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Todos os pontos abordados anteriormente proporcionaram a este trabalho a possibilidade de entender um pouco mais sobre o mercado de comunicação corporativa atual. Por meio de pesquisas e entrevista com uma agência bauruense de médio porte, viu-se que o número de assessorias de comunicação terceirizada vem crescendo, não somente nos grandes centros, mas também em cidades menores com clientes em potencial. Foi no período da década de 1990, juntamente com a abertura política e econômica nacional e o desenvolvimento tecnológico, que as empresas se incorporaram ao processo de terceirização no Brasil, no intuito de manter o foco em sua atividade-fim.

Também foi analisado que muitas empresas perceberam o valor da comunicação e se disponibilizaram a contratar serviços especializados, com o intuito de otimizar seu objetivo. Vale lembrar que um grande número de organizações mantêm departamentos de comunicação internos, com equipes multidisciplinares, que podem realizar todas as atividades demandadas ou então ser o elo de comunicação com assessorias terceirizadas.

No segundo capítulo, percebeu-se que as agências/assessorias de comunicação podem trabalhar de algumas formas: ou exercem apenas funções operacionais solicitadas pelas empresas, que por sua vez elaboraram internamente as estratégias, ou podem criar o plano de comunicação e escolher as ferramentas a ser utilizadas a partir de uma análise profunda sobre o cliente. Os desafios que as duas abordagens podem enfrentar são respectivamente: a falta de recursos por parte do departamento (quantidade limitada de funcionários e capital, por exemplo) para executar determinadas ações e a possibilidade de aprofundamento não suficiente sobre o cliente (se supostamente comparado a um colaborador que está inserido na cultura da empresa).

Entretanto, o último possível problema não é recorrente se a assessoria de comunicação exercer seu papel com excelência. O aprofundamento nos valores, cultura, objetivo, nicho de mercado e públicos é função essencial. O intuito das empresas ao terceirizar é, na grande maioria, entregar sua comunicação a alguém

experiente que seja especializado em determinados serviços. Como uma assessoria de comunicação só presta serviços dentro de sua área, ela supostamente adquire maior know-how do que empresas de outros setores.

Para tal, percebeu-se que, geralmente, as assessorias trabalham com um mix de profissionais, visando obter resultados por meio de diferentes pontos de vista e experiências, e por fim, agregando maior valor aos seus serviços. A comunicação integrada mostrou-se bastante presente nas agências, tanto por motivos mercadológicos (na visão das agências, os clientes podem se sentir mais acolhidos por serviços de comunicação integrada, pois esta ofereceria maior gama de opções do que uma “simples” empresa de relações públicas ou assessoria de imprensa) quanto por realmente trabalhar com profissionais de comunicação diferenciados, sempre tentando acrescentar possibilidades às tarefas e proporcionar maior integração entre os setores. O olhar coletivo é benéfico para o processo, além de propiciar o movimento de rotatividade entre as áreas de uma empresa de comunicação. Isso não significa que todos os profissionais exercerão todas as funções, mas sim terão maior conhecimento sobre elas, a fim de integrar as atividades e trabalhar de forma conjunta.

As Relações Públicas estão incluídas neste processo, uma vez que são responsáveis pela gestão da comunicação, são preparadas para conhecer e analisar os diversos públicos, por meio de pesquisas e planejamento. Por isso, o profissional de Relações Públicas possui papel cativo dentro da estrutura das agências de comunicação, a fim de estabelecer o bom relacionamento entre os públicos e garantir a imagem positiva do cliente, fortalecendo o time de profissionais do setor. Todas as atividades explicitadas no modelo do mix de Comunicação Integrada de Margarida Kunsch são funções do profissional de Relações Públicas. Com as agências tendo como elemento norteador tal conceito teórico, fica palpável a presença das Relações Públicas no processo. Após o estudo realizado anteriormente e pesquisa sobre a terceirização da comunicação, percebe-se essa amplitude do curso de Relações Públicas como positiva uma vez que forma um profissional com conhecimento em diversas áreas e com compreensão das várias especializações da Comunicação.

Por meio deste estudo, pôde-se perceber que realmente há uma tendência do mercado em optar por terceirizar os projetos de comunicação, com os intuitos previamente anunciados: otimização do tempo, maior focalização na atividade-fim, redução de custos, excelência no serviço de comunicação, diminuição da burocracia empregador-empregado e tributária, e olhar externo de profissionais experientes. Pesquisas apontam que o movimento de terceirização tem se mostrado benéfico para ambos os envolvidos, organizações e assessorias, visto o aumento da procura pelos serviços e o crescente número de agências de comunicação se fixando no mercado brasileiro.

Assim, uma nova possibilidade abre-se para os profissionais de comunicação, que antes eram absorvidos por empresas, imprensa, agências de publicidade, dentre outros. Há uma nova perspectiva, tendo em vista as grandes probabilidades de desenvolvimento do setor terceirizado da comunicação. Na verdade, não são somente as assessorias que crescem, é também a comunicação em si, que tem sido cada vez mais vista como essencial e transformadora nos negócios de uma organização. Este mercado aponta uma tendência de valorização dos profissionais, os quais por sua vez, vêm exercendo suas atividades de maneira integrada, o que contribuiu muito para que todo este processo acontecesse nos últimos tempos.

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ANEXOS

ANEXO A: TEXTO DE NIZAN GUANAIES, 20/09/2011

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