• Nenhum resultado encontrado

SEM ALTERAÇÃO NO HEMOGRAMA

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cavalo é uma figura importante no contexto histórico, empresta sua energia, força no cotidiano dos trabalhos e esportes das cidades e do campo. Razão pela qual sua saúde e bem estar devem ser preservados. Nesse sentido, melhorias no diagnóstico de doenças que acometam os equinos devem ser feitas, a fim de evitar perdas desnecessárias e gastos com tratamentos ineficazes. Visto que a pesquisa de hemoparasitas em esfregaço sanguíneo, método de diagnóstico disponível no Laboratório de Análises Clínicas do HVU-UFSM não é eficaz na detecção dos agentes causadores da piroplasmose, optou-se por implantar uma técnica molecular, mais sensível, com uma eficácia já comprovada em estudos científicos, mas que até o momento não era utilizada no labortário.

Neste estudo foi possível concluir que de fato a sensibilidade de dectação para Theileria equi aumentou de forma significativa, pois amostras que seriam dadas como negativas para a teileriose, utilizando o método de rotina do LACVET/UFSM, foram a partir de sua análise por PCR, positivadas.

As amostras foram oriundas de equinos de diversas regiões do estado e 36,8% destas apresentaram Theileria equi, sugerindo que o Rio Grande do Sul é um estado endêmico para a doença, embora mais amostras precisem ser analisadas para afirmar este fato.

Os resultados referentes à pesquisa para Babesia caballi necessitam de ajustes para publicação, pois apenas três amostras foram suspeitas de PCR postivo mostrando um arrasto no gel de agarose (Figura 3), no entanto a falta de uma banda nítida e bem definida sugere uma insepecificidade do primer utilizado para este agente. Allsopp e colaboradores(2007) relataram falta de especificiadade da sonda para B. caballi como ferramenta de diagnóstico da piroplasmose. Assim como diferentes estudos também relataram a baixa ocorrência da infecção por B. caballi (FRIEDHOFF, 1990, BASHIRUDDIN, 1999, GRANDI, 2011). Trabalho realizado por

Alhassan (2007) em avaliação de PCR multiplex relata a necessidade de uma parasitemia 100X maior para detecção de B. caballi do que T. equi.

Também, no histórico que acompanha as amostras, raramente eram citadas alterações clínicas que denotassem alguma patologia, demonstrando que os animais de uma forma geral eram portadores assintomáticos. Esses são considerados os

Figura 3- Gel de agarose mostrando produtos da amplificação para Babesia caballi.

animais mais importantes na epidemiologia da doença, uma vez que transmitem o agente aos vetores indiscriminadamente, pois não são tratados.

Os resultados desse estudo são importantes, pois, além de incrementar a capacidade de diagnóstico do LACVET/UFSM para teileriose equina, também, coloca os criadoeres em alerta para a circulação do agente no estado, e para as prováveis perdas silenciosas resultantes da doença não diagnosticada.

5 REFERÊNCIAS

AGUIRRE, D.H. et. al. Babesiosis clinica em equinos de Cerrilos, Salta, Argentina. Revista de investigaciones agropecuarias. V.33 n.3, p.123-133, 2004. ALHASSAN, A. et. al. Comparison of polymerase chain reaction methods for the

detection of Theileria equi infection using whole blood compared with pre- extracted DNA samples as PCR templates. Tropical Animal Health Production,

v.39, n.39, p.369–374, 2007.

ALLSOPP M.T.E.P., LEWIS B.D., PENZHORN B.L. Molecular evidence for of

Theileria equi from carrier mares to their apparently healthy foals. Veterinary

Parasitology. V.148, n.148, p.130-136, 2007. FONTE: Autores

AMBAWAT H. K., MALHORTA D. V., KUMAR S., DHAR S. Erythrocyte associated haemato-biochemical changes in Babesia equi infection experimental

lyproduced in donkeys. Veterinary Parasitology. v.85, n.85, p.319-324, 1999. BASHIRUDDIN J. B., CAMMÀ C., REBÊLO E., Molecular detection of Babesia

equi and Babesia caballi in horse blood by PCR amplification of part of the

16SrRNA gene. Veterinary Parasitology. v.84, n.84, p.75-83, 1999.

BALDANI, C. D. et. al. Um ensaio imunoenzimático para a detecção de anticorpos IgG contra Babesia equi em equinos. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.5, p.1525 - 1529, 2004.

BALDANI C.D., NAKAGHI A.C.H., MACHADO R.Z. Occurrence of Theileria equi in horses raised in the Jaboticabal microregion, São Paulo state, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. V.19 n.14, p.228-232, 2010.

BATTSETSEG, B. et. al. Detection of natural infection of Boophilus microplus with Babesia equi and Babesia caballi in Brazilian horses using nested

polymerase chain reaction. Veterinary Parasitology, v.107, n.4, p.351-357, 2002. BHOORA, R. et. al. Sequence heterogeneity in the 18S rRNA gene within

Theileria equi and Babesia caballi from horses in South Africa.Veterinary

Parasitology, v.159, p.112-120, 2009.

BIER M., FATH S., TSCHOCHNER H., The composition of the RNApolymerase I transcription machinery switches from initiation to elongation mode. FEBS Letters. V.564, n.1-2, p.41-46, 1989.

BÖSE, R. et. al. Current state and future trends in the diagnosis of babesiosis. Veterinary Parasitology. V.57, n.57, p.61-74, 1995.

BOTTEON P.T.L., BOTTEON R.C.C.M., REIS T.P., MASSARD C.L. Babesiose em cavalos atletas portadores. Ciência Rural. V.35 n.5, p.1136-1140, 2005.

BOTTEON, P.T.L. et. al. Soroprevalencia de Babesia equi em três diferentes sistemas de crianza de equinos. Rio de Janeiro-Brasil. Parasitologia

Latinoamericana. V.57 n.3-4, p.14-145, 2002.

CORRÊA R.R., RONCATI N.V., BONAGURA G., Estudo da eficácia terapêutica do dipropionato de imidocarb no tratamento da pirplasmose equina. A hora veterinária. V.24, n.144, p53-58, 2005.

CUNHA C.W., SILVA S.S., PIMENTEL C.A., DAPPER E. Avaliação da frequência de equinos soropositivos à Babesia equi no Joquei Clube de Pelotas e em dois haras da zona sul do Rio Grande do Sul, RS. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. V.5 n.2, p.119-122, 1996.

DE WAAL D.T., Equine piroplasmosis: a review. The British Veterinary Journal. V.6. n.148, p.6-14, 1992.

ESTRADA-PEÑA A., et al. Divergent environmental preferences and areas of sympatry of ticks species in the Amblyomma cajannense complex (Ixodidae). International Journal for Parasitology. V.44, n.14, p.1081-1089, 2014.

FARAH, A. W. et. al. Molecular detection of Babesia equi in infection and carrier horses by polymerase chain reaction. The Egyptian Journal of Immunology, v.10, n.2, p.73-79, 2003.

FARIAS N.A., Tristeza Parasitária Bovina. In: RIET-CORREA. F., SCHILD, A.L., MÉNDEZ, M.D.C., LEMOS, R.A.A. Doenças de Ruminantes e Equinos. São Paulo, Livraria Varela, 2ed., 287p, 2001.

FEIJÓ, L.S. et. al. Piroplasmose equina. Parte 1: Etiologia e aspectos

epidemiológicos (artigo de revisão). Revista Brasileira de Medicina Equina. V.48. p.26-29, 2013.

FERREIRA, A.W., Diagnóstico laboratorial. 1.ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 302p, 1996.

FORTES, E. Parasitologia veterinária. 3. ed. Rio Grande do Sul: Sulina, 1997. FRIEDHOFF K. T., TENTER A. M., MULLER I., Haemoparasites of equines: impact in international trade of horses. Revue Scientifique et Technique, v.9, n.4, p.1187-1194, 1990.

GRANDI, G. et. al. Prevalence of Theileria equi and Babesia caballi Infection in Horses from Northern Italy. Vector-Borne And Zoonotic Diseases, v.11, n.7, p.955- 956, 2011.

GUIMARÃES A.M., LIMA J.D., RIBEIRO M.F.B. Sporogony and experimental transmission of Babesia equi by Boophilus microplus. Parasitology Research. V.84 n.84, p.323-327, 1998.

HAILAT, N. Q., LAFI, S. Q., AL-DARRAJI, A. M., AL-ANI, F. K. Equine babesiosis associated with strenuous exercise: clinical and pathological studies in Jordan. Veterinary Parasitology. v.69, p.1-8, 1997.

JUNQUEIRA L.C.; CARNEIRO J. Biologia celular e molecular. 7.ed., Rio de Janeiro:Guanabara Koogan. 340p, 2000.

KERBER C.E., FERREIRA F., PEREIRA M.C. Control of equine piroplasmosis in Brazil. Onderstepoort Journal of Veterinary Research. V.66 n.2, p.123-127, 1999. KNOWLES D.Jr. Equine babesiosis (piroplasmosis): a problem in the international movement of horses. The British Veterinary Journal. V.152 n.123, p.123-126, 1996. LABRUNA, M.B. et. al. Risk fators to tick infestations and their occurrence on horses in the state of São Paulo, Brasil. Veterinary Parasitology. V.97 n.97, p.1- 14, 2001.

LEAL, D. C. et. al. Evaluation of PCR and multiplex PCR in relation to nested PCR for diagnosing Theileria equi. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.31, n.7, p.575-578, 2011.

MAIA L., DE SOUZA M.V., SALCEDO J.H.P. Babesiose equina em potro neonato. Revista Brasileira de Ciência Veterinária. V.13 n.1, 2006.

MARCOLONGO-PEREIRA, C. et. al. Doenças de equinos na região sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinaria Brasileira. V.34 n.3, p.205-210, 2014. MEHLHORN H., SCHEIN E. Redescription of Babesia equi (Laveran, 1901) as

Theileria equi (Mehlhorn & Schein, 1998). Parasitology Research, v.84, p.467-

475, 1998.

MONTEIRO S.G. Parasitologia na Medicina Veterinária. São Paulo:Rocca, 2010. NANTES J.H., ZAPPA V., Nutaliose- Revisao de Literatura. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária, ISSN: 1679-7353, n.10, 2008.

NICOLAIEWSKY, T. B. et. al. Detection of Babesia equi (Laveran, 1901) by nested polymerase chain reaction. Veterinary Parasitology, v.101, p.9-21, 2001. NIZOLI L.Q., Alterações hematológicas e humorais de equinos expostos à infecção por Babesia equi, na região sul do Rio Grande do Sul. Pelotas, Universidade Federal de Pelotas. 2005. 39p. (dissertação de mestrado) Mestrado em Sanidade Animal, UFPel, 2005.

OLIVEIRA R. A, BORGES L. M. F., Biologia e controle de carrapatos em equinos no Brasil. Disponível em:

http://www.abqm.com.br/2015/index.php?option=com_content&view=article&id=2952 &catid=39&Itemid=124 Acesso em: jun, 2016.

O’DWYER, L.H. Piroplasmasida – Babesia spp. In: MONTEIRO, S.G. Parasitologia na Medicina Veterinária. São Paulo:Rocca, 2010.

OGUNREMI, O. et. al. Accuracy of an indirect fluorescent-antibody test and of a complement-fixation test for the diagnosis of Babesia caballi in field samples from horses. Preventive Veterinary Medicine, v.1, n.83, p.41-51, 2008.

OIE - Office International des Epizooties. Manual of diagnostic tests and vaccines for

terrestrial animals. Chapter 2.5.6. Equine Piroplasmosis.; 5th ed. 2004. Disponível em: http://www.oie.int/eng/normes/manual/A_00084.htm> Acesso em: abr, 2016. QABLAN, M. A. et. al. Infections by Babesia caballi and Theileria equi in Jordanian equids: epidemiology and genetic diversity. Parasitology, V.140, p.1096–1103, 2013.

RAMPERSAD, J. et. al. A field evaluation of PCR for the routine detection of

RONCATI N. V., Ocorrência de Theileria equi congênita em potros Puro Sangue Lusitano no Brasil, diagnosticada através da técnica de RT-PCR.. Tese

Doutorado – Programa de Pós Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo. 69p 2006.

ROTHSCHILD, C.M., KNOWLES D.P., Equine Piroplasmosis: Chapter 60, Veterian Key, Fastest Veterinary Medicine Insight Engine. Acesso em 11 de dezembro de 2017: https://veteriankey.com/equine-piroplasmosis/#f1

SALIM, B.O.M. et. al. Diagnosis of Babesia caballi and Theileria equi infections in horses in Sudan using ELISA and PCR. Parasitology Research. V.103 n.1145, 2008.

SCHEIN E., Equine babesiosis. In: Ristic M (ed) babesiosis of domestic animals and man. CRC. Boca Raton, 1988.

THOMASSIAN A., Enfermidade dos cavalos. 4. ed., São Paulo: Varela, 2005. TORRES, A. L. J. et. al. Aspectos epidemiológicos da Theileriose equina e sua relação com o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus em duas

propriedades na região da campanha do Rio Grande do Sul – Brasil. Ibero Latinoamerican Parasitology. n.71, p.70-77, 2012.

UILENBERG, G. Babesia—A historical over view. Veterinary Parasitology, v.138, p.3–10, 2006.

ZOOBA, R. et. al. Clinical and Laboratory Findings in Equine Piroplasmosis. Journal of Equine Veterinary Science, v.28, n.5, p.301-308, 2008.

.

Documentos relacionados