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Na sociedade civil, todos os cidadãos são livres, mas, muitas vezes, ocorrem delitos, infrações às leis existentes, motivados por inveja, ódio, não reconhecimento, traição, ou até como meio para satisfazer as suas carências de uma forma mais imediata. Isso acaba violando as regras e normas de uma sociedade. Diante disso, a Administração da Justiça, visando a diminuir tais práticas, propõe-se a regular a vida dos cidadãos para dar a maior estabilidade à vida em sociedade e aos seus cidadãos de forma que tais infrações não venham a ocorrer. Criam-se leis e normas para que os cidadãos as sigam e não ultrapassem os limites da liberdade de outros cidadãos.

A Administração da Justiça, entretanto, ainda é limitada por depender de um Estado maior e forte que proponha leis e façam que elas entrem em vigor na sociedade. Essas leis nem sempre são eficazes, e, outras vezes, não são dadas de um modo compreensível à sociedade. A Família também é responsável por formar o cidadão da sociedade, pois é ela que transmite costumes; é nela que os primeiros castigos ocorrem para ensinar o limite que se deve ter em sociedade.

Na sociedade, após os filhos serem educados pelos seus pais, eles serão reconhecidos pelas corporações, consideradas como extensão de sua família e, a partir disso, formarão suas novas famílias. É na sociedade que se convive e se demonstram as qualidades adquiridas na educação, mas muitos cidadãos não se sentem satisfeitos ou reconhecidos no que fazem e cometem atos ilícitos a outros membros que convivem com eles, ameaçando a todos pelo seu comportamento e pelo desrespeito às normas de sua convivência.

As leis que o direito dá provêm da história e do convívio de um povo, são formadas na cultura de uma sociedade e, por esse motivo, mesmo que as leis sejam para esclarecimento de algumas sociedades, elas nem sempre são reconhecidas por elas ou pelas mais tradicionais, pois, muitas vezes, a sua cultura ainda não alcançou o mesmo nível de esclarecimento de outras comunidades..

O que Hegel propõe em sua teoria filosófica é que todos os cidadãos da sociedade conheçam suas leis e assim possam ter uma convivência pacífica com os demais cidadãos. Por isso, na presente dissertação, foram apontadas muitas criticas as leis dadas em línguas e costumes que não convêm a uma determinada sociedade e Estado. Os cidadãos têm, entretanto, liberdade de burlar leis que não se adequam à sua cultura e convívio. Considerando que as leis são dadas na história, a partir da

construção de uma determinada cultura, elas necessitam, primeiramente, ser compreendidas para, só então, posteriormente, serem obedecidas. Isso significa que todo cidadão precisa incluir-se na cultura e fazer parte dos costumes do povo. A lei precisa, portanto, ser entendida e ser significativa para o cidadão.

Os costumes podem e devem vir a ser leis do Estado, pois os cidadãos precisam de códigos escritos que os guiem. Mas quando é dado um código escrito à sociedade, muitos de seus membros burlam suas leis para testar a estabilidade do seu Estado. Contudo, a polícia e o sistema judiciário, até pela força, querem demonstrar a todos os cidadãos que as leis contidas nos códigos servem como guia daquela sociedade e burlá-los é ir contra toda a sociedade e não somente contra a individualidade de quem é vitimado com os atos delituosos.

A sociedade necessita de códigos, e esses devem conter leis que guiem o povo e sirvam para coibir que novos delitos ocorram no cotidiano da sociedade. Isso, porém, não significa que um código deva ser redigido por medo que novos delitos venham a ocorrer. O código é guia da sociedade, e as leis contidas nele servem tanto para guiar a sociedade quanto para estabilizá-la. Um dos primeiros códigos que o autor cita como guia de uma sociedade refere-se aos dez mandamentos, pois deles derivam os demais.

Nesse sentido, entretanto, deve-se acrescentar que não basta dar leis à sociedade; é preciso que elas sejam efetivas, e o tribunal é encarregado de resolver os litígios da sociedade. É nele que as leis são conciliadas, ou seja, é o lugar onde o infrator encontra retaliação do que fez, ou seja, ele fará jus a uma pena, a um castigo, que tanto pode ser uma reeducação para que outros cidadãos tomem como exemplo para não lesar a sociedade com atos perversos, como ser uma reconciliação do que é do próprio criminoso sua pena.

Hegel, ele afirma que a liberdade não consiste em seguir os próprios instintos, mas sim num processo de auto reflexão. Por este motivo, o cidadão pode até mesmo ser condenado, pois a condenação também tem seu sentido de liberdade. A prisão serve como instrumento de reeducação para a liberdade, mesmo que o apenado faça por intenção o delito, a prisão assim tem um sentido de reeducação da liberdade do que se pode ou não ser executado em sociedade. Mesmo que o apenado tenha feito por vontade o delito e esteja esperando o que é seu, ou seja, a pena. A pena nada mais é que o reconhecimento daquilo que o réu fez, e é o meio de restabelecimento do direito desrespeitado pelo criminoso.

A Administração da justiça não é efetiva por si; ela depende também do poder da polícia e dos demais cidadãos para seu reconhecimento, como instituição que regulariza os conflitos sociais. Ela pretende reeducar todo aquele que não cumpriu os padrões de sua sociedade, burlando e indo contra as leis e normas de uma sociedade. A sociedade civil também deve ser guiada pelo seu Estado que é responsável tanto em dar as leis para seu povo como para que as mesmas sejam efetivas.

Durante o texto, explanou-se um aspecto da teoria da pena, como ela é em si, ou seja, no seu caráter de punição e reeducação pela pena, que é nada menos do que o criminoso é merecedor. Hegel, em sua obra, não quer somente representar mais a repressão e a manutenção da ordem do Estado moderno, mas sim antes institucionalizar a liberdade de todos os cidadãos. Essa liberdade se dá pela aquisição das leis e pela estabilidade do Estado, ou seja, um Estado forte dá a seus cidadãos uma liberdade maior, por esclarecer aos seus cidadãos dos seus deveres e direitos através de um código maior de leis.

Muitos governantes, em outras épocas, se apoderavam das leis de seu povo, ou desconsideravam os costumes e queriam dificultar o acesso dos cidadãos às leis por achar que, caso eles tivessem acesso a elas, se rebelariam contra seu Estado. No entanto, a Lei é necessária para a sobrevivência da sociedade, ela serve para o esclarecimento de como os cidadãos devem comportar-se em sociedade. Ou seja, elas servem para controlar os conflitos da sociedade, mesmo que elas sejam simples elas não devem de deixar de entrar em vigor.

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