• Nenhum resultado encontrado

Este estudo detectou que as dietas hospitalares servidas estão inadequadas em relação às recomendações nutricionais para vários minerais. Algumas medidas poderão ser adotadas para que o teor de minerais ofertados atenda as DRIs para todos os pacientes hospitalizados que consomem as dietas orais.

A colação, por ser a refeição que contribuiu com teores insignificantes de minerais, poderia ser modificada para melhorar a oferta desses elementos deficitários. A substituição do suco artificial por suco natural, que contém vários nutrientes, ou mesmo a inclusão do CAO substituindo esta refeição, representam alternativas para adequar o teor dos minerais ao recomendado.

Controlar o teor do Na nas dietas também se mostrou ser necessário. Este poderia ser realizado mediante avaliação do consumo do cloreto de sódio (NaCl) utilizado na cozinha dietética, ou mesmo buscando parceria com laboratórios para a quantificação química ou ainda, como alternativa, buscar estimar seu teor através dos rótulos dos alimentos usados no preparo das dietas.

Poderia também ser inserida uma tabela de controle de utilização do sal (NaCl) na cozinha dietética, de forma semelhante à realizada no controle de temperatura das dietas, solicitando aos cozinheiros que se registre a massa de sal utilizada em cada preparação. Uma outra opção que poderia ser avaliada seria a substituição total ou parcial do cloreto de sódio pelo cloreto de potássio nas receitas culinárias.

102 Treinamento com os cozinheiros, buscando informar os riscos do excesso de Na nas dietas, quanto Na as dietas da instituição têm veiculado e o papel do cozinheiro no cuidado com o preparo adequado das dietas, poderia ser de grande valia para atender à meta nutricional.

Cuidado especial também deve ser dado ao conteúdo de Fe nas dietas destinadas às mulheres adultas, pois este esteve inadequado em todas as dietas e meses de coleta para este grupo populacional. Poderia ser implementada uma suplementação específica para essas mulheres a fim de adequar o teor veiculado nas dietas às recomendações nutricionais de ferro para este grupo.

O CAO que continha módulo de proteínas contribuiu significativamente para adequação de vários minerais, indicando ser uma medida potencial para melhoria na oferta de minerais. A inclusão permanente desses módulos na composição dos CAO deveria ser estuda e adotada, especialmente para os pacientes mais debilitados nutricionalmente.

103

Referências

1. Godoy AM, Lopes DA, Garcia RWD. Transformações socioculturais da alimentação hospitalar. Hist Ciênc Saúde 2007; 14:1197-215. 2. Demário RL, Sousa AA, Salles RK. Comida de hospital:

percepções de pacientes em um hospital público com proposta de atendimento humanizado. Ciênc Saude Colet 2010; 15:1275 -1282. 3. Mazzini I. A alimentação e a medicina no mundo antigo. In: FlandrinJl,Montanari M, editores. História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade; 1998.

4. Thibault R, Chikhi M, Clerc A, Darmon P, Chopard P, Genton L et al. Assessment of food intake in hospitalised patients: A 10 -year comparative study of a prospective hospital survey. Clin Nutr 2011; 30:289-96.

5. Stanga Z, Zurfluh Y, Roselli M, Sterchi AB, Tanner B, Knecht G. Hospital food: a survey of patients’ perceptions. Clin Nutr 2003; 23:241–6.

6. Garcia RWD. A dieta hospitalar na perspectiva dos sujeitos envolvidos em sua produção e em seu planejamento. Rev Nutr 2006; 19:129-44.

7. Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MITD.Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients. Nutrition 2001; 17:573-80.

8. Correia MITD, Campos ACL. Prevalence of Hospital Malnutrition in Latin America: The Multicenter ELAN Study. Nutrition 2003; 19:823-5.

104 9. Elia M. Nutrition, hospital food and in-hospital mortality. Clin Nutr

2009; 28:481-3.

10. Nonino-Borges CB, Rabito EI, Silva K, Ferraz CA, Chiarello PG, Santos JS, et al. Desperdício de alimentos intra-hospitalar. Rev Nutr 2006; 19:349-56.

11. Sousa AA, Proença RPC. Tecnologias de gestão dos cuidados nutricionais:recomendações para qualificação do atendimento nas unidades de alimentação e nutrição hospitalares. Rev Nutr 2004; 17:425-36.

12. Hiesmayr M, Schindler K, Pernicka E, Schuh C, Schoeniger - Hekele A, Bauer P, et al. Decreased food intake is a risk factor for mortality in hospitalized patients: the Nutrition Day Survey 200 6. Clin Nutr 2009; 28:484-91.

13. Kennedy JF, Nightingale JMD. Cost savings of an adult hospital nutrition support team. Nutrition 2005; 21:1127-33.

14. Dupertuis YM, Kossovsky MP,Kyle WUG, Raguso CA, Genton L, Pichard C. Food intake in 1707 hospitalised patient s: a prospective comprehensive hospital survey. Clin Nutr 2003; 22:115–23.

15. Sonnino R, McWilliam S. Food waste, catering practices and public procurement: A case study of hospital food systems in Wales. Food Policy 2011; 36:823–9.

16. Messias GM, Pereira FMP, Souza MVM. Benefícios da gastronomia hospitalar na alimentação do paciente idoso. Rev Eletr Novo Enfoque 2011; 12:23–31.

105 17. Sousa CL, Campos GD. Condições higiênico-sanitárias de uma

dieta hospitalar. Rev Nutr 2003; 16:127-34.

18. Caruso L, Simony RF, Silva ALND. Dietas hospitalares: Uma abordagem na prática clínica. São Paulo: Atheneu; 2004.

19. Moreno C, García MJ, Martinez C, Grupo GEAM. Análisis de situación y adecuación de dietas para disfagia en un hospital provincial. Nutr Hosp 2006; 21:26-31.

20. Garcia RWD, Padilha M, Sanches M. Alimentação hospitalar: proposições de qualificação do Serviço de Alimentação e Nutrição, avaliados pela comunidade científica. Ciênc Saude Colet 2012; 17:473-480.

21. Institute of Medicine. Dietary reference intakes: applications in dietary assessment. Washington (DC): National Academy Press; 2000.

22. Stumbo PJ, Murphy SP. Simple plots tell a complex story: using the EAR, RDA, AI and UL to evaluate nutrient intakes. J Food Compos Anal 2004; 17:485-92.

23. Amaya-Farfan J, Domene SMA, Padovani RM. DRI: Síntese comentada das novas propostas sobre recomendações nutricionais para antioxidantes. Rev Nutr 2000; 14:71-8.

24. Institute of Medicine. Dietary reference intakes: applications in dietary planning. Washington (DC): National Academy Press; 2003. 25. Padovani RM, Amaya-Farfán J, Colugnati FAB, Domene SMA.

Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev Nutr 2006; 19:741-60.

106 26. International Life Sciences Institute do Brasil. Usos e aplicações das dietary reference intakes - DRI. ILSI/SBAN: São Paulo; 2001. 27. Institute of Medicine. Dietary reference intakes: the essential

guide to nutrient requirements. Washington (DC): National Academy Press; 2006.

28. Travis K A , Hauchecorne CM, Fellers RB. Should hospital diets meet the dietary guidelines for healthy persons? J Am Diet Assoc 1998; 98:1400-2.

29. Singer AJ, Werther K, Nestle M. Improvements are needed in hospital diets to meet dietary guidelines for health promotion and disease prevention. J Am Diet Assoc 1998; 98:639-641.

30. Cukier C, Magnoni D, Rodrigues AB. Micronutrientes, Vitaminas e Sais Minerais. In: Magnoni D, Cukier C.editores Perguntas e respostas em nutrição clínica. 2ed. São Paulo: Roca; 2004. p. 43 - 54.

31. Castro-González MI, Méndez-Armentab M. Heavy metals: Implications associated to fish consumption. Environ Toxicol Pharmacol 2008; 26:2630-71.

32. Rosado GP, Rosado LEFPL. Minerais. In: Teixeira -Neto F, editor. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.

33. Huskisson H, Maggini S, Ruf M. The role of vitamins and m inerals in energy metabolismo and well-being. J Int Med Res 2007; 35:277-89.

107 34. Gallagher ML. Os nutrientes e seu metabolismo. In: Mahan LK, Escott-Stump S. editores. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2010.

35. Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes: Recommended Intakes for Individuals, Washington, DC: National Academy Press,

2004. Acesso em 06/09/2011. Available from:

http://iom.edu/en/Global/News%20Announcements/~/media/Files/A

ctivity%20Files/Nutrition/DRIs/DRISummaryListing2.ashx.

36. Shills MES, Ross AC, Caballero B, Cousins RJ. editores. Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 10ed. Barueri-SP: Manole; 2009. 37. Dutra-de-Oliveira JE, Marchuni JS. Macrominerais. In: Dutra-de-

Oliveira JE, Marchuni JS. Editores. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier, 1998.

38. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Versão II. Campinas, SP: NEPA-UNICAMP; 2006.

39. United States Department of Agriculture (USDA). National nutrient database for standard reference. Estados Unidos da América. Acesso em 15 de julho de 2011. Disponível em: http://www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp/search/.

40. Olmos RD, Benseñor IM. Dietas e hipertensão arterial: Intersalt e estudo DASH. Rev Bras Hipertens 2001, 8:221-24.

41. Sarno F, Claro RM, Levy RB, Bandoni DH, Ferreira SRG, Monteiro CA. Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003. Rev Saúde Publica 2009; 43:219-25.

108 42. Noel L, Leblanc JC, Guerin T. Determination of several elements in duplicate meals from catering establishments using MO with ICP-MS detection: estimation of daily dietary intake. Food Addit Contam 2003, 20:44-56.

43. Moreira DCF, Sá JSM, Cerqueira IB, Oliveira APF, Morgano MA, Amaya-Farfan J, Quintaes KD. Mineral inadequacy of oral diets offered to patients in a Brazilian hospital. Nutr Hosp 2012; 27:288- 297.

44. Pokorn D, Stibilj V, Gregoric B, Dermelj M, Stupar J. Elemental composition (Ca, Mg, Mn, Cu, Cr, Zn, Se, and I) of daily diet samples from some old people’s homes in Slovenia. J Food Compos Anal 1998; 11:47–53.

45. Passos JP, Ferreira KS. Caracterização de uma instituição de longa permanência para idosos e avaliação da qualidade nutricional da dieta oferecida. Alim Nutr 2010; 21:241-49.

46. Cozzolino SMF. Deficiencias de minerais. Estud Av 2007; 21:119 - 26.

47. Association of Official Analytical Chemists. Official method of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 18 ed. Gaithersburg: AOAC International; 2005. p.15-8

48. Morgano MA, Queiroz SCN, Ferreira MC. Determinação dos teores de minerais em sucos de frutas por espectrometria de emissão óptica em plasma indutivamente acoplado (ICP OES). Ciênc Tecnol Aliment 1999; 19:344-8.

109 49. Olson OE, Palmer IS, Cary E. Modification of the official fluorimetric method for selenium in plants. J Assoc Off. Ana Chem 1975; 58:117-21.

50. Levine DM, Berenson ML, Stephan D. Estatística: teoria e aplicações. São Paulo: LTC; 2000.

51. Noel L, Leblanc JC, Guerin T. Determination of several elements in duplicate meals from catering establishments using MO with ICP-MS detection: estimation of daily dietary intake. Food Addit Contam 2003, 20:44-56.

52. Pokorn D, Stibilj V, Gregoric B, Dermelj M, Stupar J. Elemental composition (Ca, Mg, Mn, Cu, Cr, Zn, Se, and I) of daily diet samples from some old people’s homes in Slovenia. J Food Compos Anal 1998; 11:47–53.

53. Passos JP, Ferreira KS. Caracterização de uma instituição de longa permanência para idosos e avaliação da qualidade nutricional da dieta oferecida. Alim Nutr 2010; 21:241 -49.

54. Velasco-Ryenold C, Navarro-Alarcon M, De La Serrana HL, Perez- Valero V, Lopez-Martinez MC. Total and dialyzable levels of manganese from duplicate meals and influence of other nutrients: Estimation of daily dietary intake. Food Chem 2008; 109:113–21. 55. Peterson SJ, Tsai AA, Scala CM, Sowa DC, Sheean PM,

Braunschweig CL. Adequacy of oral intake in critically ill patients 1 week after extubation. J Am Diet Assoc 2010; 110:427-33

56. Food intake in 1707 hospitalised patients: a prospective comprehensive hospital survey. Clin Nutr 2003; 22:115–23.

110 57. American Dietetic Association (ADA). Position of the American Dietetic Association: Fortification and Nutritional Supplements. J Am Diet Assoc 2005; 105:1300-11.

58. Berg GVD, Lindeboom R, Zwet WVD. The effectiveness of oral nutrition supplementation during medical rounds in the hospital: a randomized controlled trial. Clin Nutr Suppl 2011; 6:89-90.

111

Apêndice

Artigo publicado no periódico Nutrición Hospitalaria intitulado:

“Mineral inadequacy of oral diets offered to patients in a

Brazilian hospital

D. C. F. Moreira1, J. S. M. de Sa1, I. B. Cerqueira2, A. P. F. Oliveira2, M. A.Morgano2, J. Amaya-Farfan3 and K. D. Quintaes1

1Ouro Preto Federal University (UFOP). School of Nutrition. Ouro Preto. Minas Gerais. Brazil. 2Institute of Food

Technology (ITAL). Center of Foods Science and Quality. Campinas. Sao Paulo Brazil. 3University of Campinas. School

of Food Engineering. Food & Nutrition Department and Center for Food Security Studies. Campinas. SP. Brazil.

Documentos relacionados