo para avaliar diferentes estratégias de amostragem e testar outros interpoladores e técnicas de inferência espacial. Com uma densa malha de pontos pode-se alterar o tamanho da amostra de inferência e avaliá-los com segurança.

Outra recomendação é que o comportamento espectral da macrófita imersa no seu meio seja mais pesquisado para avaliar melhor os limites das imagens de sensoriamento remoto com objetivo de correlacionar sua resposta espectral com essas macrófitas. Outras variáveis, principalmente as relacionadas com radiação subaquática, precisam ser melhor analisadas juntamente com o desenvolvimento das macrófitas submersas.

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