• Nenhum resultado encontrado

TABELA 13 HL e calibrações propostas

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a primeira parte deste artigo, dentre os trabalhos nacionais existentes levantados, nenhum desenvolve modelagem própria e em situações urbanas reais para avaliação efetiva da ambiência térmica sob a perspectiva do usuário. As contribuições mais efetivas dizem respeito a calibrações ou novas interpretações para modelos preexistentes, sendo que os resultados encontrados são dificilmente extrapolados para outras situações, conforme verificado na segunda parte deste artigo, acerca de levantamentos empíricos e calibrações específicas realizadas para a cidade de São Paulo.

Como resultado final, correlacionando-se as variáveis ambientais das setenta e duas situações levantadas e o valor médio de percepção de sensação térmica verificado em cada uma delas (tendo como base os resultados dos 1750 questionários aplicados), tem-se, para pessoas em pé e paradas, com vestimentas escolhidas por elas próprias, a proposição da equação seguinte, onde TEP = temperatura equivalente percebida:

TEP = -3,777 + 0,4828 • tar + 0,5172 • trm + 0,0802 • ur - 2,322 • var (4)

A equação encontrada apresenta r= "0,93" (p<0,01) e 92% de acertos preditivos, ou seja, resultados mais significativos do que os modelos originais ou calibrados apresentados anteriormente.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 . Em resumo, a temperatura equivalente percebida de um dado ambiente pode ser sucintamente definida como uma escala de sensação térmica que apresenta valores numericamente iguais aos da temperatura do ar de um ambiente de referência (tar= "trm," ur= "50%" e var= "0") em que se verifica o mesmo valor médio de percepção de sensação térmica que no ambiente em questão.

Ressalta-se que a equação foi obtida a partir de dados compreendidos em determinadas situações ambientais e que a utilização em outras situações depende da verificação de correlação de resultados de possíveis extrapolações com dados observados. Os limites verificados no levantamento de variáveis ambientais são os mais abrangentes apresentados na tabela 15.

Assim, a continuação do tratamento dos dados empíricos, levantados nas situações descritas neste artigo, levou a regressões numéricas estatísticas propondo-se modelos preditivos de conforto térmico com a consideração específica de variáveis ambientais (MONTEIRO e ALUCCI, 2009a), e ainda de variáveis individuais taxa metabólica e isolamento térmico da roupa (MONTEIRO e ALUCCI, 2009b) e outras variáveis (MONTEIRO e ALUCCI (2009c). Esses trabalhos estão no prelo e apresentarão a descrição detalhada dos resultados alcançados.

Finalmente, novos levantamentos, em situações urbanas reais em diferentes localidades da cidade de São Paulo, estão sendo realizados pelos autores a fim de verificar os resultados até então encontrados e ampliar a variedade de situações levantadas. Estabelece-se assim uma base empírica mais significativa e ainda se possibilita melhor interpretação cruzada dos dados obtidos com diferentes pesquisas realizadas em outras regiões do país, contribuindo para o mapeamento das relações entre microclimas e usuários, em termos de domínios climáticos e de diferenças culturais.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 .

REFERÊNCIAS

ALUCCI, M.; MONTEIRO, L. Outdoor thermal comfort in the tropics: a computational model to assess urban spaces. In: CUPUM, Iguassu Falls, 2007. Proceedings… 2007.

______. Modelagem termofisiológica para avaliação de espaços sombreados por membranas têxteis. In: VI NUTAU, 2006, São Paulo. Anais... São Paulo: Nutau, 2006.

______. Estresse térmico dos usuários em espaços externos. In: V NUTAU, 2004, São Paulo. Anais... São Paulo: Nutau, 2004

AMEUR, K. Validation of a thermal comfort index for public outspaces. In: V ENCAC, 1999, Fortaleza. Anais... Fortaleza: Antac, 1999.

ANANIAN, P. et al. Avaliação quanto ao desempenho térmico de equipamento urbano no calçadão de Bauru. In: VIII ENCAC, 2005, Maceió.Anais… Macéio: Antac, 2005.

ARAÚJO, B.; CARAM, R. Análise ambiental: estudo bioclimático urbano em centro histórico. In: X Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído, 2004, São Paulo. Anais... São Paulo: Antac, 2004.

AROZTEGUI, M. Cuantificacion del impacto de las sombras de los edifícios. In: III ENCAC, 1995, Gramado.Anais… Rio Grande do Sul: Antac, 1995.

BELDING, H. S.; HATCH, T. F. Index for evaluating heat stress in terms of resulting physiological strain. Heating, Piping, Air Conditioning, 27, p.129-142, 1955.

BLAZEJCZYK, Krysztof. Climatological-and-physiological model of the human heat balance outdoor and its applications in bioclimatological studies in different scales.

Zeszyty IGiPZ PAN, 28, p.27-58, 1996.

BLUESTEIN, M.; OSCZEVSKI, R. Wind chill and the development of frostbite in the face. Preprints, 15th Conference on Biometeorology and Aerobiology, p. 168-171. Kansas City: Amerrican Meteorological Society, 2002.

BORGES, M.; LABAKI, L. Conforto térmico em espaços externos: preferência dos usuários e índices de conforto. In: V COTEDI, Ciudad de México, 2006. Memorias... UAM, 2006

BRANDÃO, Rafael Silva. Acesso ao sol e à luz natural: Avaliação do impacto de novas edificações no desempenho térmico, luminoso e energético no seu entorno. 2004. Dissertação (Mestrado) FAUUSP, 2004.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 . BROWN, Robert D.; GILLESPIE, Terry J. Microclimatic landscape design: creating thermal comfort and energy efficiency. New York: John Wiley e Sons, 1995.

COSTA, A.; ARAÚJO, V. Contribuição para a definição de faixas-limite de conforto térmico para ambientes externos. In: XI ENTAC, 2006, Florianópolis. Anais... Antac, 2006.

______. A perspectiva do usuário sobre o conforto térmico em espaços abertos. In: V NUTAU, 2004, São Paulo. Anais... Nutau, 2004.

______. Estudo do conforto térmico em ambientes externos: o caso de Petrópolis em Natal/RN. In: VII ENCAC, 2003, Curitiba. Anais... Antac, 2003.

______. Em busca da sustentabildiade para espaços urbanos. In: IV NUTAU, 2002, São Paulo. Anais...Nutau, 2002.

DE DEAR, Richard; BRAGER, G.; COOPER, D. Developing an adaptive model of

thermal comfort and preference. Final Report, ASHRAE RP-884, Macquire

University, 1997.

DOMINGUEZ; et al . Control climatico en espacios abiertos : evaluacion del proyecto Expo'92. Sevilla: Universidad de Sevilla, 1992.

FANGER, P.O. Thermal comfort, analysis and application in environmental

engineering. New York: McGraw Hill, 1972.

GAGGE, A. P.; STOLWIJK, J. A. J.; HARDY, J. D. Comfort and thermal sensations and associated physiological responses at various ambient temperatures. Environ.

Res., 1, p. 1-20, 1967.

GIVONI, Baruch. Man, climate and architecture. New York: John Wiley e Sons, 1969.

GIVONI, Baruch; NOGUCHI, Mikiko. Issues in outdoor comfort research. In: Passive And Low Energy Architecture, 17, 2000, Cambridge. Proceedings... p. 562-565. London: James & James, 2000.

GONÇALVES, Joana C. S. A sustentabilidade de edifícios altos: uma nova geração

de edifícios altos e sua inserção urbana. 2003. Tese (Doutorado) FAUUSP, São

Paulo, 2003.

GOULART, S., LAMBERTS, R., FIRMINO, S. Dados climáticos para projeto e

avaliação energética de edificações para 14 cidades brasileiras. Florianópolis:

UFSC, 1997.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 . HÖPPE, Peter R. Different aspects of assessing indoor and outdoor thermal comfort. Energy and Buildings, 34, 6, p. 661-665, 2002.

______.The physiological equivalent temperature: a universal index for the biometeorological assessment of the thermal environment. International Journal of

Biometeorology, 43, p.71-75, 1999.

HOUGHTEN, F.C.;YAGLOU, C.P. Determining lines of equal comfort. ASHVE

Transactions, 29, 1923.

HUMPHREYS, Michael A. Field studies of thermal comfort compared and applied.

BRE Current Paper, 75/76, London, UK, 1975.

ISO (International Organization Standardization). ISO 9886. Ergonomics: Evaluation of thermal strain by physiological measurements. Genève: ISO, 2004.

______. ISO 7726. Ergonomics of the thermal environment: instruments for measuring physical quantities. Genève: ISO, 1998.

______. ISO 9920. Ergonomics of the thermal environment: estimation of the thermal insulation and evaporative resistance of a clothing ensemble. Genève: ISO, 1995.

______. ISO 10551. Ergonomics of the thermal environment: assessment of the influence of the thermal environment using subjective judgement scales. Genève: ISO, 1995.

______. ISO 7730. Moderate thermal environments: determination of the PMV and PPD indices and specification of the conditions for thermal comfort. Genève: ISO, 1994.

______. ISO 8996. Ergonomics: determination of metabolic heat production. Genève: ISO, 1990.

______. ISO 7933. Hot environments: analytical determination and interpretation of thermal stress using calculation of required sweat rate. Genève: ISO, 1989.

______. ISO 7243. Hot environments: estimation of the heat stress on working man, based on the WBGT-index (wet bulb globe temperature). Genève: ISO, 1989.

JENDRITZKY, Gerd. Perceived temperature : “Klima-Michel-model“. In: The Development of Heat Stress Watch Warning Systems for European Cities.Freiburg May 3, 2003. Presentations of Conference The Development…, Friburgo, 2003.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 . JENDRITZKY, Gerd et al. Klimatologische Probleme — ein einfaches Verfahren zur Vorhersage der Wärmebelastung, in Zeitschrift für angewandte Bäder und

Klimaheilkunde. Freiburg, 1979.

KATZSCHNER, L. The contribution of urban climate studies to a new urbanity. In: VIII ENCAC, 2005, Maceió. Anais... Antac, 2005.

KATZSCHNER, L. et al . Urban climate study of Salvador: thermal comfort pattern. In: V ENCAC, 1999, Fortaleza. Anais... Antac, 1999.

LOIS, E.; LABAKI, L. Conforto térmico em espaços externos: uma revisão. In: VI ENCAC, 2001, São Pedro. Anais... Antac, 2001.

LABAKI, L; SANTOS, R. Um método para medir a sombra. Pesquisa FAPESP, 61, janeiro e fevereiro, 2001.

MASTERTON, J. M.; RICHARDSON, F. A. Humidex: a method of quantifying

human discomfort due to excessive heat and humidity. Environment Canada, CLI 1-

79. Ontario, Downsview: Atmospheric Environment Service, 1979.

MCARIEL, B.; et al. The prediction of the physiological effect of warm and hot environments, Med. Res. Council, 47, London, 1947.

MENDONÇA, R.; ASSIS, E. Conforto térmico urbano. Estudo de caso do Bairro Floresta, Belo Horizonte. . In: VI ENCAC, 2001, São Pedro. Anais... Antac, 2001.

______. Conforto térmico urbano. Estudo de caso do Bairro Floresta, Belo Horizonte. Ambiente Construído,p.45-63. Porto Alegre: ANTAC, 2003.

MISSENARD, A. Equivalences thermiques des ambiences; equivalences de passage; equivalence de sejour. Chaleur et Industrie, 1948.

MONTEIRO, L. Modelos preditivos de conforto térmico: quantificação de relações entre variáveis microclimáticas e de sensação térmica para avaliação e projeto de espaços abertos. Tese (Doutorado). São Paulo, FAUUSP, 2008.

MONTEIRO, L.; ALUCCI, M. Procedimentos para quantificação de variáveis para análise termo-fisiológica em espaços abertos. In: VIII ENCAC, 2005, Maceió.

Anais... Antac, 2005.

______. Índices de conforto térmico. Parte 1 e 2. In: VIII ENCAC, 2005, Maceió.

Anais... Antac, 2005a e 2005b.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 . ______. Verificação comparativa experimental da aplicabilidade de diferentes modelos preditivos de conforto térmico em ambientes externos. In: XI ENTAC, 2006, Florianópolis. Anais... Antac, 2006a.

______. Proposta de calibração de modelos preditivos para avaliação térmica de conforto em espaços externos na cidade de São Paulo. In: VI NUTAU, 2006, São Paulo. Anais... Nutau, 2006b.

______. Conforto térmico em espaços abertos com diferentes abrangências microclimáticas. Parte 1 e 2. In: VIIII ENCAC, 2007, Ouro Preto. Anais... Antac, 2007a, 2007b.

______. Questões teóricas de conforto térmico em espaços abertos: consideração histórica, discussão do estado da arte e proposição de classificação de modelos.

Ambiente Construído, 7, 3, p. 43-58, 2007c.

______. Conforto térmico em espaços abertos. Parte 1, 2 e 3. In: VIIII ENCAC, 2009, Natal. Anais... Antac, 2009a, 2009b, 2009c. (no prelo)

NIKOLOPOULOU, Marialena (org). Designing Open Spaces in the Urban

Environment: a Bioclimatic Approach. Atenas: CRES, 2004.

PICKUP, Janelle; DE DEAR, Richard. An outdoor thermal comfort index: the model and its assumptions. In: ICUC, 15, 1999, Sydney. Selected Papers from the

Conference... p. 279-284. Geneva: World Meteorological Organization, 2000.

SILVA, C; CORBELLA, O. Conforto ambiental urbano — apropriação e análise de dados microclimáticos. In: X ENTAC, 2004, São Paulo. Anais... Antac, 2004.

SIPLE, P. A.; PASSEL, C. F. Measurements of dry atmospheric cooling in

subfreezing temperatures. Proceedings of the American Philosophical Society, 89 (1), p.177-199, 1945.

SPANGENBERG, Jörg. Improvement of urban microclimate in tropical metropolis - A case study Maracanã. Rio de Janeiro, 2004. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Rio de Janeiro, 2004.

TORRES, S.; Barbirato, G. Qualidade bioclimática de espaços públicos urbanos: um estudo de caso em conjuntos habitacionais de Maceió — AL. In: NUTAU, 2004, São Paulo. Anais...Nutau, 2004.

VERNON, H. M.; WARNER, C. G. The influence of the humidity of the air on capacity for work at high temperatures. J. Hyg., v.32, p.431-462, 1932.

F O R U M P A T R I M Ô N I O : a m b . c o n s t r . e p a t r . s u s t . B e l o H o r i z o n t e , v . 4 , n . 1 , j a n . / j u n . 2 0 1 0 . WEBB, C. Thermal discomfort in an equatorial climate. A monogram for the equatorial comfort index. Journal of the IHVE, 27, p.10, 1960.

YAGLOU, C. P.; MINARD, D. Control of heat casualties at military training centers. A.M.A. Archives of Industrial Health, 16, p. 302-16, 2001.

AGRADECIMENTO

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro.

Documentos relacionados