• Nenhum resultado encontrado

Considerações finais da seção

No documento Beatriz Cardoso Lobato (páginas 71-75)

4. RESULTADOS

4.1 REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA (RSL)

4.1.3 Considerações finais da seção

O autor de Vasconcellos (2011) explica a importância dos estudos de mobilidade, suas políticas de integração e seus impactos na sociedade, explicando em tempos distintos a evolução dos modais de transporte e comparando com outros países com o mesmo nível de desenvolvimento do brasil. Isso demostra que o problema com a mobilidade não é atual, mas sim um problema que vem se desenvolvendo ao longo do tempo, como também é possível ver no gráfico da figura 9, o crescimento de estudos relacionados ao temo no passar dos anos.

A análise dos dados foi baseada nas três leis bibliométricas: Lei de Lotka, Lei de Bradfort e Lei de Zipf. Sobre a análise descritiva dos 113 artigos do corpus textual, constatamos que a distribuição anual dos artigos se deu entre 1975 a 2019, com destaque para os últimos 6 anos, que foram os mais produtivos, representando cada um, 84,6% do total das publicações, mostrando que a temática abordada e recente. Em relação a abrangência geográfica, os vínculos institucionais dos 239 autores e coautores ficaram distribuídos em 36 países, sendo os Estados Unidos o país que teve a maior concentração.

Com relação a Lei de Lotka, os autores identificados como os mais produtivos foi o autor Fishiman (2016) com 184 citações. No que diz respeito à Lei de Bradford, os 51 periódicos foram alocados em 3 zonas, por ordem decrescente de produtividade. Identificamos que o periódico mais produtivo foi transportation research pa. a: policy and practice, com 16 artigos que correspondem a 14,2% do total avaliado. Com

relação a citação, destacamos o periódico “Travel Behaviour and Society”.” com índice H de 385, indicando que suas publicações foram citadas ao menos 385 vezes.

Sobre a Lei de Zipf, as palavras-chave que compõem a rede e possuem os maiores valores de centralidade de intermediação são “transport” e “system”. Na rede de coocorrência, temos a formação de 4 clusters, sendo que todos tratam de modelos de mobilidade urbana e preocupação com modelos utilizados atualmente conforme mostra o apêndice A.

Após a leitura dos artigos como demonstrado no apêndice A, é importante destacar que 83,18% aborda métodos estatísticos, o principal método utilizado é o método survey com 22,12% que consiste em aplicação de questionários rápidos que coletam informações básicas de um grande número da população, 5,3% utilizam o método multicritério, como modo de avaliar e solucionar problemas de mobilidade urbana, desde da aplicação de questionários até o levantamento da literatura pertinente.

Logo recomendasse realizar uma abordagem completa e que utilize dados específicos não só fornecidos pelos órgãos responsáveis, mas também pelos usuários, exigindo assim questionários com perguntas especificas, porém de fácil entendimento. Sugerindo-se assim a utilização da ferramenta multicritério AHP.

O processo de hierarquia analítica (AHP) é uma das técnicas de MCDM mais amplamente utilizadas por pesquisadores de todo o mundo devido à sua simplicidade e versatilidade com maior precisão (KHAIRAA; DWIVEDI, 2018). O método permite que problemas complexos com vários critérios e, às vezes, conflitantes, sejam tratados. É adequado a vários domínios e a diferentes problemas, uma vez que depende da propensão humana inata para realizar comparação. Entre as vantagens de usar o AHP para a tomada de decisão, está o fato de oferecer a oportunidade de considerar a importância dos critérios e, consequentemente, atribuir pesos diferentes para que alguns critérios dominem a decisão (EMROUZNEJAD; MARRA, 2017).

Embora a presente RSL descreva uma extensa análise da literatura sobre o tema, pautando-se em uma metodologia amplamente aceita e defendida no âmbito acadêmico por diversos autores, como Tranfield, Denyer & Smart (2003), Kitchenham (2004) e Biolchini et al. (2007) é relevante destacar que permanecem ainda algumas limitações: (i) os resultados foram limitados pelos termos de buscas na língua inglesa;

(ii) o formato dos documentos restringiu-se a artigos publicados em periódicos classificados no primeiro, segundo e terceiro quartil de citação conforme SJR (2018), de modo que outros estudos relevantes podem ter sido publicados em formatos distintos, os quais não foram considerados para esta RSL.

4.2 PROPOSIÇÃO DE APLICAÇÃO METODO AHP NA MOBILIDADE URBANA Para mostrar a eficácia do método escolhido, foram realizadas simulações baseadas em dados reais obtidos dos artigos selecionados, com o intuito de mostrar aos usuários qual meio de transporte é mais viável dentro da sua necessidade e conforto.

4.2.1. – Seleção de dados para aplicação de questionário

Nesta etapa optou-se por usuários habilitados para dirigir, definindo assim a população em estudo. Tem-se que levar em consideração também que idade e poder aquisitivo dos usuários podem influencia bastante na escolha dos meios de locomoção. Tendo como base os dados do DENATRAN (2020) elaborou-se um gráfico com a quantidade de habilitações emitidas no Brasil nos últimos 5 anos e a faixa etária dos condutores como mostra a figura 19.

Foram levados em consideração todos os gêneros (masculino e feminino), e todas as categorias de habilitação. Conforme é possível ver na figura 19, motoristas recém habilitados são relativamente jovens, concentrando-se na faixa etária de 18 a 40 anos, o que representa 89,44% nos últimos 5 anos no Brasil. No ano de 2019, 934.929 mil pessoas entre 18 a 21 anos tiraram a primeira habilitação.

Vale ressaltar que, segundo dados do DENATRAN (2020) no Brasil, até dezembro de 2019 havia 73.844.121 milhões de habilitados. A média de idade dos habilitados está entre 31 a 40 anos. Nos últimos 5 anos foram emitidas 11.154.443 milhões de habilitações, o que representa um crescimento de 15,11% de novos habilitados no país.

Figura 19: gráfico de emissão de 1ª habilitação no Brasil nos últimos 5 anos por faixa etária

Fonte: Adaptado de DENATRAN, 2020.

A amostra foi definida segundo Fonseca e Martins 2013, que dizem que se a variável for nominal ou ordinal e a população considerada for muito grande, poderá se determinar a amostra pela equação 4:

𝑛 =𝑍

2 . 𝑝 ̂ . 𝑞̂ 𝑑2

(4) Onde:

𝑍 = é o desvio do valor médio que utilizamos para atingir o nível de confiança desejável;

𝑝̂ = é a proporção que esperamos encontrar; 𝑞̂ = 1- 𝑝̂;

𝑑2 = é a margem de erro máxima admitida.

Para esta pesquisa adotou-se que Z= 1,96 (FONSECA; MARTINS, 2013), ou seja, o valor de confiança que quer ser atingindo é de 95% e 𝑑=0,1 em que a margem de erro adotada é de 10% , e 𝑝̂ = 0,33 que representa 33,3%, pois no questionário do apêndice B espera-se definir entre três critérios qual o usuário prefere, ou seja, 1 para 3. Utilizando a equação 4, com os devidos valores definidos, chegou-se ao valor de 85,93 pessoas para amostra arredondado para 86 pessoas.

O questionário foi aplicado em 16 estados brasileiros e no Distrito Federal, buscando integrar pessoas de várias culturas e diferentes modais de transporte utilizados atualmente no País, no questionário do apêndice B foi incluído uma opção

em que o usuário poderia incluir um modal diferente caso não encontrasse o mesmo na lista fornecida. O mapa da figura 20, mostra a abrangência do mesmo.

Figura 20: mapa de abrangência do questionário AHP.

Fonte: autor, 2020

Destaca-se que os respondentes te maior representatividade nos estados do Rio Grande do Sul com 31,4%, São Paulo com 19,8%, Paraná com 11,6% e Pará com 9,3%. Logo tem-se base para aplicação do modelo AHP para determinar a escolha de modal de transporte levando em consideração custo, conforto e conveniência.

4.2.2 Simulação AHP

Nesta seção foi desenvolvida a aplicação do método AHP, para definir conforme a opinião dos usuários qual modal é recomendado conforme suas necessidades pessoais, levando em consideração a importância de cada critério estabelecido.

No documento Beatriz Cardoso Lobato (páginas 71-75)

Documentos relacionados