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Este trabalho teve como objetivo fazer uma análise de trabalhos acadêmicos de pesquisadores que estudaram concretos com resíduo de vidro e de FGD. Este material, por sua vez, tem alto potencial de utilização como fíler, enquanto que o vidro além de possuir tal propriedade, também apresentou indícios de ação pozolânica nas matrizes cimentícias.

Foram analisadas propriedades físicas, mecânicas e de durabilidade dessas misturas e na sequência é relatado de forma específica o comportamento de tais características mediante a incorporação desses resíduos ao concreto com os percentuais das referências bibliográficas estudadas nesta pesquisa. Vale ressaltar que, por conta da pouca disponibilidade de estudos experimentais referentes ao resíduo FGD, as informações acerca de tal material foram baseadas, principalmente, na dissertação de Teixeira (2019). 5.1. Propriedades dos concretos com resíduo de vidro no estado fresco

De forma geral, a consistência dos concretos analisados tendeu a diminuir com a incorporação de resíduos de vidro na matriz cimentícia devido à elevada finura das partículas de vidro que absorvem água da mistura.

A massa específica dos concretos com a substituição parcial do cimento pelo resíduo de vidro diminuiu, pois os resíduos de vidro das pesquisas analisadas tiveram densidade menor que a do cimento Portland ensaiado e para compensação do volume de concreto, torna-se necessário maior quantidade desses materiais na matriz cimentícia, o que reduz a massa específica das misturas incorporadas com o resíduo de vidro moído.

5.2. Propriedades dos concretos com resíduo de vidro no estado endurecido

A resistência à compressão axial foi eficiente em algumas misturas com resíduo de vidro quando comparadas as do concreto de controle. No geral, as duas porcentagens em destaque foram as de 10% e 20% e o aumento de suas resistências foi justificado, principalmente, pelo efeito pozolânico do resíduo de vidro moído que interage com os produtos de hidratação do cimento, formando C-S-H, o qual ocupa os poros da matriz cimentícia e aumenta a resistência dessa estrutura.

A resistência à tração por compressão diametral de concretos incorporados com resíduo de vidro foi baixa em relação ao esforço de compressão. Porém, os resíduos de vidro

promoveram o incremento desse parâmetro nos concretos em idades mais avançadas, conforme verificado nas pesquisas de Simões (2013) e Antônio (2012). A mesma tendência se observa nos resultados de Ruppenthal (2018), embora as resistências de seus concretos não superaram a referente. O aumento de tal propriedade do concreto foi justificado em decorrência das reações pozolânicas que melhoram as propriedades da zona de transição.

5.3. Resistência à penetração de cloretos nos concretos com resíduo de vidro

Todas as pesquisas analisadas mostraram que a incorporação do resíduo de vidro nas matrizes cimentícias reduz a penetração de íons cloretos para o interior do concreto, visto que esses materiais apresentam efeito fíler e ação pozolânica, os quais diminuem a porosidade da pasta de cimento, o que aumenta sua impermeabilidade aos cloretos. 5.4. Propriedades dos concretos com resíduo de FGD no estado fresco

Foi verificada, no trabalho de Teixeira (2019), a redução da consistência dos traços mais ricos mediante aumento do FGD, em decorrência da elevada finura desse resíduo que absorve água do concreto, enquanto nas misturas com maior quantidade de água, o incremento do teor das adições de 10% e 15% aumentou o abatimento dos concretos, por conta do efeito de rolamento das partículas. No estudo de Khatib, Wright e Mangat (2016) também ocorreu a diminuição das consistências dos concretos, com o aumento do teor de substituição parcial do cimento pela mistura de FGD, a partir de 10%. Os pesquisadores justificaram esse efeito por conta da grande quantidade de gesso presente na constituição do resíduo que estimulou a pega rápida do cimento, resultando na redução do abatimento do concreto.

A massa específica dos concretos com FGD, da pesquisa analisada, tendeu a aumentar para ambas as relações água/aglomerante, estabelecidas por Teixeira (2019). Tal fato ocorreu devido ao preenchimento dos poros das misturas cimentícias pelas partículas do resíduo.

5.5. Propriedades dos concretos com resíduo de FGD no estado endurecido

Foi observado que as resistências dos concretos com adição de FGD são superiores as de substituição parcial do cimento pelo FGD, uma vez que a maior concentração de finos na matriz cimentícia promove maior coesão e homogeneidade do concreto, o que

contribui para aumentar a sua resistência. Este efeito, por sua vez, analisado na pesquisa de Teixeira (2019), principalmente, nos traços com adição de 5% de FGD, é explicado, segundo a autora, devido ao efeito fíler do resíduo que preenche os vazios da pasta de cimento, tornando-a mais compacta e resistente. Além disso, esses concretos foram classificados como de alta resistência, apresentando valores superiores a 40 MPa.

As resistências à tração por compressão diametral obtidas da pesquisa de Teixeira (2019) apresentaram valores baixos e foram inferiores as do concreto de referência, somente superando esses resultados aos 91 dias as misturas com teores de FGD de 5% e 10%. O baixo desempenho deste parâmetro, de acordo com Teixeira (2019), foi, provavelmente, em decorrência do aumento da quantidade de hidróxido de cálcio no concreto, causado pela adição do FGD.

5.6. Teor de íons sulfatos e expansão por sulfatos nos concretos com FGD

Apesar da adição do FGD nas matrizes cimentícias promover aumento de sulfatos solúveis nos concretos analisados, devido à presença desses íons em sua composição, segundo Teixeira (2019), tais valores foram inferiores ao estipulado pela NBR 16697 (ABNT, 2018), a qual normatiza o teor de sulfatos em cimentos, indicando que o resíduo não oferece riscos na durabilidade dos concretos. Ademais, o estudo de Khatib, Wright e Mangat (2016) mostrou que o acréscimo dos teores de substituição de FGD nas matrizes cimentícias aumenta a expansão dos concretos até aos 28 dias e aos 90 dias para as misturas com 70% adição e indicaram que esse efeito não foi significante para os concretos com teores do resíduo de 10% e 20%, o que reduz o surgimento de trincas nas estruturas, por expansão.

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