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A administração pública tem caminhado em relação a produção de políticas públicas que atendam às necessidades da população quilombola no sentido de garantir a posse da terra, enquanto um direito constitucional.

Mas, torna-se legítimo destacar a importância da transparência e disponibilização de informações contextualizas que apresente a situação atual das comunidades quilombolas na Paraíba, sobretudo em função das discussões que cercam todo o processo de titulação e posse das terras quilombolas.

Criar políticas públicas e sociais que possibilitem uma melhoria na qualidade de vida é dever do Estado brasileiro que, desde a Constituição Cidadã de 1988, se considera enquanto uma Sociedade de Bem-Estar Social.

Salienta-se que, com esta pesquisa, objetivou-se apresentar uma reflexão crítica sobre as políticas para os quilombolas desenvolvidas na Paraíba, como também apresentar o conjunto de legislações e órgãos do estado que trabalham com a temática quilombola e a atuação das associações que se dedicam a luta para efetivação de seus direitos.

Visto que o trabalho situa-se no campo de uma investigação através do levantamento bibliográfico que envolveu a pesquisa em arquivos digitais, livros e sites, além de produções sobre quilombos da Paraíba, se percebeu que por uma feliz coincidência foi lançado no livro de Banal e Fortes (2013) que de maneira clara e objetiva traça os dados e os caminhos do ponto de vista da revisão de literatura e da antropologia, sugere-se com isso, continuar o trabalho através de uma posterior pesquisa in loco possibilitará identificar ao alcance as políticas públicas em cada uma das 39 comunidades identificadas.

Assim, percebe-se a emergência da pesquisa sobre as nuances das políticas públicas para as comunidades quilombolas da Paraíba no sentido de elencar as ações afirmativas, parcerias e lacunas para a garantia dos direitos quilombolas, como também de outros agentes que fazem da informação um caminho de reconstrução da imagem como ser social cônscio de seus direitos e deveres.

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Vislumbra-se, ainda, dirigir novos olhares e criar novas possibilidades de pesquisas científicas na área da administração e gestão pública, numa linha social que pretende quebrar preconceitos sociais, mostrando para nossa área o quão importante é, nos termos metodológicos e informacionais, o tratamento documental em associações, comunidades, grupos sociais organizados, ONGs, entre outros, contribuindo, portanto, para além dos aspectos técnicos, repensar o processo de se fazer pesquisa e ciência no país uma vez que as discussões, as reflexões e os trabalhos prático e teóricos relacionados à importância das políticas públicas para as comunidades quilombolas na Paraíba, ainda aparecem, no meio acadêmico de forma tímida e limitada.

As questões sobre direitos humanos e sociais conduzem a um “novo” pensar da Gestão Pública, que visem além de criar as políticas públicas, analisá-las, além de criar uma literatura na área que permitam estudos mais aprofundados do desempenho do Estado brasileiro na qualidade de tais políticas. Para isso, é premente romper barreiras e quebrar paradigmas sociais e culturais sobre a pluralidade de conhecimento e de saber.

Enfim, trata-se de pensar a gestão pública em dois momentos: cumprindo o papel técnico de organizar a informação, de modo que traduza a dinâmica da sociedade na evolução e construção de políticas que atendam as necessidades de todos os segmentos sociais, para que a informação organizada seja traduzida em um capital simbólico, capaz de subverter as ordens institucionalizadas e legitimando sua função social, e sobretudo, dando uma resposta positiva em relação ao alcanço da versada Sociedade do Bem-Estar Social.

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