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Verificamos que as organizações contemporâneas caracterizam-se pela constante busca de diferenciais que garantam a sobrevivência e até vantagens no mercado competitivo. Pudemos constatar que as transformações decorrentes da globalização e neoliberalismo com a evolução das tecnologias de comunicação naturalmente carregam a lógica capitalista de exploração e maximização de lucros.

Os programas de qualidade se difundiram na década de 90, se sofisticaram e hoje se mostram como requisitos necessários para o estabelecimento de relações comerciais entre as organizações. No entanto esses programas se difundiram nos moldes da ideologia capitalista, tanto é que são concretizados majoritariamente pela certificação de entidades auditoras antes de se caracterizarem por uma filosofia de gestão que considera tais ações como responsabilidades básicas de qualquer órgão ou empresa da sociedade.

Os fatores humano, social e ambiental adquirem reconhecimento por parte das organizações a partir do momento em que se mostram como possibilidades e oportunidades de legitimação e consolidação perante a sociedade. Os Sistemas de Gestão de Qualidade muitas vezes se caracterizam justamente pela máxima exploração dos funcionários já que maquiam seu caráter exploratório com algumas mudanças na dinâmica da organização que aparentemente, garante mais benefícios aos funcionários e melhor qualidade de vida, mas na realidade desenvolvem tais ações como estratégias para a potencialização da força de trabalho.

No entanto, essa flexibilização do capitalismo diante dos novos paradigmas globais, sociais, ambientais, possibilita também a atuação de profissionais de maneira ética e responsável.

Nesse sentido, o profissional de Relações Públicas adquire um papel fundamental, já que viabiliza a conscientização de grupos e a implantação de programas de comunicação que possibilitam a troca de informações, o diálogo, e a intermediação de conflitos entre os públicos envolvidos com a organização.

Em resumo podemos dizer que a percepção sociológica dos conflitos entre classe exploradora e explorada deve caminhar juntamente com a primazia ética necessária ao profissional de Relações Públicas, o qual deve inserir esta postura, na

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comunicação entre todos os setores da sociedade e com o indivíduo nas organizações e fora delas.

Como profissionais de comunicação que exercem diversas influências nas organizações e na sociedade, não é possível deixar de encarar o desafio da elaboração de propostas e programas que considerem a complexidade das relações humanas com o intuito de diminuir os impactos exploratórios e maximizar a capacidade de diálogo entres as partes envolvidas, com base na filosofia da qualidade em todos os âmbitos, sob um enfoque sistêmico.

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