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O presente estudo apresentou o processo de tingimento de algodão com corante reativo e teve como objetivo compará-lo com outras propostas que eliminassem o uso de sal, como o processo de cationização e também a aplicação de emulsão de óleo no tingimento. Os resultados indicaram que os métodos apresentam resultados positivos, porém ainda não podem substituir o método convencional.

Foi possível obter excelentes valores de solidez a transferência, lavagem e fricção, com notas altas entre 4/5 e 5, indicando que os métodos são promissores com relação à qualidade do tingimento. Com relação à solidez a luz, o tingimento convencional e o tingimento com emulsão de óleo, sem cationização, foram os que atingiram os melhores resultados, ainda que não sejam excelentes. Desta forma, entende-se que o processo de cationização interfere nos resultados de solidez a luz.

Quando foram avaliados os residuais de corante ao longo dos processos de tingimento, percebeu-se que o tingimento da amostra C continha pouca coloração, entretanto, os valores do espectro indicam o contrário, o que pode ser justificado pela turbidez promovida pela diferença de polaridade entre óleo e água, interferindo nos valores numéricos obtidos na análise. Por este motivo, obteve 84,94% de esgotamento, enquanto o tingimento convencional apresentou 94,96. Sugere-se então que para uma nova análise, inicialmente seja feita a leitura do comprimento de onda do corante com emulsão de óleo, para que todas as análises dos tingimentos envolvendo óleo pudessem se basear em um padrão, e para o tingimento sem óleo fosse utilizado o comprimento de onda do corante também sem óleo.

Com relação à cinética, todas as amostras adequaram-se aos modelos de pseudo- segunda ordem, reforçando que o fenômeno que ocorre nos processos é a interação química, o que é afirmado pois o corante empregado foi o corante reativo. Já as isotermas apresentaram modelos variados nos 4 casos, as duas amostras cationizadas tiveram comportamentos diferentes, indicando a influência do óleo no mecanismo de tingimento. Além disso, demonstrou que o óleo e a cationização não necessariamente promovem a atração iônica entre fibra e corante, como o sal, visto que a isoterma de Freundlich indica interação fraca entre eles.

Por fim, o estudo atingiu resultados que incentivam a continuidade de pesquisa e análise de diferentes métodos de tingimento, para que se torne possível encontrar um meio sem sal com igual ou superior qualidade em relação ao convencional. Para isso, sugerem-se alguns estudos futuros de tingimento com dispersão de óleo e maior concentração de corante, também a extração do óleo residual utilizando por exemplo o vácuo, realização de novos testes com amostras cationizadas e tingidas com dispersão oleosa, entre outras possibilidades.

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

1. Avaliar os substratos por meio de análises MEV e FTIR para avaliar a cationização. 2. Estudos de tingimento com emulsão de óleo em substratos como poliamida e

poliéster.

3. Testes de tingimento com emulsão de óleo com maiores concentrações de corante. 4. Efetuar curva de calibração com solução contendo óleo de soja.

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APÊNDICE A – Descrição

3.2.5.1 Curva de Calibração

Para realizar a análise de concentração de corante na fibra e na solução de tingimento, primeiramente é necessário encontrar o comprimento de onda correspondente ao corante utilizado, que foi identificado como sendo 545 nm. Após a determinação do comprimento de onda, a curva de calibração foi construída realizando a diluição do corante em diferentes concentrações e através dos respectivos valores de absorbância, foi possível encontrar a equação de absorbância versus concentração. As concentrações de corante foram de 10, 25, 50 e 100 mg/L. Fonte: A autora (2019) y = 0,0182x + 0,0178 R² = 0,9997 0 0,5 1 1,5 2 0 20 40 60 80 100 120 Absorbância Concentração

Curva de Calibração Corante Reativo Red

195

APÊNDICE B – Gráfico de K/S da Amostra B

Figura 26 - Gráfico de K/S da Amostra B

APÊNDICE C – Gráfico de K/S da Amostra C

Figura 27 - Gráfico de K/S da Amostra C

APÊNDICE D – Gráfico de K/S da Amostra D

Figura 28 - Gráfico de K/S da Amostra D

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