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TOMADA DE DECISÃO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, os atores do campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde devem produzir e aplicar conhecimento na busca da universalidade e equidade, tendo como maior objetivo contribuir para que o desenvolvimento nacional se faça de modo sustentável, com apoio na produção de novos conhecimentos de acordo com a necessidade do país. Os Coordenadores de ensaio clínico fazem parte desses atores do campo da ciência e diante de suas atividades descritas, fica evidente a importância que o trabalho desse profissional tem no apoio da produção de novos conhecimentos.

Observamos diversos relatos sobre a falta de estrutura dos hospitais onde se encontram os Centros de Pesquisa, mas esse é um problema público causado pela implementação da nossa própria política de saúde, mas contrapondo essa falta de estrutura dos hospitais, encontramos Centros de Pesquisas bem estruturados e com profissionais qualificados para o desenvolvimento de suas funções, confirmando os objetivos e o investimento da Rede Nacional de Pesquisa Clínica, já que os dois centros estudos são integrantes dessa rede.

Esses relatos também nos mostram que os centros de pesquisa estudados conseguem garantir a preservação da integridade científica de suas pesquisas, pois possuem infraestrutura adequada à realização dos procedimentos estabelecidos nos protocolos de pesquisa e uma equipe qualificada de pesquisadores que preocupam-se bastante com a segurança dos pacientes.

Mesmo existindo poucos estudos direcionados ao papel e às atividades do CEC em pesquisas clínicas, com certeza esta é uma profissão em crescimento e com grande importância para o desenvolvimento do Brasil. Já que o Ministério da Saúde está investindo no desenvolvimento científico do País e muitas pesquisas clínicas vêm sendo propostas e realizadas nesses e em vários outros centros de Pesquisa Clínica, e o CEC é um dos profissionais fundamentais para o desenvolvimento e garantia da integridade científica dessas pesquisas.

Durante o desenvolvimento do estudo foi possível o perfil dos profissionais que atuam como CEC nesses centros específicos, constatando que assim como a literatura mostra, em sua maioria esses profissionais são do sexo feminino e possuem como formação superior da área de saúde a Enfermagem, deixando claro o peso que essa profissão tem diante de um cenário tão específico e valorizado que é a Pesquisa Clínica e o avanço das ciências Médicas.

A fim de descrever as atividades desenvolvidas por esses profissionais foi possível, através de suas falas, definir seu papel que é gerenciar todos os procedimentos necessários à condução da Pesquisa Clínica, fazendo com que o protocolo da pesquisa seja seguido fielmente de maneira ética, de acordo com as boas práticas clínicas garantindo a integridade dos dados encontrados e principalmente a segurança dos pacientes.

Além disso, as atividades que os coordenadores desenvolvem foram identificadas juntamente com as principais habilidades e características desses profissionais, nos dando base para a discussão das competências necessárias no desenvolvimento eficaz do seu trabalho.

Dentre todas as atividades, destaco a necessidade especificamente das atividades assistenciais e da preocupação da garantia do tratamento integral do paciente que se disponibiliza a ser sujeito de pesquisa clínica se expondo a riscos, portanto devem ter sua segurança preservada. Com isso observa-se que esse profissional desenvolve ações do cuidado direto como administração de medicamentos, realização de consultas e orientações, através da implementação de cuidados indiretos, caracterizado por toda ação gerencial que certificam o cuidado integral desse paciente, o que salienta a gestão do cuidado na prática desse profissional, função relacionada na literatura ao profissional enfermeiro.

Em relação ao perfil de competências, foram evidenciadas como necessárias para o desenvolvimento eficaz do trabalho do CEC a negociação, a atenção à saúde, a comunicação, a administração e a tomada de decisão, competências essas fundamentas pelo saber fazer desses profissionais, já que para Zarifian (1999), o profissional competente é aquele que sabe utilizar seus conhecimentos, habilidades e comportamento na prática profissional, o que exige a agregação de recursos para a resolução de situações inusitadas, através da melhora do processo de comunicação interna nas organizações e estratégias de excelência no serviço.

Com a percepção de que o profissional tem um importante papel no sucesso organizacional, e mais especificamente, no sucesso do desenvolvimento dos ensaios clínicos, fundamenta-se a preocupação referente às competências necessárias para os coordenadores de ensaios clínicos desenvolverem as atividades propostas nos protocolos da pesquisa clínica.

Assim, ocorre uma valorização do conhecimento e da prática desses profissionais, que contribui para uma maior visibilidade favorecendo a eficácia e a garantia do sucesso no seu trabalho, podendo ainda estabelecer especificações para a contratação de profissionais dessa área. Destaco ainda a necessidade da inclusão de discussões sobre o tema na Graduação em Enfermagem, a fim de divulgar esse campo no mercado de trabalho e dar maiores possibilidades de atuação para o profissional enfermeiro que tem a presença tão impactante

nessa área, por isso sugiro a realização de novas pesquisas que analisem o papel e a participação especificamente dos enfermeiros que atuam na pesquisa clínica nesses e nos demais Centros de Pesquisa clínica do Brasil.

Conclui-se que com uma maior valorização do conhecimento, das habilidades e atitudes desses profissionais, visando identificar pessoas com maior potencial de crescimento, flexibilidade e pensamento estratégico, fica garantido o maior sucesso no desenvolvimento dos protocolos de Pesquisa Clínica e consequentemente maior sucesso no avança científico da saúde do País.