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O crédito rural é de grande importância para o desenvolvimento rural, principalmente, em regiões como o Nordeste brasileiro que apresenta desigualdades por carregar no seu processo histórico características como concentração fundiária das melhores terras e a utilização de baixo nível tecnológico na agricultura. Com a atenção voltada para as grandes lavouras, deixando trabalhadores dependentes e não incentivando trabalhadores individuais, pode-se afirmar que o período do Brasil colônia deu início às desigualdades sobre a questão agrária no país e acentuando as desigualdades atuais enfrentadas por regiões como a região Nordeste. Além da questão agrária e do baixo nível tecnológico, tem-se os fatores ambientais que para o Nordeste apresenta em sua predominância altas temperaturas e solo arenoso, pode-se também destacar a precariedade nos serviços essenciais como o acesso a água potável, domicílios com saneamento e coleta direta ou indireta do lixo, educação e renda monetária.

Com esses diversos fatores que compõem a região Nordeste do Brasil é imprescindível o acesso ao crédito rural e assistência técnica como fator de desenvolvimento contribuindo para a geração de emprego e renda para essa região que apresenta quase que 50% dos estabelecimentos rurais familiares quando comparado as demais regiões.

A pesquisa mostra que, em relação à evolução da produção diária “per capita” de

alimentos entre os anos de 1999 e 2012, tem-se o estado da Bahia com maior produção diária per capita de alimentos em 1999 e no final do período analisado temos o estado do Maranhão

com maior produção diária “per capita”, demonstrando que ambos mantiveram, desde a

década de 60, perfil agropecuário.

No estado de Alagoas, o impacto do valor médio do PRONAF sobre a produção agrícola, apresentou elasticidade negativa e significativamente diferente de zero a 2,6% de probabilidade. A magnitude foi de -0,434 numa provável evidência de que os correntistas receberam créditos do PRONAF e não receberam assistência técnica, o que fez com que os recursos não fossem aplicados de forma correta na produção agrícola familiar.

Em relação aos impactos do valor médio dos contratos do Pronaf sobre Produção Animal, os resultados sugerem que em todos os Estados não houve resposta significativa, sugerindo, de um modo geral, o PRONAF está sendo concedido para os criadores do Nordeste, mas sem uma assistência técnica de qualidade. Além disso, estes resultados também podem ser pistas dos impactos do fenômeno da seca na produção animal da região.

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agrícola como na produção animal no Estado de Sergipe. O Estado também apresentou melhor resposta ao crédito na análise dos impactos do valor médio por contrato sobre a produção e na análise do PRONAF Total sobre a produção tanto no setor agrícola como pecuário. Porém, quando se analisa o número de contratos e valor financiados pelo programa, o Estado de Sergipe fica como um dos menores beneficiados. Enquanto o Estado da Bahia não apresenta crescimento significativo de produção nem agrícola e nem pecuário, em relação aos impactos dos valores médios e do PRONAF Total sobre a produção, o resultado da Bahia é mínimo ou negativo na maioria das vezes. Embora na análise da quantidade de oferta de contratos e valor nos financiamentos do programa o estado baiano lidera em todo o período analisado nos dois setores.

De acordo com essa observação nos resultados supõe-se que o crescimento mínimo ou os resultados negativos da Bahia podem ser em decorrência dos fatores climáticos ou falta de assistência técnica, e o grande acesso dos recursos do PRONAF estarem voltados para esse Estado supõe que é decorrente da organização dos agricultores e do fortalecimento da agricultura familiar baiana. Aos agricultores familiares do Estado de Sergipe resta o desafio de se organizarem para fortalecer a agricultura familiar no Estado e terem mais acesso ao crédito, como também estender esses desafios para os demais Estados da região nordestina, que com a presença de políticas agrícolas, seja possível reduzir a pobreza rural e obter o desenvolvimento, promovendo a oferta de trabalho e aumentando a renda.

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