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Interessam-me agora tão-somente as impressões captadas pelos sentidos, e estas livro algum, pintura alguma oferece. O fato é que meu interesse pelo mundo se renova; testo meu poder de observação e examino até onde vão minha ciências e meus conhecimentos, se meus olhos estão limpos e veem com clareza, quanto posso aprender em meio à velocidade, e se as rugas sulcadas e impressas em meu espírito podem ser removidas. (Goethe, Viagem à Itália, p.30, 1999).

Após a análise da Unidade Didática elaborada e executada, pode-se salientar algumas considerações.

Esta pesquisa teve como questão norteadora avaliar de que maneira o planejamento e a aplicação de uma Unidade Didática com estratégias diferenciadas envolvendo ilustração científica e Fenomenologia de Goethe poderiam influir e contribuir para o ensino de Botânica no ensino fundamental II.

Partindo desse pressuposto, alguns aspectos positivos alcançados nesta pesquisa podem ser apontados:

• Mudanças na programação e aplicação de conteúdos botânicos para o 7º ano do ensino fundamental II, com a inserção de um método alternativo de interpretação e estudo da natureza.

• Superação da ideia de que o estudo da Botânica está inexorável e unicamente atrelado à sistemática, taxonomia e fisiologia das Divisões do Reino Plantae.

• Aumento da apreciação dos alunos pelos organismos vegetais, através da percepção de um olhar mais observador e artístico.

E finalmente,

• O mais importante de todo esse processo de pesquisa vivenciado pelos alunos é o treino de seu olhar processual, que pode ser aplicado a todos os processos que estão sendo estudados, sejam eles botânicos ou não. Trata-se de proporcionar aos alunos uma nova forma de olhar, pensar e registrar seus conhecimentos biológicos.

Desta forma, o maior ganho está na metamorfose do olhar de cada um dos alunos. Se para apenas um aluno alguma emoção, ideia ou projeto novo em relação

ao mundo das plantas tenha advindo de alguma das etapas desta pesquisa, ela terá então cumprido seu objetivo.

Portanto, espera-se que todas essas conquistas possam ter contribuído positivamente na melhoria do processo de ensino e aprendizagem da Botânica para estes alunos e também para esta pesquisadora, e que além disto, possam contribuir na formação de indivíduos mais críticos, observadores, responsáveis e preocupados com o ambiente natural onde vivem não apenas os organismos vegetais, mas toda e qualquer forma de vida deste planeta.

No entanto, apesar das conquistas alcançadas, é importante abordar algumas dificuldades e possíveis fatores limitantes da execução desta Unidade Didática no contexto educacional atual:

- O tempo que foi disponibilizado para a aplicação desta Unidade Didática revelou-se insuficiente para observar o processo completo de metamorfose de uma planta de ciclo anual. Portanto, sugere-se que o plantio, observação e ilustração desta etapa do trabalho se iniciem o mais breve possível e se estendam pelo menos pelo tempo do ciclo da(s) espécie(s) vegetal(is) estudada(s), afim de verificar também a sua floração e frutificação.

- A metamorfose das plantas é um processo muito interessante, mas bastante complexo para alunos de 7º ano do ensino fundamental II. Caberiam aqui portanto as sugestões de ampliar as atividades de observação e ilustração da metamorfose com outras plantas, como o picão-preto ou pico-pico (Bidens alba) ou também através do estudo da metamorfose nas peças florais.

Embora não esteja no âmbito deste trabalho colocar em cheque ou ainda, comprovar as ideias de Goethe, é muito interessante citar o artigo de Dornelas e Dornelas (2005) no qual os autores demonstram que o conceito goethiano de folha arquetípica, que considera os órgãos florais como folhas modificadas, é verdadeiro de acordo com os modernos mecanismos moleculares que regulam o desenvolvimento da planta. Juntamente com o produto educacional produzido nesta dissertação, esta poderia ser uma proposta de abordagem histórico-científica da Botânica para o Ensino Médio.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESTUDO: Uma nova perspectiva no ensino de Botânica: A fenomenologia de Goethe

aplicada ao ensino de Ciências.

Seu (Sua) filho(a) está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado. Trata-se de uma pesquisa de mestrado que estou desenvolvendo cujo objetivo é buscar alternativas para o ensino de botânica nas escolas. Me chamo Juliana D. Bürer Rengel e sou professora de Ciências e Biologia no Colégio Integral há 10 anos. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estou realizando. Sua colaboração neste estudo será de muita importância.

Eu ... , RG ... , abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade que meu (minha) filho(a) ... nascido(a) em ___/___/___, participe do estudo “Uma nova perspectiva no ensino de Botânica: A fenomenologia de Goethe aplicada ao ensino de Ciências”, e esclareço que obtive todas informações necessárias.

Estou ciente que:

I) Tenho a liberdade de desistir ou interromper a colaboração do meu filho neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;

II) A desistência não causará nenhum prejuízo a mim, nem ao(a) meu(minha) filho(a); III) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que nem o meu nome nem o de meu filho sejam mencionados;

IV) Caso eu desejar, poderei tomar conhecimento dos resultados ao final desta pesquisa ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

V) Fotos do material (textos e desenhos) produzido pelo seu(sua) filho(a), sem a

identificação do nome do aluno(a), e fotos do(a) aluno(a) serão obtidas apenas após seu consentimento,

( ) concordo que sejam tiradas fotografias do material e imagem do meu(minha) filho(a) sem menção de seu nome e incluídas em publicações e eventos científicos.

( ) concordo que sejam tiradas fotografias apenas do material, mas não da imagem do meu (minha) filho(a). Imagens do material podem ser incluídas em publicações e eventos científicos.

( ) não concordo que sejam feitas fotografias nem do material nem da imagem de meu(minha) filho(a).

O participante não terá nenhum tipo de despesa com o estudo e, em qualquer etapa do mesmo, poderão ser tiradas as dúvidas que surgirem através do e-mail da pesquisadora responsável (abaixo).

Curitiba, 10 de agosto de 2017. Nome do responsável: ... Assinatura:... Pesquisadora Responsável pelo Projeto: Profª Juliana Dissenha Bürer Rengel

Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná. | Câmpus Curitiba. | Sede Centro| Av. Sete de Setembro, 3165 | Bairro: Rebouças | CEP: 80230-901.| Curitiba – PR

Email para contato: ju_burer@yahoo.com.br

_________________________________ Pesquisadora Responsável ANEXO 1

ANEXO 2

Ilustração Científica Botânica: Arte ou Ciência?

Essa pergunta é mesmo interessante. Ao se deparar com a ilustração produzida por Maria Sibylla Merian na p.5 do material A metamorfose das plantas, você a chamaria de Arte? De Ciência? Ou ambas? E quais seriam seus argumentos para isso? Vamos ver algumas opiniões sobre o assunto.

Duas mulheres são importantíssimas para podermos começar nossa conversa sobre esse assunto. Uma delas você já sabe quem é: Maria Sibylla Merian. Vejamos um pouco mais sobre a sua história...

Maria Sibylla Merian, como muitas mulheres europeias do século 17, permaneceu ocupada gerindo uma casa e criando os filhos. Mas acima disso, Merian, uma mulher de origem alemã que viveu na Holanda, conseguiu uma carreira de sucesso como artista, botânica, naturalista e entomologista.

Numa altura em que a história natural era uma ferramenta valiosa para a descoberta, Merian descobriu fatos sobre plantas e insetos que antes não eram conhecidos. Suas observações ajudaram a dissipar as crenças populares de que insetos surgiam espontaneamente de lama. O conhecimento que ela produziu ao longo de décadas não satisfez apenas àqueles que eram curiosos sobre a natureza, mas proporcionou informações valiosas sobre medicina e ciência. Ela foi a primeira a estudar insetos e seus habitats, incluindo sua alimentação, numa única composição ecológica demonstrada em suas belas ilustrações.

Em 1699 navegou com a filha quase 5.000 milhas da Holanda para a América do Sul para estudar insetos nas selvas do Suriname. A viagem proporcionou a Merian uma oportunidade única para explorar novas espécies de insetos e plantas.. Em 1705, ela publicou Metamorphosis insectorum Surinamensium ("A metamorfose dos insetos do Suriname"). Sem dúvida o trabalho mais significativo de sua carreira, que incluiu 60 gravuras, sendo que algumas delas ilustrando os diferentes cursos de desenvolvimento que ela tinha observado em insetos do Suriname. São descritos os insetos e em torno deles, suas plantas hospedeiras e um texto descrevendo cada etapa da sua metamorfose. O livro foi um dos primeiros relatos ilustrados da história natural do Suriname.

Em seu trabalho revelou um lado da natureza tão exótico, dramático e valioso para os europeus da época que ela recebeu muitos elogios.

(Fonte: Excerto do artigo: https://www.britannica.com/biography/Maria-Sibylla- Merian. Data de acesso: 27/07/2017. 10h45).

Uma segunda personagem muito importante na história da ilustração botânica é a inglesa Margareth Mee. Ela foi muito além do que era comum fazer numa ilustração. Veja por quê.

Margaret Mee fez uma contribuição significativa para o meio da ciência, pois dedicou sua vida à documentação e à defesa da biodiversidade da flora brasileira e a conservação de seus ecossistemas. Seus desenhos e pinturas, feitos com grande habilidade e enorme quantidade de detalhes, foram essenciais para o bom desenvolvimento do conhecimento botânico no Brasil. Inclusive, algumas das espécies que Mee pintou em seu habitat natural não tinham sido identificadas ainda, sendo que algumas delas, como a espécie Neoregelia margareteae, só são conhecidas cientificamente hoje através de suas ilustrações botânicas. Isso se deve provavelmente à destruição do habitat dessas plantas, levando-as à extinção e deixando apenas uma imagem de sua existência passada na forma das pinturas de Mee.

A atitude conservacionista de Margaret Mee está espelhada em seus trabalhos, pois ela se preocupava em ilustrar não somente a planta em si, mas o ambiente natural em que ela estava inserida, incluindo suas relações com as outras espécies do local. Mee tinha a intenção de conscientizar, não só os pesquisadores, mas também a população em geral, de que cada espécie de planta não deve ser separada de seu habitat, que é essencial para a sua sobrevivência, e, portanto, o desmatamento deveria ser impedido.

A delicadeza dos desenhos e a fidelidade de Margaret Mee à natureza são importantes não só para o desenvolvimento da botânica, mas também preciosas ao estudo das cores, das formas e da técnica de grafite e aquarela sobre papel. Despertam o olhar dos artistas plásticos e de pessoas que não tem relação com nenhum dos meios (seja artístico ou científico). Mee possui várias publicações de seus trabalhos em livros, muitos organizados por ela própria. Nesses livros artísticos, vendidos não só no Brasil, mas em vários outros países, se encontram

incontáveis pranchas feitas por Mee em suas viagens, além de até hoje serem feitas

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