• Nenhum resultado encontrado

A participação efetiva das mulheres no empreendedorismo está cada vez mais ganhando espaço na literatura e nas pesquisas acadêmicas, contribuindo com o avanço sobre o tema e representando os benefícios para a independência pessoal e econômica das mulheres. Os resultados oferecem uma estrutura considerável para a suposição de que as mulheres empreendedoras são atraídas para o próprio negócio, com vínculos com a família, equilibrando a relação trabalho-família e os possíveis conflitos, contribuindo assim para expressar o quanto é importante essa interface para o desempenho das mulheres no meio empresarial.

Nesse contexto, definiu-se como objetivo da pesquisa a investigação da relação trabalho-família das mulheres empreendedoras a partir da identificação e análise do perfil empreendedor.

Ao examinar os resultados obtidos na pesquisa, as mulheres empreendedoras apresentam um bom convívio familiar, mas buscam equilibrar esse convívio para conseguir alcançar o sucesso no seu empreendimento. No geral, as empresárias afirmaram que o cônjuge e os filhos não as impedem de ter sucesso no próprio negócio, mas as responsabilidades de casa para muitas ainda atrapalham.

Partindo dessa constatação, o desenvolvimento desta pesquisa tornou-se importante para que as mulheres empreendedoras tenham um entendimento melhor sobre os múltiplos papéis que lhes são atribuídos, estimulando uma reflexão do comportamento humano e em lidar com as situações da relação entre o meio profissional e o familiar. A combinação dos papéis da interface trabalho-família e a busca do equilíbrio entre ambos é fundamental para que as mulheres sintam que tem apoio da família e isso se torna estratégico no negócio.

Algumas barreiras culturais ainda são impostas como os estereótipos relacionados as mulheres, que devem cuidar da casa e dos filhos em vez de empreender, muitas respondentes afirmaram que ainda sentem que isso acontece. Ao falar de empreendedorismo, algumas mulheres ainda sentem dificuldade em empreender em relação aos homens. A decisão de empreender para as mulheres ainda é considerada difícil, pois elas assumem as responsabilidades da família necessitando de mais flexibilidade no trabalho. A pesquisa confirmou que a maioria das empresárias precisam da flexibilidade de horários por concordarem que auxiliam no desenvolvimento do empreendimento.

Quanto às dificuldades desse estudo, foram identificadas algumas limitações ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Algumas empreendedoras não possuíam cônjuge ou filhos, fazendo com que algumas respostas ficassem neutras, impossibilitando uma pesquisa aprofundada. O acesso a empresas de grande porte foi considerado uma dificuldade, por não

conseguir o contato com as empresárias. O cenário atual do Brasil pela pandemia, dificultou o acesso a alguns empreendimentos por não poder ter o contato presencial para busca de uma maior quantidade de empresárias. Ademais, destaca-se inviabilidade de generalizar os resultados para as empreendedoras da região em decorrência da amostra pesquisada.

Para as pesquisas futuras, sugere-se dedicar mais atenção a esta abordagem, no contexto em crescimento do empreendedorismo feminino, para que se possa entender e aprofundar sobre a estrutura familiar, se podem ou não afetar o sucesso do empreendimento e como as mulheres podem conciliar a vida profissional e a vida familiar. Além disso, recomenda-se que sejam levantados outros temas relacionados ao empreendedorismo feminino, sobre as motivações em empreender e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no próprio negócio.

Referências

Acs, Z. J., Bardasi, E., Estrin, S., & Svejnar, J. (2011). Introduction to special issue of Small Business Economics on female entrepreneurship in developed and developing economies.

Small Business Economics, 37, 393-396.

Akehurst, G., Simarro, E., & Mas‐tur, A. (2012). Women entrepreneurship in small service firms: motivations, barriers and performance. The Service Industries Journal, 2489–2505.

Annink, A., den Dulk, L., & Steijn, B. (2015). Work–family conflict among employees and the self-employed across Europe. Social Indicators Research, 126(2), 571–593.

Arenius, P., & Minniti, M. (2005). Perceptual variables and nascent entrepreneurship. Small Business Economics, 24, 233-247.

Bardasi, E., Sabarwal, S., & Terrell, K. (2011). How do female entrepreneurs perform?

Evidence from three developing regions. Small Business Economics, 37(4), 417-441.

Bogdan, R. C., & Biken, S. K. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto.

Boz, M., Martínez-Corts, I., & Munduate, L. (2015). Types of combined family-to-work conflict and enrichment and subjective health in Spain: a gender perspective. Sex Roles, 74(3-4), 136–153.

Calderon, G., Iacovone, L., & Juarez, L. (2016). Opportunity versus necessity: understanding the heterogeneity of female micro-entrepreneurs. The World Bank Economic Review.

Carnicer, M. P. L., Sánchez, A. M., Pérez, M. P., &Jiménez, M. J. V. (2004). Work‐family conflict in a southern European country. Journal of Managerial Psychology,19(5), 466–

489.

Da Silva, J. A. B., &Silva, M. S. V. (2019). Análise da evolução do empreendedorismo no Brasil no período de 2002 a 2016. Revista Estudos e Pesquisas em Administração,3(2).

Erdamar, G., & Demirel, H. (2014). Investigation of work-family, family-work conflict of the teachers. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 116, 4919–4924.

GEM - Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil: relatório executivo 2017.

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6ª ed.). São Paulo: Atlas.

Greenhaus, J. H., & Powell, G. N. (2006). When work and family are allies: a theory of work-family enrichment. Academy of Management Review, 31(1), 72–92.

Greenhaus, J. H., Allen, T. D., & Spector, P. E. (2015). health consequences of work–family conflict: The dark side of the work–family interface. Research in Occupational Stress and Well-Being, 61–98.

Jennings, J. E., & Brush, C. G. (2013). Research on women entrepreneurs: challenges to (and from) the broader entrepreneurship literature? Academy of Management Annals, 7(1),661–

713.

Kaciak, E., &Welsh, D. H.B. (2019). Women entrepreneurs and work–life interface: The impact of sustainable economies on success. Journal of Business Research.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica.4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

Malhotra, N. K. (2001). Pesquisa de marketing (3ª ed.). Porto Alegre: Bookman.

Mari, M., Poggesi, S., & De Vita, L. (2016). Family embeddedness and business performance:

evidences from women-owned firms. Management Decision, 54(2), 476–500.

Mattar, N. M. (2014). Pesquisa de marketing metodologia (7ª ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.

Neneh, N. B. (2018). Family-work conflict and performance of womenowned enterprises: the role of social capital in developing countries--implications for South Africa and beyond.

Journal of International Women's Studies, 19(6).

Oggero, N., Rossi, M. C., & Ughetto, E. (2019). Entrepreneurial spirits in women and men. The role of financial literacy and digital skills. Small Business Economics.

Poggesi, S., Mari, M., & Vita, L. (2015). What’s new in female entrepreneurship research?

Answers from the literature. International Entrepreneurship and Management Journal, 12(3), 735-764.

Rey-Martí, A., Tur Porcar, A., & Mas-Tur, A. (2015). Linking female entrepreneurs’

motivation to business survival. Journal of Business Research, 68(4), 810–814.

Ughetto, E., Rossi, M., Audretsch, D., & Lehmann, E. (2019). Female entrepreneurship in the digital era. Small Business Economics.

Welsh, D., & Dragusin, M. (2006). Women-entrepreneurs: a dynamic force of small business sector. Economic Amphitheatre Journal.

Apêndice A - Questionário sobre Empreendedorismo Feminino e a Relação Trabalho-Família

Este questionário tem como objetivo analisar como a relação trabalho-família interfere no empreendimento das mulheres empresárias, analisando as condições sob as quais elas vivem, entendendo a multiplicidade de papéis exercida e se influenciam ou não o sucesso do empreendimento.

Esta pesquisa será utilizada na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da discente Letícia Vieira Romão e, posteriormente em um ou mais artigos a serem publicados em congressos, periódicos validados pela academia nacional e internacional. O TCC estará disponível na Biblioteca Digital de Trabalhos de Conclusão de Curso da UFOP (https://www.monografias.ufop.br/) a partir do segundo semestre de 2021.

Para tanto, gentileza responder todas as questões com o máximo de atenção e sinceridade possíveis. Os dados serão utilizados, exclusivamente, para fins acadêmicos e nenhuma informação pessoal será divulgada sem prévia autorização.

BLOCO 1 - PERFIL DA RESPONDENTE 1.1. Idade

󠅚 Menos de 20 anos 󠅚 Entre 31 e 35 anos

󠅚 Entre 21 e 25 anos 󠅚 Acima de 36 anos

󠅚 Entre 26 e 30 anos

1.2. Estado civil

󠅚 Solteira 󠅚 Viúva

󠅚 Casada 󠅚 União Estável

󠅚 Separada / Divorciada 󠅚 Outro

1.3. Escolaridade (maior grau de instrução)

󠅚 Sem escolaridade 󠅚 Ensino superior

󠅚 Ensino fundamental 󠅚 Pós-graduação (Especialização, MBA)

1.6. Renda mensal (Base – Salário Mínimo Mensal – R$ 1.100,00 – Medida Provisória nº 1021)

󠅚 Até 5 salários mínimos 󠅚 Entre 15,1 e 20 salários mínimos

󠅚 Entre 5,1 e 10 salários mínimos 󠅚 Acima de 20 salários mínimos

󠅚 Entre 10,1 e 15 salários mínimos

BLOCO 2 – INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDIMENTO 2.1. Seu empreendimento está localizado

󠅚 No interior do Estado

󠅚 Na capital do Estado

󠅚 Em ambos

2.2. Quantidade de sócias/sócios que possui

󠅚 Nenhum 󠅚 3

󠅚 1 󠅚 Acima de 3

󠅚 2

2.3. Porte da sua empresa

󠅚 Micro.

󠅚 Pequeno.

󠅚 Médio.

󠅚 Grande.

2.4.Setor de atividade / negócio: _____________________________________________

BLOCO 3 – RELAÇÃO TRABALHO-FAMÍLIA

3.1.Aponte o grau de concordância das seguintes perguntas:

ESCALA:

Você tem um bom convívio familiar?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que filhos é um fator prejudicial ao seu empreendimento?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que o cônjuge é um fator prejudicial ao seu empreendimento?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que o convívio familiar é prejudicial ao seu empreendimento?

󠅚 1 tarefas domésticas etc.) atrapalha o seu próprio negócio?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que a flexibilidade de horários ajuda no desenvolvimento do seu próprio

Você considera que tem dificuldade no acesso ao crédito (financiamentos, empréstimos etc.) por ser do sexo feminino?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que a sociedade ainda impõe um estereótipo de que as mulheres devem cuidar da casa e dos filhos, em vez de empreender?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que as mulheres têm mais dificuldade do que os homens em empreender?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Você considera que o papel familiar e o papel da vida profissional provocam conflitos entre si?

󠅚 1

Você considera que a busca pelo equilíbrio entre a família e o trabalho é um fator que pode resultar no sucesso no seu empreendimento?

󠅚 1

󠅚 2

󠅚 3

󠅚 4

󠅚 5

Muito obrigada por responder este questionário!

Documentos relacionados